Deu Estados Unidos na categoria masculina do Surf Ranch Pro. Griffin Colapinto venceu três brasileiros neste domingo (28), sendo Italo Ferreira na final, e garantiu sua primeira vitória no ano. Essa foi a terceira decisão do norte-americano na temporada 2023. O resultado dá a ele a liderança do ranking. O segundo lugar é o melhor resultado do ano para o brasileiro, que agora é o 11º na lista dos melhores.
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Griffin começou a final de forma conservadora, mas intesa e correta. Na direita ele fez um surfe bem feito, mas sem surpresas. Na última seção o norte-americano tentou um aéreo reverse, mas errou. Ele conquistou 7.83 pontos. Griffin também não arriscou na esquerda. Ele encaixou na linha, acertou boas e fortes manobras, fez o tubo e fechou a performance com um reverse para anotar 8.70.
Italo largou com 8.13 pontos. O surfista começou a direita com quatro manobras verticais, depois surfou o que pode ter sido o tubo mais longo de todo o evento. Na saída o atleta seguiu intenso e agressivo. Depois ele passou novamente por dentro do canudo e fez um reverse no final.
O brasileiro foi pra esquerda na necessidade de 8.40 pontos para reverter o resultado. Ele destruiu a onda variando as manobras, passando a rabeta por cima da crista em algumas batidas, executando rasgadas de diferente maneiras e ainda voou no meio da onda e após o tubo. Italo assumiu a liderança com 8.70.
Griffin abriu a segunda rodada de forma arrasadora. O surfista dos Estados Unidos variou as manobras, arriscou em vários movimentos, decolou e fez os tubos. Ele necessitava de 8.13 pontos para assumir a liderança e marcou 9.07. Na sequência ele chegou no final da esquerda com uma atuação pior do que a primeira, então tentou impressionar os juízes com um voo alto, porém caiu na aterrissagem. Ele marcou 7.00 e não aumentou seu somatório.
Italo foi para as últimas duas ondas do Surf Ranch Pro 2023 precisando melhorar sua pontuação. Na direita ele foi em busca de 9.07 para vencer. O brasileiro levantou parte da torcida na piscina com uma atuação espetacular. Italo foi agressivo, bateu reto várias vezes, fez curvas com pressão e arriscou com um aéreo no meio da onda. Além disso pegou os dois tubos, o primeiro muito longo, e ainda fez uma rabetada com reverse. Ele trocou a nota 8.13 por 8.43.
O campeão de 2019 foi para a última onda na necessidade de 9.34 pontos para ser campeão. Ele começou forte, mas caiu da prancha e terminou a etapa em segundo lugar.
“Foi um longo dia e estou muito feliz com meu desempenho no evento dessa vez”, disse Italo Ferreira, no pódio do Surf Ranch Pro. “Eu cheguei aqui com muita confiança de conseguir um bom resultado e parabéns ao Griffin (Colapinto), a Carissa (Moore) e a Caroline (Marks). Vocês deram tudo de si para estarem aqui. Estou feliz por estar fazendo parte desse pódio e muito obrigado a todos os fãs pela torcida e todo o apoio hoje, vocês foram incríveis”.
Griffin subiu três posição no ranking com a vitória e agora é o primeiro colocado. Ele vai competir na etapa de El Salvador (8 a 18 de junho) com a camisa amarela. Já Italo, que estava em 16º lugar, agora é o 11º. O ex-líder João Chianca agora está em segundo e Filipe Toledo caiu de segundo para terceiro.
“Significa muito para mim, ganhar um CT aqui na Califórnia, especialmente aqui onde todos têm oportunidades iguais para surfar e vai muito além da sua capacidade física”, disse Griffin Colapinto. “Eu trabalhei muito duro para conseguir isso e agora estou me sentindo muito bem. Todos os meus amigos e familiares estão aqui, então vencer com eles todos presentes, é uma loucura. Essa final foi alucinante e eu estou nas nuvens agora. Foi difícil ver as ondas do Italo (Ferreira), torcendo para ele cair e não tinha ideia de que poderia ser o número 1 do ranking. É uma sensação incrível saber que vou usar a lycra amarela”.
O eliminador de brasileiros – Griffin só enfrentou brasileiros neste domingo. Antes de chegar na final ele mandou pra casa Yago Dora nas quartas e Filipe Toledo na semi.
Contra Filipe o norte-americano caiu nas duas ondas da primeira rodada. Griffin marcou 6.33 na direita e 4.33 na esquerda. Filipe também caiu na primeira direita (4.83), mas na esquerda ele foi bem. O brasileiro não se soltou completamente na atuação, ainda assim deu aula. Ele só usou o progressivo após o tubo, com um Varial, mas antes já havia manobrado de várias formas e com muita intensidade. Também fez um bom tubo. A nota foi 8.50 pontos.
O norte-americano foi pra segunda rodada precisando de 9.00 pontos na direita para vencer, porém perdeu a linha da onda em alguns momentos. Ainda assim ele fez bons movimentos, executou uma rabetada e pegou os tubos. Griffin voou sem giro na parte final, mas caiu na base da onda. Ele conquistou 7.17 pontos.
Griffin não virou a direita, mas passou a precisar de 6.17 pontos na esquerda pra superar Filipinho. O surfista dos Estados Unidos fez muitas manobras em sequência, como batidas retas e fortes, passou pelo canudo e errou a rabetada na parte final. A nota 8.43 levou-o pra liderança.
Filipe ainda podia reverter a situação. Na seguinta direita ele foi em busca de 7.10 pontos. Novamente o brasileiro teve um início arrasador, inclusive voando com reverse, mas depois do tubo ele rasgou invertendo a direção da prancha e ficou um pouco pra trás da onda. Ele ainda conseguiu voltar pra parede aberta e tentou uma rabetada, mas caiu da prancha. A nota 5.60 não mudou sua situação.
O brasileiro ficou em situação delicada, precisando de uma nota máxima na esquerda para garantir uma vaga na final. Ele buscou uma linha diferente, voou duas vezes ao longo da onda, numa delas num Varial, e fez o tubo de base trocada. Ele recebeu 6.60 pontos e se despediu da etapa.
Yago falha de frontside – Griffin e Yago Dora se enfrentaram na bateria de abertura das quartas. A melhor performance do brasileiro na bateria aconteceu na primeira atuação. Ele teve boa performance de backside, com muitas pancadas verticais. Yago não variou tanto o repertório. No primeiro tubo o atleta ficou perto da porta e saiu rápido, e no segundo conseguiu mais profundidade. O brazuca errou a tentativa de reverse na última seção da onda. A nota foi 6.50 pontos.
Depois de Yago cair da prancha na primeira atuação pra esquerda, Griffin estreou na disputa. O norte-americano cometeu um pequeno erro no início da onda, mas depois surfou um tubo longo e muito fundo. Na sequência soltou as manobras, duas delas invertendo a direção da prancha. O surfista dos Estados Unidos ainda pegou o outro canudo e voou sem rotação na saída, porém caiu. Ele conquistou 6.67 pontos.
Griffin chegou no critério excelente na esquerda. O norte-americano começou mais lento, depois foi colocando mais força e verticalidade nas manobras. Em alguns ataques passou a rabeta por cima do lip. Fez um tubo limpo e finalizou a apresentação com uma rabetada com reverse. A nota foi 8.00 pontos.
Yago não conseguiu trocar a nota da direita, e foi pra sua segunda esquerda na necessidade de 8.17 pontos para superar o norte-americano. Ele estava bem, mudando a abordagem a cada ataque, mas na primeira rabetada perdeu o equilíbrio e caiu, sendo eliminado da etapa. Com o resultado Yago se manteve na nona posição no ranking.
O norte-americano ainda tinha uma direita e uma esquerda. Na direita ele caiu após o tubo e na esquerda ele foi até o fim, quando tentou um aéreo e caiu.
Caminho de Italo – Italo Ferreira enfrentou João Chianca nas quartas e Ethan Ewing na semi. Ele foi contundente no duelo brasileiro. O campeão mundial de 2019 colocou duas notas no critério excelente no somatório e venceu com folga o ex-líder do ranking que cometeu muitos erros.
A bateria começou com Italo na direita. Ele marcou 7.50 pontos e foi com tudo pra esquerda. O brazuca destruiu a onda. O atleta foi intenso desde o início, com pancadas agressivas, além de curvas acentuadas. Italo voou também no meio da apresentação e na seção final, as duas vezes com rotação. A performance valeu 9.07 pontos.
Depois de João errar nas suas duas ondas iniciais, Italo trocou de nota na direita (8.20) e colocou ainda mais pressão em cima do adversário. Ele ainda forçou as manobras na esquerda e voou muito alto num Superman, mas caiu na aterrissagem e não trocou a pontuação.
Pressionado, João começou forte na direita, mas tentou ficar muito fundo no tubo e foi engolido pela bola de espuma. A queda decretou sua derrota. Ele ainda foi pra última esquerda e fez sua melhor apresentação na bateria (5.83).
Italo despacha Ethan – Italo garantiu vaga na final após barrar Ethan Ewing na segunda semi do Surf Ranch Pro. O australiano acabou com a primeira direita do confronto. O atleta surfou com muita velocidade, fluidez e força, variou as manobras e decolou com reverse no meio da onda. Fez dois bons tubos e errou a rasgada de finalização para largar com 9.03 pontos. O aussie também fez uma bela esquerda. Ele mostrou estar muito mais confiante do que no início da etapa, arriscou mais, não cometeu erros, fechou a apresentação com um reverse e marcou 7.33.
Italo não sentiu a pressão e fez um surfe muito seguro e intenso na primeira direita. Ele não errou em nenhum momento, bateu forte, manteve a velocidade, fez tubos limpos e finalizou com um reverse. A nota foi 8.43 pontos. O campeão mundial de 2019 foi muito veloz e explosivo na esquerda. Italo começou muito forte, voou com reverse no meio da onda, desgarrou a rabeta e derrapou. O atleta também surfou o tubo e só caiu no voou na parte final. Com 8.17 ele assumiu a liderança.
O australiano não trocou de nota na direita e foi pressionado para a esquerda, na necessidade de 7.57 pontos para ultrapassar o brasileiro no placar. Ele soltou as manobras, mas quando inverteu a direção ra prancha, demorou pra retomar a posição correta e perdeu a seção seguinte. Ali ele se despediu do Surf Ranch Pro. Ethan agora subiu da quinta para a quarta posição do ranking.
Medina em quinto lugar – O outro brasileiro que competiu neste domingo foi Gabriel Medina, bicampeão do Surf Ranch Pro. Pelas quartas de final o brasileiro marcou duas notas na casa dos oito pontos, mas perdeu para Ethan que tinha uma na casa dos nove.
O tricampeão mundial caiu da prancha na primeira performance pra direita. Ele estava se apresentando muito bem, mas perdeu o equilíbrio antes do segundo tubo na tentativa de uma rabetada. A nota foi 4.67 pontos. Na esquerda a história foi diferente. Ele destruiu a onda. O brasileiro apresentou um repertório variado, formado com manobras potentes. Além de batidas e rasgadas, ele deu uma descolada de rabeta com reverse, e voou duas vezes com rotação para anotar 8.67.
Assim como Medina, Ethan também não finalizou sua primeira direita. O australiano apresentou várias formas de rasgadas, todas com muita força e fluidez, bateu e ficou fundo por um longo tempo no tubo. Porém, antes da segunda seção oca da onda, Ethan chutou a rabeta e caiu da prancha. A nota foi 5.83 pontos.
A apresentação de Ethan na esquerda foi segura, com bom link de manobras. Os ataques foram fortes, porém em apenas duas ocasiões ele inverteu a direção da prancha, uma delas na finalização. O australiano conquistou 6.57 pontos.
Medina dificultou o cainho de Ethan quando atuou pela segunda vez de backside. O brasileiro destruiu a onda. Medina optou por não usar o reverse no meio da apresentação, mas variou algumas batidas, rasgou forte e ficou fundo nos dois tubos. Finalizou a onda chutando a rabeta por cima do lip e completando um reverse. Ele recebeu 8.00 pontos. O brasileiro não trocou nota na segunda esquerda.
O australiano voltou pra piscina e precisava trocar as duas notas para vencer. Ele arriscou mais e se deu bem. Ethan repetiu a boa pegada, potência e fluidez, e colocou rabetada com rotação e aéreo reverse de baixa altura na parte final. Ele marcou 9.07 pontos.
Ethan foi pra sua última apresentação na bateria precisando de 7.60 pontos para vencer. Ele teve outra atuação segura de backside, mas sem o progressivo. Ethan até tentou chutar a rabeta em duas ocasiões no meio da onda, mas não chegou a inverter a direção da prancha. No final surfou o tubo e fez uma rabetada com giro. A nota demorou a ser divulgada, mas ele conquistou exatamente o que precisava, 7.60, nota que eliminou Gabriel Medina. O brasileiro subiu do sétimo para o sexto lugar na lista dos melhores.
Surf Ranch Pro 2023
Final Masculina
Griffin Colapinto (EUA) 17.77 x 17.13 Italo Ferreira (BRA)
Semifinais
1 Griffin Colapinto (EUA) 15.60 x 14.10 Filipe Toledo (BRA)
2 Italo Ferreira (BRA) 16.60 x 16.36 Ethan Ewing (AUS)
Quartas de final
1 Griffin Colapinto (EUA) 14.67 x 9.43 Yago Dora (BRA)
2 Filipe Toledo (BRA) 17.20 x 16.17 Leonardo Fioravanti (ITA)
3 Ethan Ewing (AUS) 16.67 x 16.67 Gabriel Medina (BRA)
4 Italo Ferreira (BRA) 17.27 x 8.33 João Chianca (BRA)
Final Feminina
Carisa Moore (HAV) 16.53 x 15.43 Caroline Marks (EUA)
Semifinais
1 Caroline Marks (EUA) 15.53 x 15.00 Caitlin Simmers (EUA)
2 Carissa Moore (HAV) 18.00 x 14.77 Tatiana Weston-Webb (BRA)
Ranking do CT Masculino após o Surf Ranch Pro
1 Griffin Colapinto (EUA) 35.090 pontos
2 João Chianca (BRA) 33.000
3 Filipe Toledo (BRA) 31.660
4 Ethan Ewing (AUS) 28.895
5 Jack Robinson (AUS) 26.545
6 Gabriel Medina (BRA) 24.705
7 John John Florence (HAV) 23.555
8 Ryan Callinan (AUS) 21.080
9 Yago Dora (BRA) 20.790
10 Leonardo Fioravanti (ITA) 20.515
11 Italo Ferreira (BRA) 19.090
12 Connor O’Leary (AUS) 18.885
13 Matthew McGillivray (AFR) 17.460
14 Caio Ibeli (BRA) 16.810
15 Jordy Smith (AFR) 16.035
16 Callum Robson (AUS) 15.385
17 Kanosa Igarashi (JAP) 12.620
18 Barron Mamiya (HAV) 12.055
18 Liam O’Brien (AUS) 12.055
20 Rio waida (IDN) 10.990
21 Kelly Slater (EUA) 10.630
21 Ian Gentil (HAV) 10.630
23 Seth Moniz (HAV) 9.565
Ranking do CT Feminino após o Surf Ranch Pro
1 Carissa Moore (HAV) 39.490
2 Tyler wright (AUS) 34.295
3 Molly Picklum (AUS) 32.035
4 Caroline Marks (EUA) 29.040
5 Caitlin Simmers (EUA) 26.050
6 Tatiana Weston-Webb (BRA) 24.270
7 Stephanie Gilmore (AUS) 22.930
8 Lakey Peterson (EUA) 20.795
9 Gabriela Bryan (HAV) 18.660
9 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 18.660
11 Johanne Defay (FRA) 10.490