John John Florence foi o melhor surfista do primeiro dia do Rio Pro 2023. O havaiano voou alto para marcar a maior nota da sexta-feira (23) e venceu com o maior somatório do Round 1. Quatro dos oito brasileiros da categoria masculina também venceram e assim como Johh John estão garantidos nas oitavas de final.
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A etapa brasileira do circuito da elite mundial começou com direitas e esquerdas de 0,5 a 1 metro no Point de Itaúna. John John cresceu na sétima bateria no início da segunda metade do duelo de 35 minutos. Aos 18 ele voou com reverse numa direita para marcar 6.67 pontos e assumir a liderança. Logo depois ele voltou a acelerar de frontside, executou um Alley Oop muito alto e com boa aterrissagem. A nota foi 9.00 pontos, a maior do dia.
O australiano Connor O’Leary, que tinha como melhor pontuação 7.33, passou a necessitar de 8.35, e o sul-africano Jordy Smith de 15.67 para garantir vaga nas oitavas de final. O tempo passou, nenhum atleta trocou de nota e John John venceu com o somatório de 15.67, o maior da sexta-feira. Connor (2º) e Jordy (3º) foram pra repescagem.
“Eu vi umas esquerdas boas quebrando o dia inteiro, mas na minha bateria o mar deu uma parada, então me desliguei da estratégia para apenas surfar o que viesse”, disse John John Florence. “Tem umas rampas incríveis nas direitas, aí comecei a arriscar os aéreos ali para conseguir notas boas. Aquele Alley Oop, eu ouvi a praia inteira gritando, senti uma energia incrível, mas não sabia qual seria a nota. Foi muito legal, porque eu não estava muito bem nas últimas etapas. Então ter uma bateria assim, com essa energia positiva, muda totalmente o astral que eu vinha sentindo”.
Yago voa mais alto que Medina – O segundo melhor atleta do dia foi Yago Dora. Ele competiu na quinta disputa junto com Gabriel Medina e o havaiano Ian Gentil. Os brasileiros protagonizaram grandes momentos e levantaram a torcida na praia de Itaúna.
Medina foi o melhor na primeira rodada de atuações. Ele surfou pela primeira vez no duelo aos nove minutos, e com duas batidas de backside marcou 6.00 pontos. Yago, que havia conquistado 4.33, foi para a liderança aos nove minutos. Ele usou a prioridade numa esquerda, bateu, rasgou e atacou a junção para receber 5.83.
Aos 14 minutos Medina foi agressivo de frontside. Ele bateu com força e fez uma rasgada alongada, veloz e com pressão. O tricampeão mundial ainda partiu para a terceira manobra, uma rasgada, porém caiu. Com mais 7.00 pontos ele foi para o primeiro lugar. Yago tentou dar o troco logo depois. O surfista bateu duas vezes e executou um aéreo reverse de frontside para conquistar 6.70.
Gabriel Medina voltou a trocar de nota. Ele acelerou numa direita e voou com rotação completa. Depois ele rasgou, fez um cutback e partiu pro inside. Então virou para a direita e decolou com reverse. A atuação valeu 6.83 pontos. Em segundo lugar, Yago passou a necessitar de 7.13 para vencer, e o havaiano Ian Gentil de 9.10. Yago decolou duas vezes tentando a virada, mas não conseguiu completar a manobra. Medina seguiu surfando, mas sem trocar nota.
O bicho pegou quando a bateria entrou nos cinco minutos finais. Medina voou alto com rotação numa esquerda, e Yago foi ainda melhor também de back, mas numa direita. Medina conquistou 8.17 e Yago assumiu a liderança com 8.83.
Com a vitória Yago garantiu vaga nas oitavas de final. Medina e Ian Gentil terão que enfrentar a repescagem. O brasileiro encara Samuel Pupo e o havaiano pega Connor O’Leary.
“É uma sensação incrível conseguir ganhar de virada no final da bateria”, disse Yago Dora. “O (Gabriel) Medina estava quebrando, ele é o mestre das estratégias, então é sempre bom ficar de olho em como ele se comporta na bateria. Mas, tive a sorte de encontrar aquela onda no final que me salvou. Meu pai (e técnico) estava falando para focar nas esquerdas e acabei conseguindo a nota mais alta numa direita. Mas, ele disse que era para ficar atento nas oportunidades, manter um ritmo forte e aproveitar os momentos quando eles aparecessem. Foi isso que tentei fazer até o fim”.
Primeira vitória brasileira – João Chianca foi o primeiro brasileiro a se classificar para a fase dos 16 melhores. O saquaremense surfou apenas três ondas nos 35 minutos de disputa, e venceu com as notas 7.83 e 7.00 pontos conquistadas em duas performances de backside no Point de Itaúna.
O brazuca foi o melhor na primeira rodada de atuações. Ele marcou 4.50 pontos com quatro manobras. Aos 13 minutos o sul-africano Matthew McGillivray também atuou de backside na esquerda de Itaúna, fez quatro manobras, mas cometeu erros em alguns movimentos e anotou 5.03. No minuto seguinte João fez três ataques fortes, duas rasgadas e uma batida, para marcar 7.00.
Matthew e o havaiano Seth Moniz tinham dificuldade em chegar perto do brasileiro no placar, até que perto do fim João aumentou o somatório. O surfista executou uma batida poderosa, rasgou com pressão na rabeta e bateu forte mais uma vez para conquistar 7.83 pontos e garantir a vitória. Seth (2º) e Matthew (3º) foram para a repescagem.
“Minha estratégia foi ficar de olho nas esquerdas e deu certo”, disse João Chianca. “Apesar de preferir as direitas que vão em direção ao Point, hoje (sexta-feira) eu senti que meu backside estava forte e as melhores ondas eram as esquerdas. Eu sabia que se pegasse duas boas, para executar manobras fortes, ia me garantir na próxima fase. É muito bom competir em casa, perto da minha família, amigos, com todos na praia. Mas, apesar de ter a torcida comigo, ainda tem muita coisa pela frente, então é importante manter o foco em cada bateria”.
Em busca do penta – O tetracampeão do Rio Pro superou um duelo complicado e venceu Samuel Pupo e Callum Robson. O australiano abriu larga vantagem no placar nos cinco minutos inicias com duas atuações de frontside. Callum voou alto com rotação para marcar 7.50 pontos. Logo depois ele rasgou e fez um reverse para anotar 5.17.
Aos nove minutos Samuel entrou no jogo. O atual vice-campeão da etapa voou numa direita com rotação e marcou 6.50 pontos. Dois minutos depois Filipe acelerou de frontside, decolou alto e fez a rotação completa, porém caiu na aterssiagem. Callum melhorou sua situação na bateria com um ataque de backside que valeu 6.33.
Samuel foi pra liderança aos 14 minutos. Ele voltou a acelerar numa direita, decolou e fez um giro completo antes de aterrissar com segurança. A performance valeu 8.00 pontos e a liderança. Em situação complicada na disputa, Filipe se movimentou rapidamente e tentou chegar perto com duas batidas fortes de backside executadas em sequência. Ele conquistou 6.90.
Filipe pegou a liderança aos 23 minutos. O surfista que venceu as últimas três edições do Rio Pro realizadas em Saquarema bateu forte, rasgou e deu mais duas pancadas, uma potente e outra escalando a crista. Ele precisava de 7.61 e marcou 7.63 pontos. Samuel passou a necessitar de 6.53 para vencer e Callum de 7.04.
Samuel e Callum ainda fizeram outras tentativas, porém sem sucesso. Os dois caíram para a repescagem e Filipe garantiu vaga nas oitavas de final.
“É sempre difícil competir contra o Samuel (Pupo). Ele estava fazendo uns aéreos bem altos, o Callum (Robson) também estava surfando bem e eu demorei um pouco para encontrar as ondas boas. Mas, depois que consegui a primeira, achei o ritmo e foi uma bateria bem divertida”, disse Filipe. “Eu me sinto muito bem aqui. Estou com minha família, a energia é muito boa e tento apenas ficar focado no processo dentro d´água. É um pouco difícil aqui no Brasil, porque fica muita coisa acontecendo, muitas demandas vindas de todos os lados. Mas tenho um apoio incrível do meu time, então consigo me concentrar para usar minha energia na competição”.
Italo sobrevoa Itaúna – Italo Ferreira fechou a primeira fase com os aéreos de backside. Logo no início o campeão mundial de 2019 decolou e aterrissou após uma rotação completa para marcar 8.00 pontos. Aos sete minutos ele voltou a voar na direita do Point de Itaúna com reverse. Ele ainda entrou no inside, virou pra esquerda e atacou a junção. A nota foi 7.00.
O italiano Leonardo Fioravanti (2º) e o japonês Kanoa Igarashi (3º) não acompanharam o ritmo intenso do brasileiro e foram eliminados precisando de nota na casa dos 9 pontos. Leonardo enfrenta o indonésio Rio Waida e Kanoa encara Callum Robson.
Mais brasileiros na repescagem – Além de Samuel e Medina, outros dois brazucas caíram para a repescagem. Caio Ibelli participou da primeira bateria do round. Ethan Ewing começou bem, depois se perdeu no confronto, caiu pra última posição, porém perto do minuto final fez um forte ataque de backside e venceu a disputa.
Ethan largou na frente e abriu vantagem para os adversários. Aos sete minutos ele surfou uma esquerda, bateu reto, rasgou e executou outra pancada. A atuação valeu 5.67 pontos. Dois minuitos depois ele voltou a atuar de backside. Dessa vez ele fez quatro manobras para anotar 6.50.
Depois de três ondas ruins, Caio entrou no jogo. Aos 14 minutos ele executou três manobras fortes numa esquerda, marcou 7.00 pontos e passou a precisar de 5.17 para vencer. O indonésio Rio Waida partiu para os voos na direita. No primeiro ele marcou 5.00 e no segundo 6.53. No terceiro ele decolou sem rotação e rasgou para anotar 7.43 e assumir a liderança.
Depois de começar bem, Ethan caiu de produção. Caio conseguiu colocar mais 5.47 pontos no somatório também com atuação de backside, porém chegou no final na necessidade de 6.97 para vencer. Ethan precisava de 7.46.
Rio trocou de nota (6.70) e ampliou a diferença para os adversário. Porém perto do minuto final o australiano usou a prioridade. Ethan executou quatro pancadas numa esquerda. Ele precisava de 7.63 pontos e marcou 7.70 para vencer. Rio ficou em segundo lugar e Caio em terceiro. O brasileiro enfrenta o havaiano Barron Mamiya na repescagem.
Jadson cai com o líder – Jadson André também terá que encarar a repescagem. Ele competiu com o líder do ranking e os dois perderam para o australiano Liam O’Brien.
Liam marcou 5.00 pontos em sua segunda performance no confronto. Jadson atuou pela primeira vez aos seis minutos. Ele usou a prioridade e foi pra esquerda. O brasileiro rasgou, mas agarrou um pouco, depois bateu na espuma, fez outra curva e bateu na junção para anotar 5.57. Griffin surfou a direita da mesma onda e voou com reverse para conquistar 5.60.
Griffin e Jadson fizeram várias tentativas até o final do confronto, porém não conquistaram uma segunda nota boa. Já o australiano achou as esquerdas perto do fim, trocou de nota duas vezes (5.13 e 5.20) e garantiu a vaga nas oitavas de final. Griffin e Jadson voltam a se enfrentar na repescagem.
Próxima chamada e previsão das ondas – O dia terminou com a segunda bateria da repescagem feminina. As últimas duas disputas do round ficaram para abrir o próximo dia de competição. A próxima chamada para Rio Pro acontece neste sábado (24), às 7h15 (de Brasília). De acordo com a previsão, as condições para o surfe devem ficar parecidas com as desta sexta-feira, talvez com ondas um pouco menores.
Rio Pro 2023
Round 1 masculino
1 Ethan Ewing (AUS) 14.20 x Rio Waida (IDN) 14.13, Caio Ibelli (BRA) 12.47
2 João Chianca (BRA) 14.83 x Seth Moniz (HAV) 10.20 x Matthew McGillivray (AFR) 8.96
3 Filipe Toledo (BRA) 14.53 x Samuel Pupo (BRA) 14.50 x Callum Robson (AUS) 13.83
4 Liam O’Brien (AUS) 10.33 x Jadson André (BRA) 8.24 x Griffin Colapinto (EUA) 6.73
5 Yago Dora (BRA) 15.53 x Gabriel Medina (BRA) 15.17 x Ian Gentil (HAV) 8.40
6 Ryan Callinan (AUS) 13.44 x Jack Robinson (AUS) 10.20 x Barron Mamiya (HAV) 6.26
7 John John Florence (HAV) 15.67 x Connor O’Leary (AUS) 10.83 x Jordy Smith (AFR) 9.63
8 Italo Ferreira (BRA) 15.00 x Leonardo Fioravanti (ITA) 11.40 x Kanoa Igarashi (JAP) 9.13
Repescagem
1 Griffin Colapinto (EUA) x Jadson André (BRA)
2 Connor O’Leary (AUS) x Ian Gentil (HAV)
3 Gabriel Medina (BRA) x Samuel Pupo (BRA)
4 Caio Ibelli (BRA) x Barron Mamiya (HAV)
5 Jack Robinson (AUS) x Seth Moniz (HAV)
6 Matthew McGillivray (AFR) x Jordy Smith (AFR)
7 Leonardo Fioravanti (ITA) x Rio Waida (IDN)
8 Callum Robson (AUS) x Kanoa Igarashi (JAP)
Round 1 feminino
1 Gabriela Bryan (HAV) 12.13 x Molly Picklum (AUS) 11.94 x Stephanie Gilmore (AUS) 11.06
2 Lakey Peterson (EUA) 9.00 x Carissa Moore (HAV) 8.14 x Silvana Lima (BRA) 7.43
3 Tyler Wright (AUS) 11.17 x Johanne Defay (FRA) 10.26 x Caitlin Simmers (EUA) 10.07
4 Caroline Marks (EUA) 12.50 x Tatiana Weston-Webb (BRA) 10.90 x Bettylou Sakura Johnson (HAV) 10.27
Repescagem
1 Carissa Moore (HAV) 10.50 x 10.00 Silvana Lima (BRA)
2 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 11.54 x 11.14 Stephanie Gilmore (AUS)
3 Molly Picklum (AUS) x Johanne Defay (FRA)
4 Tatiana Weston-Webb (BRA) x Caitlin Simmers (EUA)