Após o anúncio da paralisação por tempo indeterminado do Billabong Pipe Masters, a WSL (World Surf League) aguarda os resultados de novos exames para definir destino do Circuito Mundial no Havaí, uma vez que nos primeiros exames pelo menos cinco pessoas testarem positivo para Covid-19, incluindo o CEO Erik Logan. Todos os atletas e integrantes da equipe foram novamente testados.
“Precisamos de pelo menos dois dias para finalizar a competição. Assim que passarmos pela próxima rodada de testes, se tudo estiver bem e se conseguirmos a aprovação da cidade, do condado e do estado, então esperançosamente poderíamos retomar a competição”, disse Marty Thomas, Tour Manager da WSL no Havaí.
Segundo Marty, a WSL acredita que nenhum atleta tenha sido exposto à doença. “Temos uma política significativa de segurança contra Covid-19. Temos testado toda a nossa equipe e todos os nossos atletas. São quase 300 pessoas. Fazemos isso a cada quatro dias”. Ainda de acordo com Marty, todos foram testados novamente na última sexta-feira (11), depois da WSL ter anunciado a paralisação da prova.
A prefeitura de Honolulu também emitiu uma nota, confirmando que a cidade está em contato com a World Surf League e que a liga “rapidamente tomou as medidas adequadas ao suspender as atividades, tornando a saúde e a segurança uma prioridade”. Ainda de acordo com a nota, todos que testaram positivo estão isolados, e todas as pessoas com quem tiveram contato estão sendo rastreadas.
A Câmara do Comércio do North Shore também se manifestou. “Nossos habitantes são o nosso maior recurso. Nossa maior preocupação é garantir que essas proteções sejam implementadas”, disse Roxana Jimenez, representante da entidade. “Entendemos que estamos no cenário internacional por causa das ondas, mas precisamos primeiro proteger o nosso povo”.
Sean Quinlan, representante do estado havaiano na câmara legislativa norte-americana, também se mostrou desconfortável com a situação. “Está além da preocupação. É perturbador. Estou muito chateado. Sabe, nos foi prometido que haveria certas proteções em vigor. Não sei quão bem essas proteções foram seguidas. Não tenho todos os detalhes ainda”, disse ele, que também questionou o fato de a WSL ter obtido uma licença para filmagem. “Era quase inevitável que surgissem problemas. Posso dizer, com certeza, que eles não deveriam ter pedido permissão para filmar, o que é um abuso flagrante de uma brecha que não deveria existir, uma vez este é claramente um evento para o espectador”, finalizou Sean.
A pedido de licença para filmagem foi a forma encontrada pela WSL para poder fechar parte da praia e evitar que o público ficasse próximo ao local do evento. Pelas leis do Havaí, caso algum membro da produção fosse testado positivo para a Covid-19, o evento deveria ser paralisado imediatamente.
Racquel Hill, do conselho do North Shore de Oahu, acredita que a cidade e o estado apressaram o evento. “Acho que o estado e a cidade, apesar de tentarem recuperar algum tipo de postura econômica, acabaram perdendo mais. Temos alunos que não podem praticar esportes ao longo do ano e eles não viajaram para lugar nenhum, estiveram em casa. Então, você sabe, esse foi um plano ruim”. Mas Racquel ainda acredita que a WSL seguiu os protocolos, porém acrescentou que o vírus não tem limites, e que espera que todos os atletas e funcionários permaneçam saudáveis.
O Billabong Pipe Masters teve início na terça-feira (8), um dia após a realização das triagens, e as 12 baterias da primeira fase foram realizadas. A prova tem até o próximo dia 20 para ser finalizado. Um swell é aguardado para chegar neste domingo (13) no Havaí, e ganhar força durante a tarde, devendo gerar ondas de até 2,5 metros. Na segunda (14) o swell segue vivo, com ondas um pouco menores. Na terça (15) perde mais um pouco de força, na quarta (16) diminui bastante, mas na quinta (17) o mar volta a bombar e algumas séries podem beirar os 3 metros.