É tetra! É tetra! Filipe Toledo não dá chances para Samuel Pupo na final e vence o Rio Pro pela quarta vez. O líder do ranking conquistou uma nota 10 unânime na bateria, com aéreo alto de rotação e aterrissagem perfeitos. E ainda manobrou forte para colocar mais 8.67 pontos ao somatório.
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A final foi realizada no meio desta terça-feira (28) de sol e ondas com 1 metro e séries maiores no Point de Itaúna, Saquarema (RJ). O confronto começou morno, com erros dos dois surfistas, mas aos nove minutos tudo mudou. Filipe dropou uma esquerda e logo cavou rumo à junção. Ele decolou muito alto, fez a rotação e aterrissou de forma perfeita. Ele recebeu uma nota 10 unânime. Em 2018 Filipe fez algo muito parecido na mesma praia, no mesmo evento, mas na ocasião quatro juízes deram 10.00 e um 9.9 pontos.
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Filipe voltou a atuar na final quatro minutos depois. Ele foi novamente para a esquerda e soltou as manobras. O brasileiro acelerou, fez um floater, bateu com força, executou outra pancada potente e chegou um pouco atrasado na junção, mas fez e acertou o ataque. Ele conquistou 8.67 pontos.
Restavam ainda 22 minutos, mas Samuel pareceu ter sentido o golpe. Perto do fim ele ainda fez um belo ataque numa esquerda, anotou 8.00 pontos, mas ainda assim perdeu na necessidade de 18.68. Filipe ainda descartou 7.33 conquistados com um tubo e um reverse numa direita.
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Essa foi a quarta vitória de Filipe no Rio Pro. As outras foram no Postinho em 2015, e na Barrinha, Saquarema, nos anos de 2018 e 2019. Essa foi a quinta final dele em oito etapas no CT 2022. Ele também venceu em Bells Beach, e foi vice em Portugal, G-Land e El Salvador.
“Eu acho que a final é aquele momento que a gente não tem nada a perder. Ou é primeiro ou é segundo, então é quando eu dou meu máximo, dou meu melhor”, disse Filipe. “Eu tava tentando deixar o melhor pro final e deu certo. O Samuel foi pra direita, sobrou uma sessão ali pra esquerda e foi o tempo de dar um aereozão. Eu estou muito feliz, feliz pelo Samuel e pelo resultado de todos os brasileiros. Quero agradecer também ao meu time (se emociona), obrigado por todo o carinho, todo o suporte, aos meus patrocinadores e, por último, quero dedicar essa vitória ao Mano Ziul, que está olhando por nós agora”.
Sobre a cidade da Região dos Lagos, ele falou: “Saquarema é um lugar muito especial, que eu gosto muito, que eu venho desde criança competir nos amadores e hoje estou aqui no Circuito Mundial. É muito gratificante, porque o carinho dessa galera local, não tem em nenhum lugar do mundo”.
E teve mais no pódio. “Bora Saquarema!”, gritou Filipe. “Primeiramente, quero agradecer a Deus por tudo que Ele tem feito na minha vida, na vida da minha família, porque sem Ele, eu não estaria aqui. Depois desse momento difícil que todo mundo passou, estar aqui hoje reunido com vocês, com essa energia, não tem preço e esse título fica aqui no Brasil! Quero parabenizar ao Samuel (Pupo), ao Yago (Dora), ao Italo (Ferreira), todos que chegaram nas semifinais, nas quartas de final, os brasileiros que fizeram história nesse evento”.
Samuel também falou sobre a final. “O Filipe começou com um 10 numa onda que eu poderia ter bloqueado (por estar com a prioridade), uma esquerda e eu acabei indo pra direita”, destacou Samuel. “Depois, ficou muito difícil para recuperar, porque o mar deu uma acalmada, não veio muita onda, então parecia que estava tudo indo a favor dele. Mas, estou muito feliz por ter feito a final. Com certeza, esse é o melhor dia da minha vida, mas o ano não acabou e já estou com muita vontade de competir de novo. Não vejo a hora de ir pra J-Bay e dar meu melhor lá”.
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Semi contra Yago – Filipe conquistou vaga na final após superar Yago Dora na segunda semifinal do Rio Pro. Ele marcou duas notas no critério.
Yago começou forte. Com cinco minutos ele marcou 5.67 pontos, e aos nove colocou 8.67 no somatório. As duas atuações foram em esquerdas, e na melhor ele fez quatro manobras, um layback, uma batida, uma rasgada e outra pancada.
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Até aquele momento Filipe só tinha surfado uma onda. Ele acelerou de backside e tentou um aéreo alto, mas caiu. Mas aos 13 minutos ele voltou para o jogo. O tricampeão da etapa bateu de maneira vertical e com muita força, rasgou com pressão, fez outra curva na borda e bateu mais uma vez. A nota foi 8.43 pontos.
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Filipe passou a necessitar de 5.92 pontos e tentou a virada aos 16 minutos. Ele voou numa direita e anotou 4.93, o que não alterou a situação de bateria. Mas ele virou no início do terceiro terço do duelo de 35 minutos. Filipe fez duas manobras contundentes de backside, anotou 8.93 e deixou Yago na necessidade de 8.70.
Yago ainda marcou 6.67 pontos, mas não conseguiu a virada e se despediu do Rio Pro na terceira posição.
Samuel vence Italo na semi – Samuel Pupo chegou à final do Rio Pro após superar Italo Ferreira na primeira semi masculina do evento. Italo começou a bateria muito ativo e com nove minutos tinha as notas 3.50 e 4.33 pontos, conquistadas nas esquerdas. Samuel só começou a surfar aos 15 minutos. Ele pegou três esquerdas em três minutos. Na primeira Samuel bateu e caiu, mas nas duas seguintes encaixou três batidas em cada, anotou 6.17 e 5.27 e pulou pra liderança.
Na necessidade de 7.11 pontos, Italo passou a esperar por ondas boas, porém com um tempo ele voltou a ficar ativo e focou nas direitas. Quando restavam sete minutos ele rasgou e bateu forte de backside. A nota foi 5.10. Dois minutos depois rasgou com força, executou um floater e marcou 4.93. Italo passou a necessitar de 6.34.
O tempo passou e nos segundos finais Samuel usou a prioridade. A onda foi ruim. Ainda deu tempo para Italo surfar. Ele pegou uma esquerda, fez um cutback, rasgou e executou um aéreo reverse. A nota 5.73 pontos não foi suficiente pra vencer. Ele se despediu do Rio Pro com a terceira posição.
“Sem dúvida, está sendo muito especial pra mim esse evento”, disse Samuel. “Ter toda a torcida aqui me motivando, minha família também e fazer minha primeira final na frente de todo mundo, vai ser incrível. O Italo é sempre um cara difícil de ganhar, por isso ele tem tantos títulos na carreira. Mas, nessa fase do campeonato, está todo mundo muito confiante. Eu estava bem confiante também, sabia que poderia ganhar dele e deu tudo certo”.
Carissa campeã – Deu Havaí na categoria feminina do Rio Pro. Carissa Moore antou 9.50 pontos no último minuto da final, virou pra cima da francesa Johanne Defay e ficou com o troféu de campeã da etapa. A líder do ranking errou duas finalizações importantes ao longo da disputa, chegou perto do fim na necessidade de 6.41, usou a prioridade, bateu forte duas vezes e levou a melhor.
As duas começaram com notas fracas. Na sequência, aos cinco minutos, a havaiana fez quatro manobras de backside, sendo uma batida e uma rasgada as melhores. Ela conquistou 5.50 pontos. Johanne não demorou a dar uma resposta. Três minutos depois a francesa também fez um ataque de backside, rasgou com pressão, fez um cutback e mais uma rasgada sem muita expressão. A nota foi 4.50.
Até os 12 minutos a bateria estava praticamente empatada. Então Carissa trocou de nota. Ela surfou uma esquerda, bateu e deu outra pancada forte, mas errou. A nota foi 5.40 pontos. Dois minutos depois Johanne fez cinco manobras numa esquerda, sendo duas rasgadas e três batidas. Ela conquistou 7.50 e deixou a havaiana na necessidade de 6.51.
A havaiana tentou a virada quando restavam 12 minutos para o fim. Ela usou o direito de escolha de onda, dropou uma esquerda, rasgou e bateu com violência, mas caiu na volta da manobra. Mesmo com o erro ela anotou 5.40 pontos.
Carissa voltou a atuar quando restavam seis minutos. Ela fez duas manobras fortes numa onda intermediária, e anotou 5.93 pontos. Johanne também trocou de nota. Com 4.83 ela deixou a havaiana na necessidade de 6.41.
O tempo passou, até que no minuto final Carissa foi para o tudo ou nada. Ela usou a prioridade, entrou numa esquerda da série e executou duas batidas contundentes. A nota não demorou a ser divulgada. Os 9.50 pontos deram a virada e o título do Rio Pro para a havaiana, que segue mais líder do que nunca no ranking. Ela é a primeira surfista da categoria feminina já garantida no WSL Finals, que acontece em setembro na Califórnia (EUA). Essa foi a primeira vitória dela no ano. Ela foi vice-campeã em Pipeline, Bells e em G-Land.
“Estou muito emocionada neste momento”, falou Carissa, chorando de emoção. “Tem sido um ano bem difícil, que você começa a duvidar do que tá fazendo. Eu já estava me conformando com a vitória dela (Johanne Defay), mas veio aquela onda no final que foi incrível. Eu estava rezando para acertar a última manobra e eu quase nunca faço um ‘claim’ (comemoração). Mas, não tive como me segurar dessa vez. Só tenho que agradecer ao fato de estar ao lado de pessoas tão legais, que fazem eu me sentir amada e estou muito feliz”.
Tati em terceiro lugar – A única brasileira na elite do surfe parou na semifinal do Rio Pro. Tatiana Weston-Webb apresentou boa performance, mas não pegou as melhores ondas do duelo e foi derrotada por Carissa. Com o resultado ela se despediu do evento com a terceira posição.
Carissa fez melhor escolha de ondas desde o início, e sempre que a brasileira ameaçava encostar no placar, a havaiana também trocava de nota. Aos dez minutos de duelo Carissa acertou forte batida de backside, e com a única manobra anotou 7.00 pontos. Tati ainda não tinha surfado e precisava de 10.67 pontos.
A brasileira abriu com 4.67 pontos numa onda pequena pra esquerda, e aos 18 minutos as duas surfaram na mesma série. Tati foi na frente e anotou 5.67. Carissa foi na de trás e colocou mais 5.70 no somatório. Depois Tati conseguiu diminuir a diferença, com uma rasgada e um layback numa esquerda, que valeu 6.00.
Quando restavam seis minutos para o fim, elas voltaram a surfar na mesma série. Tati foi pra direita, rasgou e bateu forte. e Carissa surfou uma esquerda, bateu, rasgou e bateu novamente. A havaiana anotou 7.60 pontos e a brasileira 5.77. Tati ficou na necessidade de 8.60 pra virar e acabou eliminada, se despedindo da prova na terceira posição. Ele subiu da nona para a sexta posição no ranking.
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Johanne x Gabriela – A terça-feira começou com a primeira semifinal feminina. Johanne fez melhor escolha de ondas e venceu. A havaiana Gabriela Bryan perdeu a prioridade com duas esquerdas que não foram boas, e Johanne aproveitou para marcar 6.33 e 5.83 pontos com rasgadas e batidas. A vitória foi pelo placar de 12.16 a 9.67.
Próxima etapa – A próxima etapa do CT acontece entre os dias 12 e 21 de julho, nas direitas de Jeffreys Bay, África do Sul.
Rio Pro 2022
Final masculina
Campeão Filipe Toledo (BRA) 18.67
Vice-campeão Samuel Pupo (BRA) 10.73
Semifinais
1 Samuel Pupo (BRA) 11.44 x 10.83 Italo Ferreira (BRA)
2 Filipe Toledo (BRA) x Yago Dora (BRA)
Final feminina
Campeã Carissa Moore (HAV) 15.43
Vice-campeã Johanne Defay (FRA) 12.33
Semifinais
1 Johanne Defay (FRA) 12.16 x 9.67 Gabriela Bryan (HAV)
2 Carissa Moore (HAV) 14.60 x 11.77 Tatiana Weston-Webb (BRA)
Ranking masculino do CT 2022 após o Rio Pro
1 Filipe Toledo (BRA) 50.040
2 Jack Robinson (AUS) 10.225
3 Italo Ferreira (BRA) 34.385
4 Griffin Colapinto (EUA) 33.480
5 Ethan Ewing (AUS) 30.970
6 Kanoa Igarashi (JPN) 29.440
7 John John Florence (HAV) 29.335
8 Callum Robson (AUS) 28.580
9 Miguel Pupo (BRA) 26.865
10 Connor O’Leary (AUS) 25.440
11 Samuel Pupo (BRA) 25.165
12 Caio Ibelli (BRA) 24.790
13 Barron Mamiya (HAV) 23.950
14 Matthew McGillivray (AFR) 22.385
15 Jordy Smith (AFR) 22.110
16 Kolohe Andino (EUA) 20.685
16 Nat Young (EUA) 20.685
18 Kelly Slater (EUA) 19.970
19 Jake Marshall (EUA) 18.695
20 Seth Moniz (HAV) 18.130
21 Jackson Baker (AUS) 17.270
22 Jadson André (BRA) 16.705
23 Gabriel Medina (BRA) 14.560
24 Yago Dora (BRA) 11.795
Ranking feminino do CT 2022 após o Rio Pro
1 Carissa Moore (HAV) 46.840
2 Johanne Defay (FRA) 42.865
3 Lakey Peterson (EUA) 36.395
4 Stephanie Gilmore (AUS) 35.540
4 Brisa Hennessy (CRI) 35.540
6 Tatiana Weston-Webb (BRA) 32.610
7 Isabella Nichols (AUS) 32.065
8 Gabriela Bryan (HAV) 30.410
9 Courtney Conlogue (EUA) 29.490
10 Tyler Wright (AUS) 28.660
11 Sally Fitzgibbons (AUS) 26.810
132 Caroline Marks (EUA) 17.620