Rio Pro 2024

Italo é campeão

Em final brasileira, Italo Ferreira vence Yago Dora, é campeão do Rio Pro pela primeira vez e entra no top 5 do ranking do CT.

Italo Ferreira é campeão em Saquarema.

O Rio Pro 2024 chegou ao fim nesta sexta-feira (28) com um show épico de surfe na final masculina. Com ondas de até 2 metros no Point de Itaúna, Yago Dora e Italo Ferreira se enfrentaram em um duelo emocionante diante de um grande público.

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Os dois surfistas mostraram grande agressividade em busca da vitória, mas foi Italo quem se destacou, conquistando sua primeira vitória em uma etapa do CT no Brasil. Com esse resultado, o potiguar assume a 4ª posição no ranking.

A final foi um duelo imprevisível, marcado pela criatividade nas manobras dos dois surfistas. Italo começou melhor, já decolando na primeira onda. Ferreira respondeu com um aéreo em uma esquerda, recebendo 7.00 dos juízes. O campeão mundial de 2019 fez uma outra onda, obtendo a nota 1.10, e se manteve na liderança no início da bateria.

Italo Ferreira conquista primeiro troféu em Itaúna.

Os minutos foram passando, o mar deu uma calmaria e deixou a final com movimentação. Eis que faltando 14 minutos para o final as séries voltam a aparecer, Italo pega uma esquerda, acelera, manda uma rasgadas e vai para o aéreo, mas cai. Os juízes deram 3.33. Em seguida Yago deu a resposta, também com uma onda para esquerda, onde mandou uma rasgada forte e mandou um aéreo na junção, rendendo sua melhor nota no embate: 5.67.

Os dois acham mais duas ondas, Italo não consegue completar a manobra e Yago conseguiu acertar mais um aéreo para virar a bateria. Dora precisava de apenas 4.67 e tirou 4.93. Nesse período, faltando apenas 8 minutos para o término, Italo foi para a direita, executa quatro boas batidas, cai na finalização, mas é suficiente para retomar a liderança, conseguindo 6.67.

Italo, com a prioridade, adotou o jogo tático de ficar colado em Yago. Nessa altura, Dora precisaria de 8.00 pontos para a virada.

“Estou muito feliz, porque eu queria muito vencer esse campeonato, eu treinei muito e graças a Deus consegui realizar o meu sonho. A gente orou muito esses dias na minha casa, a minha mãe, então foi Deus, não tem o que explicar”, fala Italo Ferreira. “Na minha vida inteira, todas as vitórias, tudo o que eu conquistei até hoje, foi com a honra e glória do Senhor. Não adianta você ter talento, força no braço, que não vai acontecer, então entreguei nas mãos de Deus e eu só fiz a parte mais fácil”.

“Realmente foi um longo dia, começou muito cedo hoje, mas foi cumprido o objetivo de vencer o campeonato”, diz Italo Ferreira. “Eu me dediquei bastante nos últimos dias, com uma energia muito boa com meus amigos, meu pai, isso fez com que eu ganhasse muita confiança para performar de verdade. Estou muito feliz com tudo que aconteceu, só na final que não consegui fazer grandes notas, mas fiz o suficiente pra vencer. Foi a primeira vitória aqui e completei meu ckeck-list do mundo, porque faltava o Brasil”.

Italo Ferreira e Yago Dora comemoram resultado.

“Estou feliz com meu surfe nesse evento, só um pouco chateado que não consegui achar as ondas boas na final”, lamenta Yago Dora. “Talvez, na minha última onda teria virado se completasse o aéreo, mas acabei caindo e é assim, era o dia do Italo. Ele estava inspirado e parabéns pra ele, que merece muito e estou feliz por estar fazendo mais uma final. São duas consecutivas e estou indo embalado pra Fiji. Estou doido pra chegar lá e pegar altas ondas”.

O caminho de Italo até a decisão – Italo começou o último dia do Rio Pro nas quartas de final contra o japonês Connor O’Leary. A bateria com 30 minutos de duração só foi ter uma boa apresentação dos atletas depois de 10 minutos, com Connor. O japonês pegou uma esquerda pequena, mandou umas rasgadas e tentou um layback, mas não completando, conseguindo apenas 1.50 pontos. Até o momento, a nota era a maior do confronto.

Italo Ferreira tem grande atuação no último dia de disputas.

Logo na sequencia, Italo acha uma esquerda com tamanho, mandou três manobras na parede lisa e tirou 5.00. A nota colocou Ferreira na primeira colocação. As pontuações mostraram a pouca inspiração no primeiro duelo das quartas de final.

Nos 10 minutos finais, Italo foi para outra esquerda, mandou um floater para passar a sessão, continuou na onda e mandou mais duas rasgadas. Mesmo não sendo uma onda com potencial, o brasileiro adicionou 4.00 e o deixou na liderança.

Connor reagiu com uma onda para esquerda da intermediária, acertou um cutback, uma rasgada e finalizou com um layback, conseguindo 4.40. A nota colocou o O’Leary no jogo no fim do embate, precisando de 4.61 para virar. A reação parou por aí, pois Italo pegou uma da série, variou as manobras e finalizou forte na junção, tirando 5.03. Com a pontuação, Italo avançou às semis. Placar final: 10.03 de Italo Ferreira contra 5.90 de Connor O’Leary.

Italo contra Griffin nas semis – Italo duelou contra o norte-americano nas boas ondas de 2 metros de Itaúna e deu show. Ferreira abriu a bateria com fome, já achando uma série para direita e mandou um aéreo com rotação perfeita de backside. O voo rendeu 9.00 pontos.

Italo Ferreira e Griffin Colapinto minutos antes da bateria.

Griffin, já em desvantagem no início, foi buscar sua primeira nota. Também com uma onda para direita, Colapinto executou um aéreo de frontside e tirando 7.17. Vendo seu adversário reagindo, Italo foi atrás de mais uma onda, dessa vez para esquerda, onde acertou uma rasgada na parede limpa e antes do lip cair, sobe para finalizar com um floater. Os juízes deram ao potiguar nota 7.60.

O norte-americano se viu numa situação complicada, precisando de 9.43 para a virada. Griffin corre atrás do prejuízo, acelera em uma direita com tamanho, voa alta e recebe 7.10. Faltando menos de 10 minutos para o fim da bateria, Italo, mesmo com boa vantagem e com a prioridade, ficou na cola de Griffin para não deixá-lo à vontade.

A estratégia deu e Italo chegou na sua primeira final em etapas no Brasil. Placar final: 16.60 para Italo Ferreira contra 14.27 de Griffin Colapinto.

O caminho de Yago até a final – Yago Dora enfrentou o líder do ranking John John Florence nas quartas de final. O brasileiro foi quem começou a pegar onda na bateria. Yago, que tem uma sintonia com Saquarema, achou uma esquerda, colocou muita força numa rasgada e finalizou com um layback. Os juízes já abriram o confronto com 6.83. Depois, Dora adicionou 3.00 pontos no somatório.

Yago Dora faz bom resultado em Saquarema.

John John também fez uma boa onda para esquerda, onde mandou duas manobras firmes, finalizou e saiu no espumeiro para receber 5.00. Florence seguiu na mesma estratégia, pegou outra esquerda, variou as manobras e virou a bateria com a segunda nota (6.27).

E bateria pegou fogo, com muita movimentações dos atletas. Yago conseguiu trocar o 3.00 por 4.88 e virou a bateria. John John também foi atrás, achou mais uma esquerda e arrancou 6.27. Foi aí que Yago fez um show. Em série para esquerda com tamanho, Dora manobra com fluidez, variando batidas, cutback e rasgadas para receber a maior nota do evento: 9.17 pontos.

A nota colocou Yago em boa vantagem, colocando John John praticamente em combinação. O havaiano precisava de 9.73 para reassumir a bateria. O brasileiro ficou com a prioridade faltando 4 minutos para o fim e colou no havaiano. Yago avançou às semis e segue vivo na busca pelo segundo título em Itaúna. Placar final: 16.00 de Yago Dora contra 11.27 de John John Florence.

Yago derrota Jordy nas semis – Yago teve um confronto contra o sul-africano Jordy Smith na bateria 2 das semifinais. A bateria foi equilibrada, com alternância na liderança. Já na primeira onda, Dora pegou uma esquerda mais embaixo, acelerou para mandar duas rasgada e finalizou com uma batida na junção. O desempenho rendeu 7.83 pontos.

Yago Dora faz nota no critério excelente nas semis.

Jordy reagiu ao pegar uma série para esquerda, onde mandou cinco manobras de backside e arrumou 8.40 dos juízes. Depois de poucos minutos sem movimentação, Smith faz uma segunda nota baixa (2.90) para passar à frente. Yago retomou o primeiro lugar depois de pegar uma esquerda, onde conseguiu executar uma rasgada, um aéreo passando a sessão e uma batida para finaliza, rendendo 5.67.

Com o período elétrico de reviravolta e a retomada da liderança pelo Yago, Jordy ficou precisando de uma nota 5.10 para retomar o primeiro lugar. E conseguiu. O sul-africano achou uma onda que conectou até o inside, onde mandou dois aéreos, três rasgadas e finalizou com uma batida. Os juízeram deram 5.83.

Nos minutos finais, Yago achou uma série para esquerda, acelerou e voou alto para completar e pegar o primeiro lugar novamente com 7.97 pontos. Sem prioridade, Dora buscou alterar a menor nota (7.83) e deu show. Em mais uma esquerda, Yago fez um arco perfeito e foi para junção com um layback: 9.33 pontos. Com isso, deu números finais ao confrondo. Placar final: 17.30 de Yago Dora contra 14.23 de Jordy Smith.

Medina para nas quartas – Gabriel Medina não aproveitou as oportunidades e foi derrotado pelo norte-americano Griffin Colapinto. Gabriel foi o primeiro a pegar onda no duelo, mas com pouco potencial e iniciou com apenas 3.33.

Gabriel Medina não compete bem contra Griffin Colapinto.

Griffin não perdeu tempo, pegou uma direita da série para acertar um layback na junção e os juízes entenderam que a performance mereceu 6.00 pontos. Medina tentou melhorar a segunda nota, achou uma esquerda que aparentava boas condições, mandou duas rasgadas e a onda encheu, adicionando apenas 2.90.

Griffin ficou na liderança boa parte da bateria, mesmo com apenas duas ondas surfadas. Medina usou uma das suas principais características para tentar a virada, que é pegar bastante onda. Ao todo, na metade do embate, Gabriel tinha oito ondas computadas, mas com as duas melhores notas baixas.

O norte-americano adotou a estratégia de escolher mais as ondas e conseguiu adicionar 3.93. Mesmo sendo uma nota considerada baixa, Griffin deixou Gabriel precisando de 6.60 pontos para virar.

Com menos de 4 minutos para o fim, Gabriel foi numa série para direita, encaixou duas batidas e voltou para o jogo, alterando sua menor nota (2.90) por 4.67. Depois da direita, Medina, com a prioridade, vai para uma esquerda, largou uma batida e finaliza despencando. Nessa altura a buzina já havia tocado e Gabriel precisava de 5.41 para a virada. Com tensão, os juízes dão apenas 4.77 e não consegue avançar às semis. Placar final: 10.07 de Griffin Colapinto contra 9.44 de Gabriel Medina.

Próxima etapa – A próxima etapa do CT acontece em Cloudbreak, Fiji. A janela para a realização do evento vai de 20 a 29 de agosto.

Final Masculino 

Italo Ferreira (BRA) x Yago Dora (BRA)

Semifinais Masculino 

1 Italo Ferreira (BRA) 16.60 x 14.27 Griffin Colapinto (EUA)

2 Yago Dora (BRA) 17.30 x 14.23 Jordy Smith (AFR)

Quartas de Final Masculino 

1 Connor O’Leary (JPN) 5.90 x 10.03 Italo Ferreira (BRA)

2 Griffin Colapinto (EUA) 10.07 x 9.44 Gabriel Medina (BRA)

3 John John Florence (HAV) 11.27 x 16.00 Yago Dora (BRA)

4 Ethan Ewing (AUS) 9.73 x 10.00 Jordy Smith (AFR)

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