Tahiti Pro 2023

Yago e Medina garantidos nas quartas

Yago Dora e Gabriel Medina vencem pelas oitavas de final do Tahiti Pro 2023 e seguem vivos na luta por vagas no WSL Finals.

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Yago Dora está vivo no Tahiti Pro 2023.

O Brasil segue vivo na categoria masculina do Tahiti Pro 2023. Yago Dora e Gabriel Medina venceram suas baterias nas oitavas de final e seguem vivos na luta por vagas no WSL Finais, etapa que definirá em setembro os campeões da temporada. João Chianca e Caio Ibelli foram eliminados na repesagem, e Filipe Toledo caiu na fase seguinte.

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Nesta terça-feira (15) foram realizadas duas fases masculinas. Tatiana Weston-Webb, classificada para as quartas de final femininas, ganhou folga assim como todas as mulheres. Teahupoo funcionou com esquerdas de 5 a 8 pés de face e o vento soprou de lateral / terral durante a maior porte do dia.

Yago Dora competiu na terceira bateria das oitavas de final contra Kelly Slater. O norte-americano entrou na água duas vezes no dia. Na primeira participação ele superou o australiano Ryan Callinan. O duelo contra o brasileiro começou com muita ação. Quatro ondas foram surfadas em cinco minutos, duas por cada surfista. Kelly fez o melhor tubo, que valeu 5.67 pontos, e Yago largou com 5.50. Logo depois o brasileiro anotou 3.50 e o norte-americano 0.73.

Yago melhorou seu somatório com 4.50 pontos, nota conquistada com um tubo. Kelly deu o troco aos oito minutos. O surfista 11 vezes campeão do mundo passou por dentro e rasgou para conquistar 7.33 e assumir a liderança. O brasileiro passou a precisar de 7.50 para vencer.

Kelly Slater perde de virada perto do minuto final.

Kelly surfou duas ondas sem a prioridade, mas não alterou o placar. Yago só voltou a atuar aos 17 minutos. O brazuca pegou uma esquerda da série, mas o tubo ficou espumado e ele não conseguiu sair. O norte-americano pentacampeão da etapa ficou no pico e esperou por uma boa oportunidade. Ela apareceu perto dos dez minutos finais. O surfista voltou a ficar entocado e saiu limpo para marcar 6.93 pontos. Yago passou a buscar no mínimo 8.76 para se manter vivo na competição.

O norte-americano surfou aos 27 minutos, mas não alterou o somatório. Yago também entrou em ação na mesma série de esquerdas. Ele dropou e acelerou antes de entrar no tubo, ficar fundo por pouco tempo e sair limpo. A nota foi 6.50 pontos e ele passou a precisar de 7.76 para assumir a liderança da disputa.

Kelly usou a prioridade perto do minuto final e completou um canudo, mas não trocou de nota. Yago pegou a esquerda seguinte e ficou fundo por um longo tempo antes de sair ileso. O brasileiro comemorou muito a atuação. Os juízes avaliaram a performance e a nota 8.00 valeu a virada e a vaga nas quartas de final. Kelly Slater se despediu da etapa em nono lugar.

“A bateria foi sinistra. O Kelly (Slater), todo mundo sabe que é o Rei nessa onda, é o cara a ser batido, então era uma bateria muito difícil”, disse Yago Dora. “Ele começou muito forte e eu tive que lutar até o final. Teve momentos que eu até parei de acreditar, mas lutei até o fim e consegui pegar aquela última onda. Quando surfei a onda, sabia que eu ia virar, que tinha sido um tubo longo, difícil, então fiquei esperando a nota, mas ao mesmo tempo não pareceu real quando eu virei. Estou feliz demais, bateria muito importante e já estou ansioso pro próximo round”.

Yago Dora confirma a classificação para o WSL Finals se chegar na decisão do Tahiti Pro 2023. Se Yago perder na semi, Medina não pode ir pra final e John John Florence ou Jack Robinson não podem ser campeões. Caso Yago fique em quinto lugar no Tahiti Pro 2023, Medina não pode chegar na semifinal, John John nem Jack podem ser finalistas e Leonardo Fioravanti não pode ser o campeão.

O próximo adversário de Yago é Jack Robinson, australiano que foi o segundo melhor surfista do dia. Jack dominou totalmente a quarta bateria das oitavas de final. Ele chegou aos 22 minutos na liderança, com as duas maiores notas do duelo (7.00 e 5.67), então pegou o melhor tubo o dia para disparar na frente do placar com a nota 9.40 pontos. O somatório de 16.40 foi o maior da terça-feira. Ele venceu seu conterrâneo Liam O’Brien.

Medina segue vivo na Polinésia – O outro brasileiro vivo na categoria masculina do Tahiti Pro 2023 é Gabriel Medina. Ele competiu na sétima bateria das oitavas e venceu o havaiano Seth Moniz.

Medina apostou em começar a bateria surfando muitas ondas em Teahupoo, na Polinésia Francesa. As duas primeiras foram fracas, mas a terceira, que ele entrou aos cinco minutos, rendeu um tubo e a nota 6.00 pontos. Depois de Seth começar com 0.67, aos nove minutos o brasileiro fez um drop rápido e finalizado já dentro do canudo. Ele sumiu no lá dentro da esquerda e saiu limpo. A performance valeu 8.17 e ele disparou na frente do placar.

O brasileiro segurou a prioridade até os 17 minutos, porém escolheu uma onda ruim da série e não trocou de nota. Ele ainda entrou em ação na esquerda seguinte, mas o tubo foi curto. Seth pegou a prioridade, mas logo depois errou na escolha e passou a vez para Medina. O havaiano seguia na necessidade de 14.17 pontos para vencer.

Seth completou um canudo numa onda pequena aos 22 minutos, conquistou 6.67 pontos e voltou pro jogo, porém ele ainda precisava de 7.51 para vencer. O havaiano atuou logo depois, mas não mexeu no placar. Medina segurou a prioridade e deixou passar uma onda sem potencial de nota alta para Seth, que fez um tubo rápido e depois foi derrubado pela crista. Fim de bateria e Medina avançou no Tahiti Pro.

Gabriel Medina chegou no Taiti em sexto lugar no ranking e precisa subir no mínimo uma posição para disputar o título mundial em setembro no WSL Finals. Se ele vencer a etapa estará garantido na decisão. Se for o vice-campeão, precisa torcer para Yago Dora, John John John Florence e Jack Robinson não vencerem o Tahiti Pro. Se parar nas semifinais, Yago não pode chegar nas quartas, John John e Jack não devem ser finalistas e Leonardo Fioravanti e Ryan Callinan não podem vencer.

Gabriel Medina busca classificação para o WSL Finals e as Olimpíadas Paris 2024.

Melhor do dia – O próximo adversário de Medina é John John Florence. O havaiano fechou o dia com espetáculo de surfe. Ele pegou o melhor tubo (9.57) e venceu o indonésio Rio Waida com o maior somatório do Tahiti Pro até o momento (17.64).

Baixas brasileiras – A terça-feira começou com as disputas da repescagem, e João Chianca competiu no terceiro duelo. O brasileiro não começou bem. Ele usou a prioridade aos seis minutos, executou um drope difícil, mas não conseguiu fazer o tubo. Kauli, que já havia marcado 3.00 pontos, surfou novamente, logo depois do brasileiro, e completou um canudo limpo para anotar 6.00. João tentou dar o troco na sequência, mas novamente não achou a saída.

O brasileiro ficou ativo e completou dois tubos, porém não conquistou notas altas. A melhor das suas quatro apresentações iniciais valeu 3.33 pontos. A taitiano voltou a passar por dentro de Teahupoo aos 13 minutos. Kauli ficou fundo, chegou a sumir duas vezes, e apareceu para executar um cutback e uma batida na junção. A performance valeu 7.00. Com isso ele deixou João na necessidade de 9.67 pontos para avançar.

Como precisava de nota alta, João segurou a prioridade e passou a esperar pelas séries. Aos 26 minutos o brazuca entrou em ação. A esquerda era grande, mas ainda assim o tubo ficou apertado e espumado e ele caiu da prancha. Dali pro final não houve troca de notas e o brasileiro se despediu da competição.

João Chianca perde na repescagem.

João chegou no Taiti em quarto lugar no ranking. Para chegar no WSL Finals ele precisa continuar entre os cinco melhores. Para isso acontecer, Gabriel Medina não pode ser campeão do Tahiti Pro numa final em cima de Yago Dora, e John John Florence não pode vencer Yago na decisão. Qualquer outro resultado coloca João na etapa que decide o título mundial.

Kauli Vaast, atual vice-campeão do Tahiti Pro, compete este ano novamente como convidado. Ele ocupou a vaga do lesionado Italo Ferreira. O taitiano voltou a competir no dia contra o norte-americano Griffin Colapinto nas oitavas, e se deu bem. Kauli enfrenta o itailiano Leonardo Fioravanti nas quartas. Mesmo com a derrota, Griffin subiu de terceiro para o segundo lugar no ranking.

“Eu estava pronto para enfrentar qualquer coisa, mas sabia que as condições (do mar) estavam bem complicadas e que precisava fazer o meu melhor. Só que chega num ponto que é você contra a Natureza e, mesmo assim, não fiz minha parte”, lamentou João Chianca. “Eu tenho muito amor por esse lugar e acho que esse resultado não reflete o trabalho que tenho feito aqui. Agora vem a parte obscura da competição que eu não gosto, que é ficar torcendo contra os amigos e adversários. Na verdade, só queria estar com minha família agora”.

Com derrota João Chianca pode perder a vaga no WSL FInals.

Caio também perde na repescagem – A derrota de Caio Ibelli aconteceu na oitava bateria da repescagem. Liam O’Brien abriu a disputa. O australiano passou por dentro da esquerda e conquistou 5.83 pontos. Enquanto o brasileiro esperava por uma boa série, o aussie continuava surfando, e na sua quinta atuação pegou outro tubo e anotou 4.17. Caio entrou na sua primeira esquerda aos dez minutos. A onda não rodou e ele partiu para uma batida agressiva, porém caiu da prancha.

O brasileiro entrou no jogo aos 15 minutos. Liam usou a prioridade, mas não completou o tubo. Caio atuou logo depois, sumiu dentro do canudo e saiu limpo para marcar 7.67 pontos. Com a nota ele passou a precisar de 2.33 para chegar nas oitavas de final. O australiano melhorou sua situação no confronto aos 21 minutos. Ele andou no trilho de Teahupoo, marcou 5.17 e deixou o brazuca na necessidade de 3.33 pontos.

Caio tentou assumir a liderança quando restavam seis minutos para o final. A onda não era grande, ele não ficou tão fundo e bateu na trave. Três dos cinco juízes deram a virada, mas a nota final 3.17 pontos não alterou as posições. Liam surfou a esquerda seguinte, mas não completou o tubo. Caio ficou com a prioridade e mais quatro minutos para marcar no mínimo 3.33 e vencer. O brasileiro ainda teve mais uma chance, mas caiu quando tentava ficar entocado e se despediu a prova na 17ª posição.

Caio Ibelli marca maior nota da disputa, mas é eliminado do Tahiti Pro 203.

Olimpíadas de Paris – O segundo nome do time brasileiro é o único que ainda falta definir na lista dos 10 indicados pela WSL, para disputar medalhas nas Olimpíadas nos mesmos tubos de Teahupoo no ano que vem. Filipe Toledo já estava com sua vaga garantida, assim como o australiano Ethan Ewing, o norte-americano Griffin Colapinto, o havaiano John John Florence e o italiano Leonardo Fioravanti. Outros quatro foram confirmados na terça-feira, três deles ainda nas baterias da repescagem que abriram o dia.

O primeiro foi o australiano Jack Robinson, quando Ryan Callinan perdeu para Kelly Slater e Connor O´Leary para Seth Moniz. Os outros foram o japonês Kanoa Igarashi e o sul-africano Jordy Smith, com a derrota do seu compatriota Matthew McGillivray. O indonésio Rio Waida derrotou Kanoa e poderia se classificar se passasse por John John Florence nas oitavas de final. Só que perdeu, então o sul-africano Matthew McGillivray ficou com a nona vaga pelo ranking do CT. A décima é a do Brasil, que poderá ser definida somente no WSL Finals, caso três brasileiros terminem entre os top-5 no Taiti.

Kanoa Igarashi está fora do WSL Finals, mas dentro das Olimpíadas Paris 2024.

Próxima chamada e previsão das ondas – A próxima chamada para o Tahiti Pro 2023 acontece nesta quarta-feira (16), às 13h45 (de Brasília). De acordo com a previsão oficial das ondas, feita pelo Surfline, o dia amanhece com séries de até 7 pés de face, porém durante a tarde as maiores podem chegar aos 10 pés. O vento esperado é um lateral com intensidade fraca.

Tahiti Pro 2023

Round 2 Masculino

1 Griffin Colapinto (EUA) 10.16 x 8.66 Matahi Drollet (TAI)

2 Rio Waida (IDN) 10.07 x 7.50 Kanoa Igarashi (JAP)

3 Kauli Vaast (FRA) 13.00 x 4.90 João Chianca (BRA)

4 Barron Mamiya (HAV) 9.83 x 3.96 Callum Robson (AUS)

5 Kelly Salter (EUA) 14.27 x 12.50 Ryan Callinan (AUS)

6 Ian Gentil (HAV) 8.00 x 3.17 Matthew McGillivray (AFR)

7 Seth Moniz (HAV) 12.23 x 9.66 Connor O’Leary (AUS)

8 Liam O’Brien (AUS) 11.00 x 10.84 Caio Ibelli (BRA)

Oitavas de final

1 Kauli Vaast (FRA) 10.84 x 5.93 Griffin Colapinto (EUA)

2 Leonardo Fioravanti (ITA) 12.84 x 6.83 Jordy Smith (AFR)

3 Yago Dora (BRA) 14.50 x 14.26 Kelly Slater (EUA)

4 Jack Robinson (AUS) 16.40 x 12.03 Liam O’Brien (AUS)

5 Mihimana Braye (TAI) 15.50 x 5.73 Filipe Toledo (BRA)

6 Barron Mamiya (HAV) 14.50 x 12.37 Ian Gentil (HAV)

7 Gabriel Medina (BRA) 14.17 x 8.77 Seth Moniz (HAV)

8 John John Florence (HAV) 17.64 x 10.43 Rio Waida (IDN)

Quartas de final

1 Kauli Vaast (FRA) x Leonardo Fioravanti (ITA)

Yago Dora (BRA) x Jack Robinson (AUS)

3 Mihimana Braye (TAI) x Barron Mamiya (HAV)

Gabriel Medina (BRA) x John John Florence (HAV)

Quartas de final Femininas

1 Tyler Wright (AUS) x Tatiana Weston-Webb (BRA)

2 Caroline Marks (EUA) x Stephanie Gilmore (AUS)

3 Carissa Moore (HAV) x Vahine Fierro (FRA)

4 Molly Picklum (AUS) x Caitlin Simmers (EUA)

Ranking Masculino do CT 2023 após a etapa de Jeffreys Bay

1 Filipe Toledo (BRA) 54.980

2 Ethan Ewing (AUS) 47.815

3 Griffin Colapinto (EUA) 47.540

4 João Chianca (BRA) 42.960

5 Yago Dora (BRA) 36.865

6 Gabriel Medina (BRA) 35.440

7 John John Florence (HAV) 34.290

8 Jack Robinson (AUS) 33.950

9 Leonardo Fioravanti (ITA) 31.900

10 Ryan Callinan (AUS) 31.815

11 Connor O’Leary (AUS) 29.705

12 Italo Ferreira (BRA) 28.485

13 Kanoa Igarshi (JAP) 26.770

14 Barron Mamiya (HAV) 24.865

15 Ian Gentil (HAV) 24.780

16 Jordy Smith (AFR) 24.005

17 Caio Ibelli (BRA) 22.790

17 Liam O’Brien (AUS) 22.790

19 Matthew McGillivray (AFR) 21.450

20 Callum Robson (AUS) 21.365

21 Rio Waida (IDN) 18.960

22 Seth Moniz (HAV) 17.535

23 Kelly Slater (EUA) 13.555

Ranking Feminino do CT 2023 após a etapa de Jeffreys Bay

1 Carissa Moore (HAV) 54.745

2 Tyler Wright (AUS) 55.980

3 Caroline Marks (EUA) 49.870

4 Molly Picklum (AUS) 49.325

5 Caitlin Simmers (EUA) 41.270

6 Lakey Peterson (EUA) 38.150

7 Stephanie Gilmore (AUS) 36.370

8 Tatiana Weston-Webb (BRA) 34.235

9 Gabriela Bryan (HAV) 32.895

10 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 30.760

11 Johanne Defay (FRA) 18.320