O Brasil chegou perto, mas deu Havaí na temporada 2021. Carissa Moore perdeu a primeira disputa contra Tatiana Weston-Webb no Rip Curl WSL Finals, mas venceu as duas baterias seguintes e garantiu o pentacampeonato mundial.
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As finais foram realizadas em Trestles, Califórnia (EUA), nesta terça-feira (14) de altas ondas, com séries de até 2 metros. Tati venceu a primeira por 15.20 a 14.06 pontos, mas perdeu a segunda pelo placar de 17.26 a 15.60, e a bateria decisiva por 16.60 a 14.20.
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Como chegou na etapa como líder do ranking, Carissa esperou a adversária na luta pelo título. Tatiana, vice-líder, competiu primeiro. Ela venceu de virada a australiana Sally Fitzgibbons e se garantiu na melhor de três contra Carissa.
A brasileira começou mal no pico de Trestles, Califórnia (EUA), e viu a australiana anotar 4.83 e 6.00 pontos nas duas primeiras tentativas. Logo depois Sally colou com mais 5.73 no somatório.
Porém Tati deu um gás na segunda metade da bateria de 35 minutos. Quando restavam 17 para o fim, a brazuca executou duas rasgadas e duas batidas para entrar no jogo com 5.17 pontos.
Na necessidade de 6.56 pontos, a brasileira aproveitou a prioridade e pegou uma direita da série quando faltavam oito minutos para o término do confronto. Tati bateu de leve para ganhar a seção, depois rasgou forte embaixo do lip, rasgou forte novamente, puxou a prancha pra perto da parte forte da onda e completou uma batida na junção de espuma.
Finais – O Brasil saiu na frente na finalíssima do Rip Curl WSL Finals. Tati venceu a primeira bateria contra Carissa e ficou a uma vitória do título mundial. Durante todo o dia, o caminho para as vitórias passou pelas direitas, e a brasileira foi vertical e agressiva quando teve chance.
Com 14 minutos de bateria, a havaiana colocou pressão na brasileira ao marcar 8.33 pontos com boas e fortes manobras de frontside. Tati passou a precisar de 8.56 e foi com tudo em busca da pontuação.
Rapidamente a brasileira deu o troco. Ela rasgou na parte forte da onda, executou outra rasgada, puxando a prancha para a parte potente da direita, e bateu vertical para fechar a apresentação. A nota 7.33 pontos diminuiu a diferença para 6.74.
Carissa tentou ampliar a diferença, mas não encontrava boas ondas e errava nas manobras. Então, quando restavam nove minutos para o fim, Tati fez quatro manobras, anotou 6.93 pontos, assumiu a liderança e venceu a primeira da melhor de três.
“Depois dessa bateria, vim caminhando na areia com uma crise de ansiedade, pensando que ia perder o título, mas, por sorte, tenho uma equipe muito boa e recebi grande apoio da minha família, amigos e especialmente meu marido. Ele olhou para mim e falou: se tem alguém que pode conseguir reverter isso, é você! Isso me tranquilizou”, contou Carissa Moore.
Segundo duelo da final – Precisando da vitória, Carissa começou muito forte a segunda bateria da final, com uma direita que valeu 8.93 pontos. A brasileira deu um gás e tentou voltar para o jogo, mas acabou derrotada.
Ainda no início, Carissa colocou mais 5.83 pontos no somatório e abriu larga vantagem em cima da brasileira. Tati tentou dar o troco com 7.93, após um forte ataque de backside no pico de Trestles, mas logo depois a havaiana anotou mais 7.67 e impôs grande dificuldade para a brazuca.
O tempo passou e só nos últimos minutos as atletas voltaram a apresentar boas performances. Carissa surfou na prioridade da brasileira e colocou mais 8.33 pontos no placar, e Tati pegou a segunda da série e conquistou 7.67. O placar ficou Carissa 17.26 contra 10.93 da brasileira.
Duelo decisivo – As duas começaram sem impacto no último e decisivo confronto, que valia o título mundial. Carissa foi a primeira a conquistar uma nota forte, aos oito minutos de duelo (7.00). Quatro minutos depois ela foi ainda melhor, depois de partir para mais um ataque numa direita e anotar 8.00 pontos.
Tati ficou em maus lençóis, mas respondeu a altura, com manobras contundentes de backside que valeram 8.03 pontos. Mas a havaiana voltou a aprontar na sequência, ao marcar 8.60 com potentes curvas numa direita. O tempo passou e a brasileira não conseguiu alterar o resultado, que deu o quinto título mundial para a havaiana. Carissa venceu o circuito nos anos de 2011, 2013, 2015 e 2019, e agora em 2021.
“Este ano foi incrível e essa foi a primeira vez que eu ganhei o título dentro d’água, competindo, então foi mais especial ainda por isso”, disse Carissa Moore. “O início foi meio assustador para mim hoje aqui, não foi do jeito que eu gostaria e, sem dúvidas, este novo formato gerou mais pressão e muito estresse. Mas, foi bom ter outras quatro ótimas surfistas aqui que respeito muito, a Stephanie (Gilmore), a Sally (Fitzgibbons), a Johanne (Defay) e a Tati (Tatiana Weston-Webb). Elas são muito talentosas, dedicadas, resilientes e quero dar os parabéns para todas, especialmente para a Tati, que fez uma batalha incrível comigo”.
Início do dia final – O Rip Curl WSL Finals começou com as meninas e com vitória da França. Johanne Defay achou as melhores ondas da bateria de 35 minutos, enquanto a australiana Stephanie Gilmore não entrou em sintonia com o pico de Trestles e foi eliminada.
Stephanie só surfou direitas, e muitas com a parede espumada e balançando. A australiana não conseguiu completar nenhuma onda. Já a francesa optou por surfar também as esquerdas e foi formando o somatório.
Johanne colocou 5.67 pontos aos dez minutos de confronto, com três manobras numa esquerda. Depois aumentou a distância no placar com outra esquerda, que foi longa, porém sem manobras expressivas, que valeu 4.17. Mas o golpe final veio quando restavam apenas cinco minutos para o término do duelo. A surfista soltou três rasgadas, mais uma batida na junção de uma direita, colocou mais 6.50 pontos no somatório.
Naquele momento, a australiana necessitava de 8.67 pontos. Stephanie tentou ficar mais ativa, porém continuou errando as manobras e se despediu da prova.
Johanne x Sally – Sally não foi bem no início da bateria seguinte, até mesmo quando fez uma onda inteira. Com três manobras fracas numa direita, a aussie fez apenas 3.33 pontos. Johanne também não começou bem, mas no quinto minuto de duelo fez duas manobras fortes de frontside e anotou 5.83.
A australiana voltou para a liderança alguns minutos depois com 4.50 pontos. A francesa usou a prioridade e foi em busca dos 2.00 que precisava, mas a onda fechou.
O mar ficou flat durante uns minutos, e Sally escolheu uma direita com boa parede e fez algumas manobras, sendo uma rasgada alongada e uma batida os movimentos mais expressivos da atuação. A nota 6.83 deixou a francesa na necessidade de 5.57 para reverter o placar, mas ela não teve mais tempo e acabou eliminada.
Resultados do Rip Curl WSL Finals
Feminino
Bateria 1
Johanne Defay (FRA) 12.17 x 6.70 Stephanie Gilmore (AUS)
Bateria 2
Sally Fitzgibbons (AUS) 11.33 x 6.86 Johanne Defay (FRA)
Bateria 3
Tatiana Weston-Webb (BRA) 13.17 x 11.73 Sally Fitzgibbons (AUS)
Bateria 4
Tatiana Weston-Webb (BRA) 15.20 x 14.06 Carissa Moore (HAV)
Bateria 5
Carissa Moore (HAV) 17.26 x 15.60 Tatiana Weston-Webb (BRA)
Bateria 6
Carissa Moore (HAV) 16.60 x 14.20 Tatiana Weston-Webb (BRA)
Masculino
Bateria 1
Conner Coffin (EUA) 15.00 x 9.84 Morgan Cibilic (AUS)
Bateria 2
Filipe Toledo (BRA) 16.57 x 14.33 Conner Coffin (EUA)
Bateria 3
Filipe Toledo (BRA) 15.97 x 12.44 Italo Ferreira (BRA)
Bateria 4
Gabriel Medina (BRA) 16.30 x 15.70 Filipe Toledo (BRA)
Bateria 5
Gabriel Medina (BRA) 17.53 x 16.36 Filipe Toledo (BRA)