Jack Robinson venceu Filipe Toledo na final masculina do Pro G-Land. A vitória veio numa esquerda surfada a três segundos do fim da bateria. Antes ele já havia derrotado Gabriel Medina na semi, também com virada nos últimos instantes. Com este resultado, o australiano sube do terceiro para o segundo lugar no ranking. Filipe segue líder.
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As finais da sexta etapa do CT 2022 aconteceram em ondas com boa formação de 1 a 1,5 metro. As quartas de final foram realizadas no sistema de duas baterias simultâneas, com total de 46 minutos. Os confrontos dos outros rounds tiveram 35 minutos. Nas últimas baterias do dia, as mais importantes do evento, as séries já não entravam com tanta frequência quanto antes.
Jack e Filipe começaram a final com ondas fracas, mas aos nove minutos o australiano fez 5.33 pontos com duas batidas. Na sequência ele rasgou três vezes para colocar mais 6.50 no somatório.
Até aquele momento Filipe tinha apenas uma nota fraca (2.33) e necessitava de 9.50 pontos. Aos 16 minutos entrou uma série e o brasileiro tinha a prioridade. Ele deixou passar a primeira onda, mas Jack não, porém ele não fez nada. Filipe entrou em ação na esquerda seguinte e abriu a performance com uma batida vertical, seguida de duas rasgadas fortes e de uma pancada na junção. A nota foi 7.83.
Filipe ainda precisava de no mínimo 4.00 pontos para assumir a primeira posição, mas não tinha a prioridade e as ondas não apareciam. O brasileiro remou mais pra dentro do pico e achou uma esquerda aos nove minutos. Com três manobras ele anotou 5.33 e pulou para a primeira posição.
O tempo passou e Jack não conseguiu surfar para fazer os 6.57 pontos que precisava. No minuto final entrou uma série, e o australiano ficou em pé na prancha quando restavam apenas três segundos. Ele fez um ataque de três batidas em sequência, conquistou 7.00 pontos e conquistou mais uma vitória no CT, a terceira dele na carreira, a segunda no CT 2022.
“Agradeço ao oceano por me dar aquela última onda nos segundos finais, foi um inacreditável”, diz Jack. “Fiquei calmo, permaneci confiante e acreditei que uma onda viria até mim. Este é um esporte tão imprevisível e louco. Estou encarando cada evento como ele vem e mantendo o foco. Conquistar vitórias consecutivas é ótimo. Dedico esta vitória ao meu amigo John Dutton de Margaret River, que faleceu há alguns dias. Ele viajou muito aqui para G-Land e possivelmente essa onda final foi dele. Paz e boas vibrações para a família”.
Jack chegou a Indonésia em terceiro lugar no ranking, após vencer em Margaret River, Austrália. Com o título em G-Land, o australiano subiu de terceiro para o segundo lugar, estando apenas 80 pontos atrás de Filipe, que segue líder.
“Foi uma experiência muito legal estar aqui na selva e conhecer um lugar novo”, diz Filipe. “Esta foi a minha primeira vez aqui e estou muito feliz e agradecido por todos que trabalharam tanto para nos dar uma ótima experiência. Estou muito feliz por estar na posição que estou e espero continuar lutando, dando o meu melhor e fazendo tudo o que puder para manter a camisa amarela”.
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Medina em terceiro – Jack Robinson, assim como Filipe, competiu três vezes neste sábado. Na semi o duelo foi contra Gabriel Medina. O brasileiro ficou muito ativo e chegou na metade da bateria de 35 minutos com as notas 6.33 e 5.17 pontos. O australiano só tinha surfado uma onda e precisava de duas para reverter o resultado. Quando restavam 13 minutos, Jack fez quatro manobras, anotou 6.07 e voltou pra briga. Ele passou a precisar de 5.44 para vencer.
A bateria chegou perto do fim e Jack tentou a virada quando restavam dois minutos. Ele rasgou e bateu forte, mas fez 4.90 quando precisava de 5.44 pontos. Nos segundos finais entrou uma série e Medina usou a prioridade. O brasileiro fez um bom trabalho e colocou 7.00 pontos no somatório, porém o australiano ainda teve tempo de surfar. Jack foi em busca de 7.26. Ele fez duas batidas fortes, surfou um tubo curto, executou um cutback e deu mais uma pancada. Ele conquistou 7.83 e avançou para a final. Medina, que não competia no CT desde o WSL Finals de 2021, ficou em terceiro lugar no Pro G-Land.
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Jack e Kanoa nas quartas – A vítima de Jack nas quartas foi Kanoa Igarashi. A bateria entre eles foi embolada. O australiano chegou nos minutos finais na frente, então surgiu uma série e os dois entraram em ação. O japonês fez a onda e conseguiu a nota da virada, porém Jack pegou a esquerda seguinte, fez um tubo e soltou algumas manobras para anotar 8.50 pontos e avançar. Kanoa ficou em quinto lugar na etapa e ocupa a quarta posição no ranking.
Caminho de Filipe – Para encarar Jack na final, Filipe teve que passar por dois adversários. Ele e Griffin Colapinto se enfrentaram na final da etapa portuguesa do CT 2022 e a vitória ficou com o norte-americano. Mas no Pro G-Land o brasileiro despachou o concorrente. A bateria valeu pelas quartas e terminou com o placar de 12.60 a 8.84 para o brazuca.
Tanto Filipe quanto Griffin pegaram oito ondas cada ao longo da bateria, mas o norte-americano foi mal em sete delas. O brasileiro abriu com 5.83 pontos, depois de executar cinco manobras, aos oito minutos. Instantes depois rasgou forte e bateu forçando a rabeta da prancha para adicionar 5.47 ao somatório.
Griffin, que tentou acertar aéreos algumas vezes, seguia com baixa pontuação. Porém pouco antes da metade da disputa, o norte-americano surfou um tubo e fez mais três manobras. A nota 7.67 pontos injetou ânimo no surfista, que passou a necessitar de 3.63 para assumir a liderança. Mas Filipinho rapidamente deu uma resposta com quatro manobras que valeram 6.77 pontos.
Griffin ficou na necessidade de 4.93 pontos para vencer. Ele segurou a prioridade e errou na escolha da onda. Perto do fim o brasileiro usou o direito de surfar, bloqueou o adversário e garantiu a vaga nas semifinais. O norte-americano terminou a etapa na quinta posição e ocupa o sétimo lugar no ranking.
Filipe x Connor na semi – A vaga de Filipe na final foi conquistada com vitória sobre o australiano Connor O’Leary; A disputa teve poucas séries. no pico da ilha de Java. Filipe ficou ativo e rapidamente surfou duas ondas (5.33 e 4.50). Connor também trabalhou, mas só conseguiu notas fracas. O brasileiro ampliou a diferença no placar aos dez minutos de confronto. Ele fez três manobras (6.67). O australiano tentou não ficar muito pra trás e conquistou 4.87 pontos, mas ainda necessitava de 7.13.
O tempo passou e nos segundos finais entrou uma série. Connor entrou na onda, mas Filipe fez o uso da prioridade e surfou a esquerda, porém caiu na primeira manobra. O australiano avaliou a esquerda seguinte, mas decidiu não ir, entretanto ainda teve tempo de pegar a terceira onda da série. Ele fez um bom trabalho, mas a esquerda não ajudou e ele conquistou apenas 5.60 pontos, terminando a etapa em terceiro lugar. Connor subiu quatro posições no ranking e agora é 14º colocado.
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Jadson em quinto – O outro brasileiro que competiu no dia foi Jadson André. Ele encarou Gabriel Medina nas quartas de final. Logo no início do duelo os dois entraram em ação na mesma série. Jadson foi na primeira e fez cinco manobras para largar com 6.33 pontos. Medina pegou a esquerda de trás e foi mais contundente nas manobras, colocando mais força, aliada a fluidez, e colocou 8.50 no somatório. Os dois depois surfaram ondas fracas, até Medina anotar mais 5.93 pontos.
Aos 13 minutos, os dois voltaram a surfar na mesma série. A prioridade era de Jadson, mas ele não conseguiu entrar na primeira onda e Medina dropou. O tricampeão do mundo errou na primeira manobra. Jadson pegou a seguinte e não saiu do tubo. Medina ainda teve tempo de pegar a terceira esquerda da série e novamente chegou no critério excelente. Ele iniciou a apresentação com um layback poderoso, bateu passando a rabeta por cima do lip e soltou mais duas pancadas. A nota foi 8.77 pontos.
Jadson passou a necessitar de 17.27 para reverter o placar. Ele ainda voou alto três vezes, mas só completou um e ficou longe de voltar pro jogo. Ele se despediu do Pro G-Land na quinta posição. Jadson ocupa a 20ª posição no ranking e Medina a 23ª.
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Próxima etapa – Após o Pro G-Land os tops se despedem da Ásia e partem para a América Central, onde acontece o Surf City El Salvador Pro entre os próximos dias 12 e 20 de junho. O palco é o pico de Punta Roca, em La Libertad,
Pro G-Land 2022
Final masculina
Campeão Jack Robinson (AUS) 13.50
Vice-campeão Filipe Toledo (BRA) 13.16
Semifinais
1 Jack Robinson (AUS) 13.90 x 13.33 Gabriel Medina (BRA)
2 Filipe Toledo (BRA) 12.00 x 10.47 Connor O’Leary (AUS)
Quartas de final
1 Gabriel Medina (BRA) 17.27 x 11.66 Jadson André (BRA)
2 Jack Robinson (AUS) 14.17 x 11.47 Kanoa Igarashi (JPN)
3 Filipe Toledo (BRA) 12.60 x 8.84 Griffin Colapinto (EUA)
4 Connor O’Leary (AUS) 12.77 x 7.07 Matthew McGillivray (AFR)
Final feminina
Campeã Johanne Defay (FRA) 14.00
Vice-campeã Carissa Moore (HAV) 13.33
Semifinais
1 Carissa Moore (HAV) 13.83 x 7.50 Tatiana Weston-Webb (BRA)
2 Johanne Defay (FRA) 13.66 x 13.33 Bronte Macaulay (AUS)
Quartas de final femininas
1 Carissa Moore (HAV) 14.87 x 13.14 Sally Fitzgibbons (AUS)
2 Tatiana Weston-Webb (BRA) 13.36 x 13.03 Lakey Peterson (EUA)
3 Bronte Macaulay (AUS) 12.43 x 9.83 Brisa Hennessy (CRI)
4 Johanne Defay (FRA) 12.90 x 12.60 Stephanie Gilmore (AUS)
Ranking masculino do CT 2022 após 6 etapas
1 Filipe Toledo (BRA) 32.240
2 Jack Robinson (AUS) 32.160
3 John John Florence (HAV) 26.695
4 Kanoa Igarashi (JPN) 23.365
5 Ethan Ewing (AUS) 22.905
6 Italo Ferreira (BRA) 22.215
7 Griffin Colapinto (EUA) 22.150
8 Miguel Pupo (BRA) 20.790
9 Barrom Mamiya (HAV) 19.300
10 Callum Robson (AUS) 19.090
11 Caio Ibelli (BRA) 18.150
12 Kolohe Andino (EUA) 18.025
13 Jordy Smith (AFR) 17.460
14 Connor O’Leary (AUS) 17.375
15 Kelly Slater (EUA) 17.310
16 Samuel Pupo (BRA) 16.035
16 Nat Young (EUA) 16.035
18 Matthew McGillivray (AFR) 15.745
19 Seth Moniz (HAV) 15.470
20 Jadson André (BRA) 14.045
20 Jake Marshall (EUA) 14.045
22 Jackson Baker (AUS) 10.630
23 Gabriel Medina (BRA) 7.145
24 Yago Dora (BRA) 2.390
Ranking feminino do CT 2022 após 6 etapas
1 Carissa Moore (HAV) 32.095
2 Brisa Hennessy (CRI) 30.320
3 Johanne Defay (FRA) 28.980
4 Tyler Wright (AUS) 26.050
5 Tatiana Weston-Webb (BRA) 23.915
6 Lakey Peterson (EUA) 23.850
7 Stephanie Gilmore (AUS) 22.930
8 Isabella Nichols (AUS) 22.575
9 Courtney Conlogue (EUA) 22.135
10 Gabriela Bryan (HAV) 21.715
11 Sally Fitzgibbons (AUS) 17.320
12 Caroline Marks (EUA) 6.790