O paulista Miguel Pupo é o segundo brasileiro a garantir uma das dez vagas do Qualifying Series para o Championship Tour do ano que vem. Ele tinha vencido o QS 10.000 da Galícia na Espanha duas semanas atrás e confirmou de vez seu retorno à elite dos top-34 com o terceiro lugar no QS 6.000 Azores Airlines Pro, encerrado no domingo (22) em um mar clássico com altos tubos na Praia Santa Bárbara da Ilha São Miguel, no arquipélago dos Açores, em Portugal.
A classificação antecipada foi confirmada quando Miguel ganhou o duelo brasileiro com o pernambucano Luel Felipe pelas quartas de final. Depois, ele perdeu para o australiano Mitch Crews, derrotado na decisão do título pelos tubaços do português Frederico Morais, que entrou no G-10 com os 6.000 pontos conquistados nas Ilhas Açores.
Também em Portugal, acontece nessa semana o último QS 10.000 antes do encerramento da temporada na Tríplice Coroa Havaiana, o EDP Billabong Pro Ericeira, que começa nesta terça-feira (24) na Praia Ribeira D´Ilhas, em Ericeira. Com os 3.550 pontos do terceiro lugar nos Açores, Miguel Pupo já ultrapassou a barreira dos 20.000 pontos no WSL Qualifying Series, que garantem vaga no CT pelo ranking de acesso.
O potiguar Jadson André já tinha atingido esse feito também com um terceiro lugar nas semifinais do QS 10.000 da Galícia na Espanha e lidera o ranking com 22.500 pontos. Outro que está quase confirmando sua volta aos top-34 é o paulista Alex Ribeiro, que já tem 18.930 pontos e ficou em 25.o lugar nos Açores, perdendo a vice-liderança no ranking para o Miguel.
“Eu vim para a perna europeia com um objetivo, pois estes três eventos poderiam mudar tudo. E já fui bem em dois, então estou muito feliz com os resultados”, disse Miguel Pupo, que perdeu sua vaga no CT em 2017. “Nós tivemos condições realmente desafiadoras aqui nesta semana e ontem (sábado) foi como correr um triatlo, remando e surfando sem parar. Foi incrível competir junto com meu irmão (Samuel) também essa semana. Ele pegou altos tubos e acho que estarmos juntos nos ajuda a relaxar, nos divertir mais e mostramos isso no surfe”.
Samuel Pupo é o atual campeão sul-americano Pro Junior Sub-18 da WSL Latin America e também chegou no domingo decisivo do QS 6.000 Azores Airlines Pro, junto com Miguel e o pernambucano Luel Felipe. Samuca foi barrado na primeira rodada do último dia, pelo francês Gatien Delahaye nas oitavas de final e terminou em nono lugar. Ainda assim, subiu da 48ª para a 39ª posição no ranking, empatado com o peruano Miguel Tudela.
Melhor brasileiro Já Luel Felipe despachou o sul-africano Michael February, Miguel fez o mesmo com o português Vasco Ribeiro e os dois se enfrentaram na briga pela última vaga para as semifinais. No sábado, Luel fez a melhor apresentação verde-amarela nas ondas da Praia Santa Bárbara da Ilha São Miguel, no arquipélago dos Açores. O pernambucano surfou dois tubaços no critério excelente para fazer o recorde de pontos do QS 6.000 Azores Airlines Pro, 17.04 com notas 8.87 e 8.17, na vitória sobre Vasco Ribeiro e o australiano Connor O´Leary.
No domingo, o havaiano Johua Moniz chegou a arrancar a única nota 10 do campeonato, mas só atingiu exatos 17,00 pontos na oitava de final contra o australiano Reef Heazlewood. No confronto brasileiro das quartas de final, ambos não tiveram muitas oportunidades de surfar. Miguel Pupo começou bem com nota 7,17 num tubo que praticamente definiu sua vitória por 12,17 a 9,43 pontos. Com os 2.650 pontos do quinto lugar nos Açores, Luel Felipe subiu de 35.o para 26.o no ranking, ficando logo abaixo de outro pernambucano, Ian Gouveia.
Azores Airlines Pro 2019 | Highlights das finais
Vitória portuguesa Nas semifinais, Frederico Morais não deu qualquer chance ao francês Gatien Delahaye. O português surfou três canudos que valeram notas 7.50, 8.00 e 8.27, para vencer fácil por 16.27 a 10.77 pontos. Na outra bateria, Miguel Pupo não conseguiu repetir as boas atuações e foi batido pelo australiano Mitch Crews por 15.00 a 4.57 pontos. Na grande final, Frederico brilhou de novo nos tubos da Praia Santa Bárbara e garantiu sua segunda vitória em Portugal esse ano por uma larga vantagem de 15.93 a 6.10 pontos. O outro título foi no QS 3.000 de Santa Cruz e agora saltou do trigésimo para o décimo lugar no ranking.
“Eu acho que hoje (domingo) foi um dos melhores dias de ondas que já tivemos em etapas do QS”, destacou Frederico Morais, sobre as ótimas condições do mar no domingo. “Foi um dia perfeito, com grandes tubos e muitas ondas boas para todos surfarem. É um sonho ter condições como essas no dia das finais, porque você não fica dependendo tanto da sorte, mas do seu surfe e da sua tomada de decisões. Isso é o surfe”.
O campeão também falou sobre recolocar Portugal na divisão de elite da World Surf League, que ele mesmo fez parte até 2018, quando não conseguiu garantir sua requalificação para esse ano: “Esses pontos aqui são os que venho buscando para subir no ranking e me colocar em um bom lugar para me classificar para o ano que vem, especialmente agora antes de Ericeira (QS 10.000). Vou aproveitar esse momento, mas não por muito tempo, pois na terça-feira já estaremos voltando à rotina, com o início do QS 10.000 de Ericeira”.