Depois de muitas emoções no domingo, dois dos três candidatos ao título mundial sobreviveram às batalhas no Billabong Pipe Masters e seguem vivos na corrida pela taça de 2018.
Gabriel Medina e Julian Wilson passaram por mais uma fase na prova, enquanto Filipe Toledo começou o dia passando pela repescagem, mas não resistiu ao 11 vezes campeão mundial Kelly Slater no último confronto do dia.
Agora, a briga pela taça fica entre Gabriel Medina e Julian Wilson.
O brasileiro só perde o troféu se cair antes da final e Julian for finalista. Caso Medina passe pelas quartas e perca na semi, o australiano vai precisar vencer a etapa.
Com uma boa atuação e uma leitura de onda impecável, como sempre, Gabriel Medina bateu o havaiano Seth Moniz e avançou à quarta fase do Billabong Pipe Masters, dando mais um passo rumo ao seu segundo título mundial.
Em ondas pesadas e condições difíceis, com muitas fechadeiras, Medina começou atrás no placar, mas teve paciência para escolher as ondas e levou a melhor diante de Seth.
Logo na primeira onda, o brasileiro jogou para dentro de uma craca impressionante e quase encontrou a porta de saída.
A partir daí, o tempo foi passando e Seth Moniz encontrou um bom tubo para o Backdoor avaliado em 6.33. O havaiano ainda insistiu em algumas ondas fechando e chegou a ter a prancha partida, perdendo alguns minutos para trocar de equipamento.
Depois de uma longa espera, Medina finalmente reagiu com 7.70.
Seth Moniz chegou a recuperar a liderança com 5.50 em um tubo rápido para Pipe, mas o brasileiro não perdoou e mandou 6.60 em um longo tubo numa onda intermediária, acertando ainda a junção na saída, para delírio da plateia.
Duas baterias depois, o australiano Julian Wilson derrotou o brasileiro Miguel Pupo e adiou a disputa pelo título mundial para segunda-feira em Pipeline, Havaí.
Único atleta com chance de impedir o terceiro título verde-amarelo na história da elite mundial, Julian liderou o placar do início ao fim e foi ameaçado por Pupo nos minutos finais, mas conseguiu permanecer vivo na disputa pela taça.
Nos segundos finais, o australiano e o brasileiro dividiram uma onda para o Backdoor e Pipeline, respectivamente, mas ambos se deram mal e o placar não foi alterado.
Precisando de um resultado expressivo para se garantir na elite mundial em 2019, Pupo saiu da água na bronca com os juízes.
Com Medina e Julian garantidos na quarta fase, as atenções ficaram todas voltadas para o 12o e último confronto do round 3, que reuniu Filipe Toledo e Kelly Slater.
Em um confronto com muitas fechadeiras, Slater comandou as ações do início ao fim e ainda viu Filipe cair quando estava prestes a completar um canudo sensacional para o Backdoor.
Slater foi mais ativo durante o confronto e procurou aumentar sua pontuação gradativamente, enquanto Filipe foi mais seletivo.
O norte-americano surfou um total de 10 ondas na bateria e obteve 6.93 e 8.67 nas duas melhores. Já seu adversário pegou quatro ondas, saindo da água com 3.67 e 3.10 no somatório.
Em um dos momentos mais marcantes da bateria, Slater pegou um belíssimo tubo para a esquerda e caiu dentro do turbulento cilindro, mas conseguiu manter-se deitado sobre a prancha e ficou novamente de pé na saída. Apesar da cena incrível, os juízes deram apenas 2.40 ao norte-americano.
Na reta final da bateria, quando Filipe tinha 3.67 como melhor onda e Slater somava 3.60 e 6.93, uma série pesada despontou no horizonte e os dois atletas foram para o Backdoor.
O 11 vezes campeão mundial mandou 8.67 na onda da frente, enquanto Filipe veio com tudo na de trás e partiu em busca de um tubo nota 10, mas desequilibrou-se imediatamente depois de sair do canudo, para desespero da torcida brasileira.
A partir daí, precisando de uma combinação de notas para reverter a situação, a situação ficou complicada e o tempo foi passando até a sirene anunciar o término da bateria.
Previsão das ondas
O swell deve começar a perder força na segunda-feira, mas ainda proporcionará boas condições, com ventos leves a moderados.
Outra ondulação ainda mais pesada de norte / noroeste marcha em direção ao North Shore e deve bombar entre terça e quarta-feira (18 e 19), mas com formação prejudicada pelo vento maral.
Na quinta (20), último dia do período de espera, o swell tende a diminuir, mas ainda com boa consistência e ventos melhores.
A próxima chamada acontece nesta segunda, às 15:30h (horário de Brasília).
Baterias do domingo no Billabong Pipe Masters
Repescagem
1 Filipe Toledo (BRA) 12.70 x 11.76 Benji Brand (HAV)
2 Seth Moniz (HAV) 12.77 x 10.00 Owen Wright (AUS)
3 Wade Carmichael (AUS) 2.93 x 1.40 Caio Ibelli (BRA)
4 Kanoa Igarashi (JAP) 5.16 x 4.06 Keanu Asing (HAV)
5 Miguel Pupo (BRA) 10.04 x 5.00 Kolohe Andino (EUA)
6 Kelly Slater (EUA) 8.00 x 1.63 Willian Cardoso (BRA)
7 Ryan Callinan (AUS) 16.84 x 6.10 Adrian Buchan (AUS)
8 Jeremy Flores (FRA) 5.66 x 1.90 Ian Gouveia (BRA)
9 Jessé Mendes (BRA) 5.40 x 3.93 Ezekiel Lau (HAV)
10 Sebastian Zietz (HAV) 4.27 x 3.83 Patrick Gudauskas (EUA)
11 Connor O´Leary (AUS) 6.17 x 2.47 Frederico Morais (POR)
12 Joan Duru (FRA) 16.60 x 1.26 Tomas Hermes (BRA)
Terceira fase
1 Ryan Callinan (AUS) 8.77 x 2.43 Italo Ferreira (BRA)
2 Jordy Smith (AFR) 4.43 x 1.86 Michael February (AFR)
3 Conner Coffin (EUA) 13.00 x 6.40 Matt Wilkinson (AUS)
4 Michel Bourez (PLF) 11.70 x 7.36 Connor O´Leary (AUS)
5 Sebastian Zietz (HAV) 8.00 x 5.24 Griffin Colapinto (EUA)
6 Gabriel Medina (BRA) 14.30 x 11.83 Seth Moniz (HAV)
7 Yago Dora (BRA) 5.27 x 2.64 Jeremy Flores (FRA)
8 Julian Wilson (AUS) 8.43 x 7.00 Miguel Pupo (BRA)
9 Joel Parkinson (AUS) 13.20 x 1.10 Kanoa Igarashi (JAP)
10 Jessé Mendes (BRA) 7.17 x 2.84 Wade Carmichael (AUS)
11 Joan Duru (FRA) 8.20 x 4.86 Michael Rodrigues (BRA)
12 Kelly Slater (EUA) 15.60 x 6.77 Filipe Toledo (BRA)
Próximas baterias
Round 4
1 Ryan Callinan (AUS), Jordy Smith (AFR) e Conner Coffin (EUA)
2 Michel Bourez (PLF), Sebastian Zietz (HAV) e Gabriel Medina (BRA)
3 Yago Dora (BRA), Julian Wilson (AUS) e Joel Parkinson (AUS)
4 Jessé Mendes (BRA), Joan Duru (FRA) e Kelly Slater (EUA)