Eliminado nas quartas de final pelo sul-africano Jordy Smith, Adriano de Souza foi um dos grandes nomes do Tahiti Pro, sétima etapa do Championship Tour que foi encerrada na última quarta-feira (28) em Teahupoo.
A atuação do brasileiro, que no auge do swell fez apresentações espetaculares contra Italo Ferreira e Joan Duru, foi motivo de elogios e de uma homenagem do jornalista especializado Ben Mondy, da revista australiana Tracks.
“Durante muito tempo a imprensa australiana de surfe, inclusive eu, encobriu e ridicularizou suas conquistas”, escreve Mondy na matéria Adriano de Souza: uma homenagem ao homem esquecido do surfe, publicada nesta quinta-feira.
“Ao concentrar-se em seu estilo, ou na falta dele, e em seus métodos para vencer, ele nunca recebeu o tratamento que merece. Sua abordagem, às vezes excessiva, em fazer o que fosse preciso para vencer era vista como uma atitude antidesportiva. É claro que, se ele fosse australiano, essa mesma característica teria sido celebrada por nós como um exemplo do clássico vira-lata australiano”, reconhece o jornalista.
Recuperado de uma grave lesão no joelho que o deixou oito meses afastado do Tour, Adriano de Souza viveu um dia espetacular na última terça-feira em condições insanas em Teahupoo. Na terceira fase, ele superou o compatriota Italo Ferreira na última onda ao sumir por dentro de um canudo incrível e arrancar 9.17 dos juízes.
Já pela quarta fase, o campeão mundial de 2015 não deu chance alguma ao francês Joan Duru. Com 8.60 e 8.90 nas duas melhores ondas, ele venceu a batalha com total propriedade.
“Adriano de Souza surgiu bem antes de Medina, Toledo, Ferreira e Dora elevarem o status do surfe brasileiro até o domínio atual. Durante meia década antes do aparecimento de Medina, ele foi o único brasileiro que chegou perto de desafiar Slater, Andy, Fanning, Parko e Taj. Adriano nunca foi realmente considerado parte dessa turma, apesar dos resultados que muitas vezes igualavam os deles”, afirma Mondy.
“Quando Teahupoo ganhou vida há dois dias, finalmente o mundo do surfe viu o que estava faltando em Adriano depois da lesão. De muitas maneiras, não deveria surpreender que fosse em Chopes que ele se afirmaria novamente. Sua carreira foi marcada pelo esforço e trabalho duro sobre qualquer fraqueza em suas características. No início, ele destacou essa onda como um lugar onde apostaria sua reputação”, completa.
Com o quinto lugar em Teahupoo, Mineirinho igualou seus melhores resultados na bancada taitiana. Em 2008 e 2009 ele também foi derrotado nas quartas de final pelos campeões da etapa, Bruno Santos e Bobby Martinez, respectivamente.