Open Mexico

Deivid é vice

Deivid Silva sofre virada de Jack Robinson na final e fica com vice-campeonato no Open Mexico.

Deivid Silva chega perto da vitória, mas sofre virada na final.

O Brasil chegou perto da sexta vitória, em sete etapas na temporada 2021. Deivid Silva fez excelentes manobras de cabeça pra baixo nas direitas de Barra de La Cruz, mas perdeu a final do Open Mexico para Jack Robinson.

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O australiano estava perdendo, mas a nove minutos para o término conseguiu um tubo, voou com rotação e executou mais uma série de manobras. Ele precisava de 8.31 pontos e recebeu 8.33 para vencer, pelo placar de 15.16 a 15.14.

Deivid Silva ganhou dez posições no ranking, terminou em 14º lugar e garantiu vaga na elite de 2022. Já o campeão subiu 14 degraus na lista dos melhores e terminou seu ano de estreia na elite na 12ª posição.

“Quero agradecer a Deus pela oportunidade de estar nessa final. Eu queria ter vencido, mas estou muito amarradão por ter feito um bom evento”, disse Deivid Silva. “Estou feliz por ter vencido grandes surfistas, como o Adriano (de Souza) que está se aposentando, o Gabriel (Medina) e fico muito amarradão em estar representando o Brasil muito bem também. O Jack (Robinson) quebrou a bateria. Foi uma bateria muito boa, bem disputada, mas o ano que vem estarei de novo no tour e vamos nessa. Acho que o sonho de vencer uma etapa não acabou ainda e vamos com tudo pro ano que vem”.

Deivid Silva faz forte ataque de backside e chega perto da vitória no México.

“Nem sei por onde começar, mas é uma sensação parecida quando eu me qualifiquei para o CT”, disse Jack Robinson, que é casado com uma brasileira e passou a ser treinado pelo pai de Yago Dora, Leandro Dora, esse ano. “Ainda estou processando tudo. Eu estava muito motivado e com esse objetivo em mente. Estou com uma equipe excelente, os Doras, minha esposa Júlia, minha família e meus patrocinadores. Certamente, eu não ia conseguir sem vocês”.

O australiano seguiu comentando sobre o melhor resultado do seu primeiro ano na elite do CT: “Eu tentei criar uma energia antes de chegar aqui. Todo mundo surfa muito bem, então é incrível conseguir superar todos eles. Senti que podia vencer as baterias e acho que isso foi o resultado dessa mentalidade positiva. Foi um ano muito louco, com altos e baixos, então é impressionante chegar aonde estou agora. Sou muito grato por esse evento, a WSL, os patrocinadores e pela segurança de fazer um evento desses aqui nessa época”. E encerrou o discurso da vitória no pódio com um: “Viva México”.

Batidas, rasgadas, tubos e aéreos – O australiano começou forte na final. No primeiro minuto pegou um canudo, fez algumas rasgadas e voou com rotação na parte final e pequena da direita (6.83). Deivid deu o troco oito minutos depois, com a performance que o levou até a bateria mais importante do evento masculino. O brasileiro aplicou oito manobras, sendo as duas iniciais muito fortes e retas, de cabeça pra baixo no ataque (7.27).

Após duas apresentações fracas de Jack, as ondas sumiram. A série seguinte apareceu no início da segunda metade da disputa. O australiano usou a prioridade e foi na primeira. Ele andou por um bom tempo dentro do tubo, mas não ficou profundo em nenhum momento. Depois ainda fez algumas manobras até errar um layback no final da onda (5.17).

Deivid pegou a direita seguinte da série. Mais uma vez o brasileiro caprichou nas batidas e rasgadas (6.93). A onda foi surfada do início ao fim e colocou uma distância maior entre os dois no placar.

Jack foi para a virada quando restavam nove minutos para o fim. Ele começou com um bom tubo e emendou com um aéreo reverse. Na sequência fez mais algumas manobras. Naquele momento ele precisava de 7.37 pontos, porém o brasileiro surfou a onda seguinte e fez seu ataque feroz de backside.

A nota do brasileiro saiu antes, e os 7.87 pontos deixaram o australiano na necessidade de 8.31. Instantes depois a nota de Jack saiu e ele assumiu a liderança com 8.33. Deivid não teve mais chances de virada e terminou a prova como vice-campeão.

Deivid barra Leo – O último dia do Open Mexico começou emocionante para os brasileiros. A primeira semifinal masculina teve duas viradas nos últimos quatro minutos, e quem saiu vitorioso foi Deivid Silva.

O mar de Barra de La Cruz amanheceu com poucas séries nesta sexta-feira (13), mas quando elas aparecem os surfistas têm oportunidades de surfar direitas com até 1 metro. Deivid abriu a bateria com uma onda que ficou cheia durante grande parte do percurso (3.83). Leonardo Fioravanti só surfou quando o relógio marcou 15 minutos de bateria. O italiano pegou uma onda que ficou mais tempo em pé, além de fazer boas curvas pra largar com 5.33 pontos.

O brasileiro deu o troco cinco minutos depois, com uma onda da série. A primeira manobra foi uma batida vertical, feita de cabeça pra baixo. Depois fez outras manobras e ficou na frente da disputa com mais 5.73 pontos.

O flat reinou no mar de Barra de La Cruz durante um bom tempo, mas o bicho pegou na parte final. Quando faltavam apenas quatro minutos para o término, Leo usou a prioridade e foi em busca dos 4.24 que precisava. A direita rendeu e o italiano fez várias manobras, algumas fortes, e virou com 5.57 pontos.

Mas ainda deu tempo de Deivid surfar. Quando só restavam dois minutos para o fim, entrou uma direita com bom tamanho para o dia e o brasileiro aproveitou. Deivid trabalhou muito bem na onda, do início ao fim, faturou 7.50 pontos e a vaga para a final.

Mateus em terceiro – O Brasil teve ainda Mateus Herdy no último dia do Open Mexico. O brasileiro parou na semifinal e ficou na terceira posição. O convidado para a etapa até fez boas apresentações na disputa, mas o adversário pegou as melhores ondas da bateria e também apresentou alto nível.

Mateus Herdy fica em terceiro lugar no Open Mexico.

Jack Robinson colocou pressão logo na segunda onda surfada. O australiano voou alto num alley oop e atacou a direita com outras manobras pra conquistar 7.33 pontos. Logo depois o brasileiro tentou dar o troco na mesma moeda, mas errou na tentativa de repetir o aéreo feito pelo adversário.

O aussie surfou a onda seguinte da série, passou por dentro e fez algumas batidas e rasgadas, para aumentar a diferença com 5.83 pontos. Restavam 19 minutos para o fim e o brasileiro necessitava de 7.89.

Mateus seguiu escolhendo ondas de pior qualidade, e partiu para os aéreos. Primeiro fez um de rotação completa, mas como foi manobra única na direita valeu somente 4.10 pontos. Depois soltou as manobras e até diminuiu um pouco a diferença, mas o pior estava por vir.

O aussie pegou outra onda logo depois, completou um air drop e desapareceu no tubo. na sequência fez várias manobras até o fim da direita. A nota 8.67 praticamente selou o destino do brasileiro. Mateus ainda tentou aéreos impressionantes, mas perdeu na necessidade de 16.00 pontos.

“É difícil chegar até aqui e eu queria ter vencido, para passar pra final”, disse Mateus Herdy. “Mas, ao mesmo tempo, analisando todas as baterias que surfei até agora, competindo contra meus ídolos, um terceiro lugar está ótimo. Lembro do Yago (Dora), quando conseguiu um terceiro lugar em Saquarema, como convidado também. Somos vizinhos em Florianópolis, então estou amarradão e muito obrigado a todos que estavam na torcida, minha família e meus amigos. Amo vocês e esse resultado é para Floripa e para o Brasil”.

Homenagem a Adriano de Souza – Entre as semifinais e finais, foi realizada uma homenagem especial para o campeão mundial de 2015, Adriano de Souza, que encerrou sua carreira de competidor no Open Mexico. Mineirinho entrou sozinho no mar, para surfar sua última onda em 15 temporadas seguidas na divisão de elite do esporte. Depois, foi recebido e carregado pelos surfistas que o aguardavam na areia.

Sua despedida oficial aconteceu na quarta-feira (11), na terceira fase contra Deivid Silva, quando completou 514 baterias disputadas contra 153 surfistas, ganhando 275 delas em 145 etapas. Ele é o único surfista da história da World Surf League, a ser campeão mundial Pro Junior, campeão do Qualifying Series e campeão mundial do Championship Tour.

O capitão da seleção brasileira da WSL tem uma relação curiosa com o número 13. Ele sempre competiu com a camisa 13, fez 13 finais em etapas do CT ganhando 7 delas e entrou no mar na sexta-feira em 13º lugar no seu último ranking mundial. E para fechar as coincidências, encerrou a carreira no dia 13, surfando sua última onda as 13h13 do Brasil.

Jack Robinson e Deivid Silva na festa do pódio.

Open Mexico 2021

Semifinais Masculinas

1 Deivid Silva (BRA) 13.23 x 10.90 Leonardo Fioravanti (ITA)
2 Jack Robinson (AUS) 16.00 x 11.50 Mateus Herdy (BRA)

Final

Jack Robinson (AUS) 15.16 x 15.14 Deivid Silva (BRA)

Semifinais Femininas

1 Malia Manuel (HAV) 15.20 x 14.87 Sally Fitzgibbons (AUS)
2 Stephanie Gilmore (AUS) 14.40 x 12.57 Carissa Moore (HAV)

Final

Stephanie Gilmore (AUS) 15.83 x 15.27 Malia Manuel (HAV)

Top-20 do ranking 2021 para o CT 2022

1 Gabriel Medina (BRA) – 43.400 pontos
2 Italo Ferreira (BRA) – 31.660
3 Filipe Toledo (BRA) – 30.735
4 Conner Coffin (EUA) – 25.355
5 Morgan Cibilic (AUS) – 25.270
Top-5 do WSL Finals

6 Griffin Colapinto (EUA) – 22.905
7 Jordy Smith (AFR) – 22.505
8 Kanoa Igarashi (JPN) – 22.215
9 Yago Dora (BRA) – 20.875
10 Frederico Morais (PRT) – 20.790
11 John John Florence (HAV) – 19.660
12 Jack Robinson (AUS) – 19.300
13 Leonardo Fioravanti (ITA) – 18.800
14 Deivid Silva (BRA) – 16.535
15 Ryan Callinan (AUS) – 15.470
15 Ethan Ewing (AUS) – 15.470
15 Adriano de Souza (BRA) – 15.470 aposentado
18 Kelly Slater (EUA) – 14.680
19 Jadson André (BRA) – 14.610
20 Jeremy Flores (FRA) – 14.045 aposentado
20 Julian Wilson (AUS) – 14.045 aposentado
20 Seth Moniz (HAV) – 14.045
20 Miguel Pupo (BRA) – 14.045

Brasileiros fora dos top-20

25 Caio Ibelli (SP) – 12.620 pontos
27 Peterson Crisanto (PR) – 10.630
33 Alex Ribeiro (SP) – 6.650
35 Mateus Herdy (SC) – 6.085
41 Lucas Vicente (SC) – 1.330

Top-9 do ranking 2021 para o CT 2022

1 Carissa Moore (HAV) – 37.770 pontos
2 Tatiana Weston-Webb (BRA) – 34.715
3 Sally Fitzgibbons (AUS) – 33.000
4 Stephanie Gilmore (AUS) – 32.035
4 Johanne Defay (FRA) – 32.035
Top-5 do WSL Finals

6 Caroline Marks (EUA) – 26.050
6 Tyler Wright (AUS) – 26.050
8 Isabella Nichols (AUS) – 24.645
9 Courtney Conlogue (EUA) – 22.930

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