O brasileiro Gabriel Medina já pode comemorar o seu segundo título mundial. Depois de fazer um brilhante trabalho no Billabong Pipe Masters e chegar à semifinal, Medina venceu uma batalha espetacular contra o sul-africano Jordy Smith e acabou com as chances do australiano Julian Wilson, único atleta que ainda estava na briga pela taça.
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Em 2014, Medina tornou-se o primeiro brasileiro a levantar a taça na história do surfe mundial. No ano seguinte, Adriano de Souza igualou o feito do compatriota e também entrou na galeria de campeões do Championship Tour.
Além de garantir mais uma vez a taça, o atleta de 24 anos, que fará aniversário no próximo dia 22 de dezembro, sai do Havaí com seu primeiro título do Billabong Pipe Masters.
“Estou muito feliz agora, não tenho palavras para descrever. Todo o trabalho duro, todos os anos e o tempo que minha família e eu pusemos neste título… tudo valeu a pena”, disse o campeão, com lágrimas nos olhos, logo depois da comemoração. “E ter isso acontecendo aqui, nas finais em Pipeline, com ondas bombando, é muito incrível”, continuou Medina.
“Eu sabia o que tinha que fazer. O título estava em minhas mãos e o resultado dependia de mim”, contou Gabriel. “Eu me senti bem durante todo este evento, surfando muito e me divertindo. Eu me senti relaxado e preparado. Eu estava pronto para isso”, finalizou o brasileiro.
Emoção em Pipe
O duelo contra Jordy começou pegando fogo. O sul-africano pegou dois canudos para o Backdoor e disparou na liderança com notas 7.33 e 8.50. Medina, que também começou bem, obteve 7.17 na primeira onda e 6.33 na segunda, ambas para Pipe.
Quando Jordy tinha a prioridade, Medina forçou o sul-africano a ir numa onda e ele se deu mal, levando uma vaca e perdendo a prioridade.
O brasileiro aproveitou muito bem a chance e entubou com categoria para o Backdoor, arrancando 9.10 dos juízes e virando o placar.
Jordy tentou dar a resposta com um bonito tubo para Pipe, mas a nota 7.27 não foi suficiente para mudar o placar.
O sul-africano seguiu com a prioridade, já que Medina tinha saído pela praia para voltar ao outside pelo canal depois de fazer o 9.10.
O brasileiro estava mesmo iluminado. Assim como aconteceu no duelo anterior, quando ele arrancou uma nota 10 diante de Conner Coffin, as séries pararam de aparecer depois que Medina conseguiu a virada, para a alegria da torcida brasileira.
Festa completa
Ele queria muito a sua primeira vitória no Billabong Pipe Masters e fez por merecer. Com exibições de gala desde a estreia, crescendo ainda mais de produção nas finais, Gabriel Medina coroou seu segundo título mundial vencendo o australiano Julian Wilson na grande decisão da etapa.
Em boas ondas de até 2,5 metros, Medina travou uma batalha eletrizante com o rival e deu o troco em Julian, que derrotou o brasileiro na finalíssima em 2014, ano em que Medina comemorou seu primeiro título mundial.
O brasileiro saiu na frente com 8.43 e 6.17, trocando sua segunda melhor nota por 7.60.
Julian chegou a virar o placar com 7.93 e 8.77, mas Medina recuperou a liderança com um belo tubo para o Backdoor avaliado em 8.77.
Depois de forçar o australiano a perder a prioridade, o novo campeão mundial disparou de vez na liderança com um longo canudo para o Backdoor, arrancando 9.57 dos juízes e deixando Julian a 9.58 da vitória.
Trajetória do campeão
O caminho rumo ao segundo título mundial não começou bem. Na etapa de abertura, disputada na Gold Coast, o brasileiro ficou em 13º lugar, perdendo para o wildcard Mikey Wright em uma batalha acirrada.
A recuperação de Medina veio com uma bela campanha em Bells Beach, onde chegou à semifinal e foi barrado pelo compatriota Italo Ferreira em uma disputa eletrizante.
Em Saquarema (RJ), ele chegou às quartas de final e perdeu para o australiano Wade Carmichael.
Na quarta etapa, em Keramas, Medina parou no quarto round, caindo diante do sul-africano Jordy Smith e do francês Jeremy Flores.
Em seguida, o brasileiro foi quinto colocado em Uluwatu, também na Indonésia, voltando a perder para Mikey Wright, que já havia eliminado o rival na Gold Coast.
O quinto lugar foi repetido por Medina em Jeffreys Bay, onde foi superado por Filipe Toledo nas quartas.
A partir daí, o Top cresceu de produção e passou a caçar seus concorrentes ao título. A primeira vitória veio em Teahupoo, Tahiti, batendo o australiano Owen Wright na grande decisão.
Na sequência, veio a estreia das ondas artificiais do Surf Ranch na elite mundial e Medina mostrou que não estava para brincadeira, subindo novamente ao lugar mais alto do pódio.
A liderança do ranking foi alcançada na Europa, já na França, onde Medina viu Filipe Toledo perder prematuramente e chegou à semifinal, perdendo para Julian Wilson.
Em Portugal, o campeão também parou na semi, onde encontrou o compatriota Italo Ferreira em um duelo de altíssimo nível nas minúsculas ondas que quebraram em Supertubos no dia decisivo.
Façanha histórica
Com a vitória de Medina, o Brasil alcançou o incrível feito de vencer 9 das 11 etapas disputadas no ano. Foram três triunfos de Medina (Taiti, Surf Ranch e Pipeline), três de Italo Ferreira (Bells Beach, Keramas e Portugal), dois de Filipe Toledo (Saquarema e Jeffreys Bay) e um de Willian Cardoso (Uluwatu).
O único estrangeiro que sentiu o gosto da vitória em 2018 foi Julian Wilson, campeão de duas etapas (Gold Coast e França).
Confira mais detalhes em nossas próximas atualizações.
Resultado do Billabong Pipe Masters 2018
1 Gabriel Medina (BRA)
2 Julian Wilson (AUS)
3 Jordy Smith (AFR)
3 Kelly Slater (EUA)
5 Sebastian Zietz (HAV)
5 Conner Coffin (EUA)
5 Yago Dora (BRA)
5 Joan Duru (FRA)
Top 22 do Championship Tour 2018
1 Gabriel Medina (BRA) 62.490
2 Julian Wilson (AUS) 57.585
3 Filipe Toledo (BRA) 51.450
4 Italo Ferreira (BRA) 43.070
5 Jordy Smith (AFR) 36.440
6 Owen Wright (AUS) 35.570
7 Conner Coffin (EUA) 32.715
8 Michel Bourez (PLF) 32.395
9 Wade Carmichael (AUS) 31.915
10 Kanoa Igarashi (JAP) 30.520
11 Kolohe Andino (EUA) 27.600
12 Mikey Wright (AUS) 27.275
13 Willian Cardoso (BRA) 27.190
14 Sebastian Zietz (HAV) 26.850
15 Michael Rodrigues (BRA) 25.215
16 Jeremy Flores (FRA) 24.520
17 Adrian Buchan (AUS) 23.945
18 Griffin Colapinto (EUA) 23.275
19 Adriano de Souza (BRA) 22.925
20 Ezekiel Lau (HAV) 22.820
21 Yago Dora (BRA) 22.725
22 Joan Duru (FRA) 21.255
Brasileiros fora do Tour em 2019
27 Tomas Hermes (BRA)
33 Ian Gouveia (BRA)
36 Miguel Pupo (BRA) – participou de nove etapas como substituto
38 Wiggolly Dantas (BRA) – participou de seis etapas como substituto
39 Caio Ibelli (BRA) – sofreu lesão e disputou apenas três etapas na temporada