Metade dos brasileiros inscritos no Surf Ranch Pro 2021 estrearam no primeiro dia do evento, e três já garantiram vagas na segunda fase. Um deles é Filipe Toledo, que deu espetáculo e fez as maiores marcas da sexta-feira (18). O primeiro round segue no sábado e Gabriel Medina é um dos oito brazucas que ainda vão estrear no evento.
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Filipinho foi o melhor surfista entre os 24 homens que já estrearam na prova, que é a sexta do Circuito Mundial 2021. O brasileiro estraçalhou uma direita e uma esquerda, conquistou duas notas no critério excelente, as duas maiores do dia, assumiu a primeira posição no geral até o momento e já se garantiu na segunda fase do evento.
Filipe completou todas as quatro ondas que surfou, na piscina de ondas perfeitas de Lemoore, na Califórnia (EUA). Na primeira direita que pegou, logo mostrou suas armas e largou com 8.87 pontos, a maior nota da etapa até aquele momento. Porém, a segunda performance na esquerda foi ainda melhor.
O brasileiro trocou de prancha, foi ainda mais vertical nas manobras, voou com reverse antes do primeiro tubo, e ainda decolou novamente após o canudo para anotar 8.93 pontos e terminar o espetáculo que todos esperavam do cara, que é o atual vice-campeão das duas últimas edições do evento.
“A vibe está demais aqui. Estou com a minha família, meus filhos, meus amigos e está sendo incrível”, disse Filipe Toledo. “Eu passei os últimos 3 meses na Austrália, em seguida fui para El Salvador e estou muito feliz por finalmente estar em casa. Essa energia é o meu combustível para sair todos os dias e fazer meu trabalho. Eu usei uma prancha quadriquilha (quatro quilhas) e senti que andei bem rápido nas manobras com ela. Ainda estou testando qual eu vou usar, mas as duas pranchas que surfei hoje estão ótimas”.
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Outro brazuca que se classificou com vitória e show de surfe foi Yago Dora. O brasileiro foi o primeiro a executar um aéreo antes e outro depois do tubo na esquerda na edição 2021 do evento. Antes das decolagens, ele já havia jogado muita água para o alto, e a apresentação valeu 8.50 pontos, a primeira nota no critério excelente da competição. Com 5.87 conquistados na primeira apresentação da direita, Yago venceu a disputa com 14.37 pontos e terminou o dia em terceiro lugar no geral.
“Sim, eu me sinto muito bem nessa onda. Acho que ela encaixa com o meu surfe e me sinto muito confortável aqui”, disse Yago Dora. “Mas, ela também mostra todos seus pontos fracos, de como você consegue sua performance numa onda longa e manobrável. A direita foi meu ponto fraco nas outras etapas, mas sinto que melhorei muito meu backhand e estou me sentido bem. Acho que preciso acertar o aéreo no final da direita e posso surfar com mais força na esquerda, então tem o que melhorar ainda. Mas, venho treinado bastante para isso”.
Miguel também avançou, mas não com vitória. O brasileiro completou duas das quatro ondas surfadas na piscina e ficou em segundo lugar na bateria de abertura da competição.
Após cair na primeira direita, na entrada do primeiro tubo, Miguel completou a esquerda e anotou 6.60 pontos. Na segunda tentativa para a direita, o brasileiro fez a onda sem extrapolar e sem ficar fundo nos tubos, mas com segurança. A nota foi 6.23 e ele terminou o duelo com 12.83.
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Brasileiros na torcida – Além de Filipe, Yago e Miguel, o Brasil teve ainda outros três atletas em ação nesta sexta-feira, mas vão ter que torcer contra seus adversários para seguirem vivos na prova. Deivid Silva entrou na segunda bateria e terminou em quarto lugar.
Ele fez uma apresentação sem destaques na primeira direita que surfou, caindo apenas na manobra após o segundo tubo, já no final da onda. A atuação valeu 5.77 pontos. Deivid não completou a segunda direita e a primeira esquerda, mas na última performance foi até o fim e conquistou 6.13.
Número 13 – Adriano de Souza, que também competiu na sexta-feira, viu todos os brasileiros que entraram na água, até o português Frederico Morais, usarem o seu número 13 e o seu nome nas lycras. Foi uma homenagem para o capitão da seleção brasileira do CT, que está encerrando sua carreira neste seu 16º ano consecutivo na elite dos melhores surfistas do mundo.
“Nossa, vai doer ficar sem ele no Tour”, disse Filipinho. “Ele é um legend no esporte e não só para os brasileiros. Ele está no Tour há muito tempo, competiu contra o Kelly Slater no auge, o Andy Irons, só ícones e agora está competindo com a gente, tendo tanta história por trás. O significado do número que ele usa na lycra, tudo isso tem muito peso e estou honrado de usar essa lycra para homenagear ele neste evento”.
Mineirinho participou do terceiro confronto, o mesmo de Yago, e foi muito bem. Ele escovou as duas direitas que surfou, errou a primeira esquerda e acertou a segunda. Na primeira direita arrancou 7.60 e na segunda foi ainda melhor, com 7.83 pontos.
Então Adriano foi pra última performance, na esquerda, com um surfe mais conservador, porém sem deixar de explodir água para o alto. Ele completou a onda e garantiu mais 5.97 pontos, porém não foi suficiente para já garantir vaga no segundo round.
Isso porque Owen Wright também escovou as direitas (7.20 e 7.37) e também amassou uma esquerda (6.90) e ficou com a segunda vaga na bateria para a fase dos 24 melhores da prova.
Peterson Crisanto entrou na última bateria do dia, a quarta, ao lado de Filipe, e ficou em terceiro lugar. As melhores participações dele foram na segunda direita, quanto arrancou 5.67 pontos mesmo errando a última manobra, e na segunda esquerda, quando também completou a onda e conquistou 5.40.
Os três brasileiros não se garantiram de forma antecipada na segunda fase, porém têm chances se seus somatórios ficarem entre os 12 melhores sem contar os dos atletas já classificados.
Já classificados – Os atletas já classificados para a segunda fase do Surf Ranch Pro, além de Filipe, Yago e Miguel, são o japonês Kanoa Igarashi, os norte-americanos Kelly Slater e Conner Coffin, o australiano Owen Wright e o português Frederico Morais.
Chances iguais – No Surf Ranch Pro, o formato de competição é diferente das outras etapas, com chances iguais para todos e premiando o atleta mais completo, computando uma nota recebida surfando de frontside, com uma de backside. A onda criada pela máquina do Surf Ranch é perfeita, com seções de tubos e paredes lisinhas para fazer várias manobras de borda e até voar nos aéreos.
Na rodada inicial masculina, os 36 participantes são divididos em 6 baterias de 6 atletas. Cada um surfa quatro ondas, uma direita e uma esquerda em cada uma das duas entradas na piscina. Serão somadas a maior nota recebida nas direitas, com a maior nas esquerdas. Os dois melhores de cada bateria seguem na disputa do título, junto com mais 12 que totalizarem mais pontos no geral. Já os 12 piores são eliminados da competição.
Os 24 classificados têm mais uma chance de aumentar suas notas, surfando uma direita e uma esquerda, podendo trocar pelas notas que computou nas duas primeiras voltas. Destes 24, somente os que conseguirem as oito maiores somatórias, avançam para a semifinal. As pontuações são zeradas e esses oito voltam a surfar quatro ondas em duas entradas na piscina, pegando uma direita e uma esquerda em cada volta.
Novamente, será computada a maior nota recebida nas direitas e a maior nas esquerdas. Os dois que somarem mais pontos nesta rodada, vão decidir o título do Surf Ranch Pro. Na grande final, eles vão surfar mais quatro ondas em duas entradas na piscina. O campeão será quem conseguir mais pontos, somando a maior nota das direitas com a maior das esquerdas.
Próxima chamada – O Surf Ranch Pro segue neste sábado (19) com transmissão ao vivo pelo Waves, e o Brasil vai ter a estreia de Gabriel Medina, Italo Ferreira, Caio Ibelli, Jadson André, Alex Ribeiro e Lucas Vicente.
A próxima chamada acontece às 12h08 (de Brasília).
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Surf Ranch Pro 2021
Primeira fase masculina
1 – 1 Kanoa Igarashi (JPN) 15.33, 2 Miguel Pupo (BRA) 12.83, 3 Griffin Colapinto (EUA) 12.43, 4 Connor O´Leary (AUS) 12.40, 5 Ethan Ewing (AUS) 11.17, 6 Nat Young (EUA) 9.90
2 – 1 Kelly Slater (EUA) 13.70, 2 Conner Coffin (EUA) 13.00, 3 Ryan Callinan (AUS) 12.16, 4 Deivid Silva (BRA) 11.90, 5 Matthew McGillivray (AFR) 9.07, 6 Michael Dunphy (EUA) 8.43
3 – 1 Yago Dora (BRA) 14.37, 2 Owen Wright (AUS) 14.27, 3 Adriano de Souza (BRA) 13.80, 4 Morgan Cibilic (AUS) 10.90, 5 Patrick Gudauskas (EUA) 9.34, 6 Mikey Wright (AUS) 6.00
4 – 1 Filipe Toledo (BRA) 17.80, 2 Frederico Morais (PRT) 13.67, 3 Peterson Crisanto (BRA) 11.07, 4 Leonardo Fioravanti (ITA) 10.93, 5 Eli Hanneman (HAV) 8.93, 6 Liam O´Brien (AUS) 7.03
Baterias que vão abrir o sábado
5 – Lucas Vicente (BRA), Alex Ribeiro (BRA), Wade Carmichael (AUS), Jack Robinson (AUS), Caio Ibelli (BRA), Italo Ferreira (BRA)
6 – Jabe Swierkocki (EUA), Adrian Buchan (AUS), Jack Freestone (AUS), Jadson André (BRA), Seth Moniz (HAV) e Gabriel Medina (BRA)
Primeira fase feminina
1 – 1 Tatiana Weston-Webb (BRA) 14.83, 2 Stephanie Gilmore (AUS) 13.57, 3 Isabella Nichols (AUS) 12.53, 4 Malia Manuel (HAV) 12.13, 5 Brisa Hennessy (CRI) 10.03, 6 Alyssa Spencer (EUA) 9.43
Baterias do sábado
2 – Coco Ho (HAV), Amuro Tsuzuki (JPN), Nikki Van Dijk (AUS), Courtney Conlogue (EUA), Johanne Defay (FRA) e Sally Fitzgibbons (AUS)
3 – Caitlin Simmers (EUA), Kirra Pinkerton (EUA), Sage Erickson (EUA), Keely Andrew (AUS), Caroline Marks (EUA) e Carissa Moore (HAV)
Top-16 do primeiro dia
1 Filipe Toledo (BRA) – 17,80 pontos (D-8,87+8,93-E)
2 Kanoa Igarashi (JPN) – 15,33 pontos (D-7,83+7,50-E)
3 Yago Dora (BRA) – 14,37 pontos (D-5,87+8,50-E)
4 Owen Wright (AUS) – 14,27 pontos (D-7,37+6,90-E)
5 Adriano de Souza (BRA) – 13,80 pontos (D-7,83+5,97-E)
6 Kelly Slater (EUA) – 13,70 pontos (D-7,43+6,27-E)
7 Frederico Morais (PRT) – 13,67 pontos (D-7,00+6,67-E)
8 Conner Coffin (EUA) – 13,00 pontos (D-7,17+5,83-E)
9 Miguel Pupo (BRA) – 12,83 pontos (D-6,23+6,60-E)
10 Griffin Colapinto (EUA) – 12,43 pontos (D-5,33+7,10-E)
11 Connor O´Leary (AUS) – 12,40 pontos (D-5,57+6,83-E)
12 Ryan Callinan (AUS) – 12,16 pontos (D-6,53+5,63-E)
13 Deivid Silva (BRA) – 11,90 pontos (D-5,77+6,13-E)
14 Ethan Ewing (AUS) – 11,17 pontos (D-7,67+3,50-E)
15 Peterson Crisanto (BRA) – 11,07 pontos (D-5,67+5,40-E)
16 Leonardo Fioravanti (ITA) – 10,93 pontos (D-5,20+5,73-E)