Open J-Bay

Três brasileiros nas quartas

Italo Ferreira, Yago Dora e Samuel Pupo defendem o Brasil na fase masculina dos oito melhores do Open J-Bay. Tati está na semifinal feminina.

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Italo Ferreira tem maior somatório do Open J-Bay nas oitavas de final.

Três dos oito melhores da categoria masculina do Open J-Bay são brasileiros. Italo Ferreira, Yago Dora e Samuel Pupo passaram pelo segundo dia da etapa sul-africana, e estão nas quartas de final. Tatiana Weston-Webb venceu bateria com as maiores marcas das mulheres no evento e garantiu vaga na semi. A quinta-feira (14) teve a repescagem e as oitavas de final masculinas, além das quartas femininas.

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Jeffreys Bay funcionou de gala mais uma vez. As direitas perfeitas quebraram com mais de 2 metros nas séries, penteadas pelo vento terral. Cada uma das disputas masculinas desta quinta-feira teve 48 minutos de duração. A WSL utilizou o formato de baterias simultâneas. Italo Ferreira foi o melhor surfista do dia. Ele competiu duas vezes e deu espetáculo nas oitavas de final.

O atual vice-campeão do Open J-Bay fez uma apresentação de gala, marcou três notas no critério excelente e avançou na competição. A vítima foi Nat Young, norte-americano que perdeu na necessidade de duas notas para reverter o resultado.

Jeffreys Bay quebra de gala.

Italo teve uma leitura impecável das ondas, e fez um surfe agressivo com curvas fortes e batidas verticais. Aos nove minutos ele anotou 8.17 pontos. Aos 21 Italo marcou mais 8.47. Naquele momento Nat Young tinha 7.17 como melhor nota, e precisava de 9.47 para vencer. O norte-americano diminuiu um pouco a diferença com 7.57, mas Italo deu o golpe final.

Quando restavam quatro minutos para o fim, Italo bateu reto numa onda da série e voltou voando pra base. Depois ele rasgou, surfou um tubo e fez outra rasgada. A nota 9.17 pontos sacramentou a vitória do brasileiro, que venceu com o maior somatório do Open J-Bay até o momento, 17.64. Nat se despediu do evento na nona posição.

Antes de encarar Nat, Italo teve que passar pela repescagem. O brasileiro superou o perigoso sul-africano Luke Thompson. A bateria foi a terceira do round.

Italo abriu o duelo com 4.33 pontos, e aos nove minutos colocou mais 7.67 no somatório. O brasileiro encaixou várias manobras nas diversas partes da direita e abriu vantagem no placar. Luke tinha apenas duas ondas (3.17 e 1.93) e precisava de 8.83 para reverter o placar.

Aos 14 minutos o brasileiro trocou de nota. Italo fez boas rasgadas e terminou a apresentação com uma batida. A nota 5.67 pontos deixou Luke na necessidade de 13.34 para vencer.

O sul-africano mostrou que estava no jogo aos 28 minutos. Luke fez uma série de manobras e anotou 5.17 pontos. O brasileiro tentava, mas não conseguia melhorar o somatório. Luke então foi em busca dos 8.17 que precisava aos 38 minutos. Ele anotou 6.67 e passou a necessitar de 6.68, porém não teve mais chances e se despediu da etapa.

O adversário de Italo nas quartas de final é o japonês Kanoa Igarashi.

“Foi uma bateria bem divertida. Eu estava assistindo as outras antes da minha e fiquei empolgado para entrar na água, porque tem altas ondas”, conta Italo. “Eu só tentei escolher as melhores ondas e surfar o melhor possível. Estou exausto agora, mas ansioso para o dia final. Surfei bem cedo hoje e sabia que ia ser um dia de altas ondas, então estou feliz por ter conseguido me classificar e pronto para amanhã”, afirma Italo, que garante sua vaga nos top-5 se vencer o Corona Open J-Bay.

Italo Ferreira está vivo na luta pela sua segunda final seguida em Jeffreys Bay.

Yago, enfim, derrota Filipe – As oitavas de final do Open J-Bay começou com a quarta bateria entre Yago Dora e Filipe Toledo no ano. Dessa vez deu Yago, que chegou perto da nota máxima e garantiu vaga nas quartas.

Yago começou melhor (5.67), mas Filipe deu o troco. Aos 14 minutos o líder do ranking rasgou três vezes antes de pegar um bom tubo. Ele recebeu 6.83 pontos. Na sequência os dois trocaram de nota, com Filipe levando vantagem ao colocar mais 6.00 no somatório.

Filipe Toledo passa pela repescagem, mas cai nas oitavas de final.

Yago chegou nos sete minutos finais na necessidade de 7.16 pontos para vencer. Ele usou a prioridade numa onda da série e executou várias manobras. Yago começou a atuação com duas rasgadas, depois bateu de cabeça pra baixo duas vezes, rasgou com pressão e ainda surfou dois tubos. Os juízes acharam que essa foi a melhor onda do Open J-bay até o momento. Ele recebeu 9.50 pontos.

Filipe passou a necessitar de 8.35 pontos para vencer. Ele surfou outras duas vezes, mas o melhor que fez valeu 5.27 e ele se despediu da prova na nona posição. Antes de enfrentar Yago, Filipe teve que passar pela repescagem.

A derrota deu fim a sequência de finais de Filipe. Ele enfrentou Yago no caminho das três finais seguidas e venceu todas as vezes. Mas no Open J-Bay deu Yago, que enfrentará o australiano Connor O’Leary nas quartas.

“Foi uma onda realmente incrível, um presente, porque eu precisava de uma nota boa para passar”, diz Yago. “Eu estava um pouco nervoso, mas eu sabia que tinha a oportunidade de conseguir a nota quando entrei na onda. Não esperava pegar um tubo e acabei pegando dois, então estou muito feliz. É uma sensação incrível, mas na real, você não tem ideia quando está dentro do tubo, porque depende da visão da praia. Pensei que ia ser um 7 e fiquei amarradão quando ouvi 9,5. Eu gosto muito dessa onda e estou tentando aproveitar ao máximo as oportunidades de substituir atletas lesionados nessas etapas, porque minha vaga de wildcard (convidado) era só para o ano que vem”.

Samuel entre os melhores – Samuel Pupo é o outro brasileiro classificado para a fase dos oito melhores do Open J-Bay. Ele destruiu uma direita com manobras, surfou um tubo profundo e derrotou Callum Robson na terceira bateria das oitavas.

O australiano estava melhor no confronto, mas o brasileiro ganhou ritmo logo após a metade da disputa. Samuel, que marcou 3.83 pontos na melhor das cinco ondas surfadas até aquele momento, estava em busca de 5.57 para assumir a liderança. Ele entrou numa boa direita aos 25 minutos, rasgou cinco vezes e pegou um tubo não muito longo. A nota foi 5.67. Callum tentou dar o troco na sequência, mas não alterou o somatório.

Aos 30 minutos Samuel usou a prioridade e disparou na liderança. O brasileiro executou três rasgadas, pegou um tubo que teve saída apertada, depois botou pra dento novamente. Ele ficou fundo e saiu limpo. A onda continuou e Samuel ainda fez um cutback, uma batida e uma rasgada. A atuação valeu 9.17 pontos, nota que deixou o aussie na necessidade de 9.94 para reverter o resultado. Callum ainda anotou 6.10, porém foi eliminado do Open J-Bay.

Samuel, que venceu com o segundo maior somatório da etapa (16.94), enfrentará o vice-líder do ranking, Jack Robinson, nas quartas de final. O australiano eliminou o norte-americano Kelly Slater nas oitavas com direito a nota 9.10 pontos.

Tati na semi – O segundo dia de ação do Open J-Bay terminou com a última bateria das quartas de final femininas. Tatiana Weston-Webb procurou as partes críticas das ondas, fez as maiores marcas do evento entre as mulheres e superou a costa-riquenha Brisa Hennessy. Na semifinal a batalha da brasileira será contra a havaiana Carissa Moore.

Jeffreys Bay quebrou de gala durante toda a quinta-feira (14), mas no fim de tarde as direitas ficaram mais volumosas. Foi nesse cenário que as mulheres competiram.

Brisa largou na frente, aos quatro minutos. A surfista rasgou várias vezes, mas quase sempre em partes mais cheias e lentas da onda. A nota foi 7.17 pontos. Aos oito minutos a brasileira fez sua primeira participação no duelo. Tati, apesar de não definir tão bem as manobras, procurou as partes mais íngremes e pesadas da direita. A nota foi 7.83.

Tatiana Weston-Webb ao ataque em Jeffreys Bay.

Brisa foi pra liderança aos 11 minutos. Ela seguiu uma linha menos agressiva, e dessa vez conquistou 5.50 pontos. Oito minutos depois a brasileira voltou a ser radical, e fez manobras melhores do que na primeira apresentação. Ela anotou 7.93 e deixou a adversária na necessidade de 8.59 para vencer.

Perto do fim as duas voltaram a trocar de notas, e mais uma vez Tati foi melhor, porém agora muito superior. A costa-riquenha anotou 6.50 pontos, e a brasileiroa fez 9.27. Ela começou com um cutback, depois fez quatro rasgadas para conquistar a nota. Brisa ainda surfou, mas já precisava de duas notas para reverter o placar.

Tati avançou pra semifinal com a maior nota e o o maior somatório (17.20) de todas as disputas femininas do Open J-Bay.

“Eu estava bem focada em fazer minhas manobras mais arriscadas e aquela última onda foi muito boa, ficou em pé, perfeita, então foi bem divertido”, disse Tati. “Eu só queria aproveitar, porque passei o dia todo vendo essas ondas maravilhosas e finalmente tive a minha oportunidade de surfar. Nem estou pensando muito no Final 5, acho que ainda não digeri direito aquela final contra a Carissa (Moore). Mas, se eu chegar, tenho a confiança para surfar bem em situações de bastante pressão. Só que, no momento, estou concentrada em fazer meu melhor em cada bateria e feliz pela oportunidade de surfar essas ondas perfeitas de hoje aqui”.

Carissa chegou na semi após vencer a norte-americana Caroline Marks. A vitória foi por ampla diferente, mas só foi conquistada perto do minuto final, quando a havaiana marcou 7.83 pontos.

A outra semi será entre as australianas Tyler Wright e Stephanie Gilmore. Tyler passou pelas quartas com as duas maiores notas do duelo contra a francesa Johanne Defay. Stephanie também fez as duas melhores notas da disputa contra a havaiana Gabriela Bryan. A heptacampeã mundial abriu a bateria com 8.33 e depois colocou mais 7.93 para vencer com grande diferença no placar.

Baixas brasileiras – Além de Filipe Toledo, o Brasil perdeu Jadson André, Caio Ibelli e Miguel Pupo. Jadson perdeu na repescagem e se despediu do Open J-Bay na 17ª posição. Ele competiu contra Griffin Colapinto na quinta bateria da fase e marcou duas notas na casa dos cinco pontos (5.33 e 5.70), contra duas na casa dos sete do norte-americano (7.17 e 7.83).

As melhores ondas de Griffin foram as duas primeiras dele. O norte-americano fez curvas com pressão, na borda, e com estilo. Ele também executou fortes batidas. O brasileiro também fez bons ataques, porém perdeu na necessidade de 9.30 pontos. Griffin foi eliminado nas quartas pelo sul-africano Jordy Smith.

Jadson André finaliza sua participação na 17ª posição.

Caio Ibelli venceu o norte-americano Jake Marshall na repescagem, e caiu na quinta bateria das oitavas de final. Kanoa Igarashi marcou uma nota no critério excelente e duas na casa dos sete pontos. Caio fez um surfe de boas curvas, mas os juízes gostaram mais das apresentações do japonês, que venceu e avançou para as quartas.

A melhor apresentação de Caio aconteceu quase na metade da bateria. O brasileiro rasgou forte, fez outras três rasgadas na borda, pegou um tubo que não foi profundo, e caiu no segundo canudo. A nota foi 6.00 pontos. Naquele momento Kanoa já havia marcado 7.83 pontos, mas ele queria mais.

A sexta onda de Kanoa foi fraca (0.20), mas a sétima entrou no somatório (7.00). Porém foi a oitava que praticamente definiu o resultado da bateria. O japonês apresentou uma performance que teve seis rasgadas e um tubo limpo para marcar 8.43 pontos. A partir dali Caio passou a necessitar de 16.26 pra vencer. O brasileiro chegou a trocar de nota, mas não saiu da difícil situação e foi eliminado. Caio se despediu do Open J-Bay na nona posição.

Miguel Pupo perde para Connor O’Leary.

Miguel Pupo venceu o havaiano Seth Moniz na repescagem, e foi eliminado na sexta bateria das oitavas. O australiano Connor O’Leary foi mais incisivo nas manobras, achou e atacou mais partes íngremes e venceu pelo placar de 12.77 a 11.97 pontos.

O brasileiro também fez belas apresentações e chegou perto da virada duas vezes. Uma foi quando restavam 12 minutos para o fim. Ele precisava de 5.68 pontos e anotou 5.40.

Logo depois o australiano aumentou a diferença com 5.77 pontos. Miguel ficou com a prioridade e escolheu uma direita quando restavam dois minutos para o fim. O brasileiro fez rasgadas e batidas, porém precisava de 6.28 e conquistou 5.47. Miguel se despediu do evento em nono lugar.

Open J-Bay 2022

Round 2 masculino (repescagem)

1 Filipe Toledo (BRA) 14.33 x 6.76 Joshe Faulkner (AFR)

2 Miguel Pupo (BRA) 12.30 x 11.66 Seth Moniz (HAV)

3 Italo Ferreira (BRA) 13.34 x 11.84 Luke Thompson (AFR)

4 Caio Ibelli (BRA) 14.07 x 11.83 Jake Marshall (EUA)

5 Griffin Colapinto (EUA) 15.00 x 11.03 Jadson André (BRA)

6 Kelly Slater (EUA) 13.26 x 9.23 Barron Mamiya (HAV)

7 Callum Robson (AUS) 12.93 x 10.40 Jackson Baker (AUS)

8 Jordy Smith (AFR) 16.93 x 14.80 Kolohe Andino (EUA)

Oitavas de final

1 Yago Dora (BRA) 15.17 x 12.83 Filipe Toledo (BRA)

2 Jack Robinson (AUS) 15.77 x 12.87 Kelly Slater (EUA)

3 Samuel Pupo (BRA) 16.94 x 11.00 Callum Robson (AUS)

4 Italo Ferreira (BRA) 17.64 x 14.74 Nat Young (EUA)

5 Kanoa Igarashi (BRA) 16.26 x 11.77 Caio Ibelli (BRA)

6 Connor O’Leary (AUS) 12.77 x 11.97 Miguel Pupo (BRA)

7 Jordy Smith (AFR) 16.77 x 6.17 Griffin Colapinto (EUA)

8 Ethan Ewing (AUS) 15.76 x 14.00 Matthew McGillivray (AFR)

Quartas de final

1 Jack Robinson (AUS) x Samuel Pupo (BRA)

2 Italo Ferreira (BRA) x Kanoa Igarashi (JPN)

3 Yago Dora (BRA) x Connor O’Leary (AUS)

4 Jordy Smith (AFR) x Ethan Ewing (AUS)

Quartas de final femininas

1 Tyler Wright (AUS) 14.00 x 11.76 Johanne Defay (FRA)

2 Stephanie Gilmore (AUS) 16.26 x 12.17 Gabriela Bryan (HAV)

3 Carissa Moore (HAV) 14.50 x 8.93 Caroline Marks (EUA)

4 Tatiana Weston-Webb (BRA) 17.20 x 13.67 Brisa Hennessy (CRI)

Semifinais

1 Tyler Wright (AUS) x Stephanie Gilmore (AUS)

2 Carissa Moore (HAV) x Tatiana Weston-Webb (BRA)