WSL Finals 2023

Filipinho é bicampeão mundial

Filipe Toledo conquista segundo título mundial consecutivo, depois de vencer Ethan Ewing duas vezes no WSL Finals 2023 em Trestles, Califónia (EUA).

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Brasileiro vence título mundial pela segunda vez consecutiva na Califórnia.

Filipe Toledo é bicampeão mundial de Surfe. Brasileiro vence duas baterias em cima do australiano Ethan Ewing e comemora com a torcida neste sábado (9) em Trestles, Califórnia (EUA).

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Após terminar as dez etapas da fase classificatória como líder do ranking, Filipe esperou a realização de três baterias do WSL Finals 2023 para conhecer seu adversário na decisão. Ethan superou João Chianca, o norte-americano Griffin Colapinto e partiu pra cima do brazuca.

Filipe abriu a primeira decisão masculina aos três minutos com 7.00 pontos, após executar um layback forte, uma rasgada, dois cutbacks e um aéreo com reverse, numa pequena junção. Ethan deu o troco aos seis minutos. O australiano rasgou três vezes invertendo a direção da prancha e acertou a junção. Ele anotou 7.33.

O brasileiro voltou a surfar após nove minutos sem ação. Filipe usou a prioridade, rasgou com amplitude e voou com reverse para anotar 9.00 pontos. Ethan pegou a direita seguinte, rasgou com agressividade e fez um forte layback para conquistar 8.50. Após a troca o brasileiro ficou na frente e Ethan passou a necessitar de 7.51 para vencer.

Depois de uma tentativa sem sucesso, aos 21 minutos, o brasileiro voltou a surfar aos 23. Filipe não tinha a prioridade e passou uma seção com uma batida, depois rasgou ocupando bastante espaço da parede da onda, voou com reverse, rasgou e bateu na junção. Ele comemorou muito. Ethan pegou a direita seguinte e também fez um bom trabalho. O australiano voltou a rasgar invertendo a direção da prancha, depois fez outra curva forte, um layback e bateu um pouco atrasado na junção. Filipe marcou 8.97 pontos, Ethan 8.73 e a diferença ficou em 9.24 a favor para o brazuca. Ethan ainda surfou mais uma direita, deixada pelo brasileiro, mas ela só deu espaço para uma manobra e ele não alterou o resultado.

A segunda bateria da final começou muito devagar, com poucas ondas e vento maral. A primeira atuação aconteceu aos 19 minutos, mas a direita correu e Filipe não fez nada. Dois minutos depois o brasileiro conseguiu performar. Filipe bateu escalando, depois executou um cutback, uma rasgada e um aéreo reverse na junção pequena. Essa melhor atuação valeu 5.17 pontos. Logo depois o brazuca entrou numa esquerda, mas marcou apenas 1.77.

Filipe Toledo supera Ethan Ewing e conquista segundo título mundial.

Enquanto Ethan seguia no pico, Filipe procurava outras ondas. Aos 25 minutos o brasileiro bateu, rasgou e atingiu a junção. A performance valeu 7.50 pontos e deixou o australiano necessitando de 12.67 para ser o campeão mundial. A primeira atuação de Ethan aconteceu um minuto depois. Ele fez dois ataques (rasgadas) e abandonou a direita (4.70).

Aos 25 Filipe voltou a surfar. O brazuca bateu, rasgou e fez outra pancada para anotar 6.77 pontos. Quatro minutos depois Ethan acertou quatro batidas, colocou 7.67 e passou a precisar de 6.60. Ele voltou a atuar, mas não trocou de nota e Filipe conquistou o bicampeonato mundial.

Filipe Toledo e a felicidade do novo bicampeão mundial.

“É muito difícil colocar em palavras, todos os sacrifícios que foram feitos para chegar aqui. Foram muitos. Minha primeira filha nasceu 7 anos atrás e eu não estava presente, com ela e a minha esposa. Também não estava no nascimento do meu filho. Mas, sabia que, ao longo do tempo, isso ia valer a pena”, foram as primeiras palavras do novo bicampeão mundial.

“Tudo isso é um sonho, um sonho realizado”, contina Filipe Toledo. “Nunca tivemos um brasileiro que ganhou o título consecutivo e os brasileiros estão adorando fazer história. Eu me sinto abençoado. Não foi fácil, nunca é fácil, mas tive muita fé e uma equipe gigante de apoio, o meu time 77, amo todos vocês e minha família, minha esposa, filhos, minha mãe, meu pai, irmãos, irmã, meus amigos. Agora é o momento de comemorar o título”.

Sobre a segunda bateria, Filipe, que mora em San Clemente, perto de Trestles, diz: “Faz 10 anos que eu surfo aqui todos os dias, então eu sabia como a maré ia influenciar nas séries (de ondas), quando iam ficar mais espaçadas. Eu sabia que precisaria pegar umas ondas logo no início da bateria, porque o Ethan só ia me vencer, se pegasse as maiores das séries. Mas, eu sabia que iam demorar, então segui com minha estratégia, porque sabia que ia funcionar e funcionou”.

O caminho de Ethan – Ethan começou sua participação no WSL Finals 2023 contra João Chianca. O australiano destruiu as direitas de Lower Trestles e venceu com tranquilidade a segunda bateria masculina do WSL Finals 2023. Ethan marcou duas notas no critério excelente (9.00 e 8.60) e avançou com folga no placar.

Ethan teve um início de bateria forte. O australiano disputou uma onda com o brasileiro e levou a melhor. A atuação teve duas rasgadas potentes e com amplitude, além de uma batida com chutada de rabeta na junção. Ele largou com 7.83 pontos.

Os dois surfaram direitas aos 13 minutos. João usou a prioridade para fazer sua primeira apresentação no duelo. Ele executou três rasgadas e uma batida. Já o australiano fez um snap, uma curva rápida invertendo a direção da prancha e ainda bateu na junção. João largou com 6.67 pontos e Ethan disparou na frente com 8.60. Três minutos depois o aussie deu mais um golpe no brasileiro. Sem a prioridade ele acertou um layback, depois uma rasgada poderosas invertendo a direção da prancha e fechou a performance com outro layback, mas esse último na junção. Ele conquistou 9.00 e deixou João na necessidade de 17.60 para vencer.

Os dois surfistas seguiram atuando. Ethan não melhorou seu somatório e João conseguiu sair da situação de combinação. Perto do fim ele escovou uma direita, conquistou 7.90 pontos e passou a precisar de 9.70 para vencer. Ele ainda surfou uma esquerda, mas a onda não ofereceu possibilidade para conquistar a pontuação necessária para a vitória.

Ethan Ewing inverte a direção da prancha com força e fluidez.

Ethan x Griffin – Ethan superou o herói local Griffin Colapinto em sua segunda participação na etapa. O norte-americano abriu a bateria aos três minutos numa esquerda. Ele fez cinco ataques, mas nada contundente e largou com 5.67 pontos. Ethan iniciou acelerado um minuto depois. O australiano rasgou invertendo a direção da prancha e ainda bateu forte duas vezes, uma delas na junção. A atuação valeu 8.17. O norte-americano atuou logo depois e colocou 6.50 no somatório.

Os dois surfaram aos 12 minutos. Griffin marcou 6.00 e Ethan assumiu a liderança com 7.00 pontos. O norte-americano passou a precisar de 8.67 para vencer. Aos 15 ele tentou a virada com uma rasgada e duas batidas. A nota 7.73 não alterou as posições no duelo, mas diminuiu a diferença entre eles, que passou a ser de 7.45.

Ethan usou o direito de escolha de onda aos 22 minutos. O aussie foi numa direita, rasgou duas vezes e bateu na junção. Logo depois o norte-americano também fez duas curvas e uma pancada. Griffin levou a melhor na troca, mas os 8.23 pontos não mudaram tanto a situação já que o adversário anotou 8.13. A diferença caiu para 8.07.

O primeiro aéreo da bateria poderia ter saído aos 27 minutos, mas Griffin errou a tentativa na esquerda. Dois minutos depois ele tentou decolar novamente, dessa vez numa direita, mas novamente não completou a manobra. Ethan pegou a direita seguinte, fez duas curvas muito agressivas e bateu um pouco atrasado. Ele conquistou 8.93 pontos com a performance e aumentou a diferença para 8.88. Dali pro final não houve alteração no somatório e Ethan avançou para decidir o título mundial contra Filipe Toledo.

Griffin Colapinto perde e fica em terceiro no ranking.

João começa bem – Antes de cair para Ethan, João passou por outro australiano, Jack Robinson. A bateria aconteceu em ondas de 1 a 1,5 metro em Lower Trestles, Califórnia (EUA).O australiano que surfou primeiro. Ele pegou duas ondas, mas não chegou nem na casa de 1 ponto. João então fez algumas curvas numa direita para largar com 5.00 pontos.

Jack deu o troco aos 6 dos 35 minutos. O australiano usou a prioridade e executou três manobras, sendo uma rasgada poderosa, uma batida vertical e um forte ataque à junção. Ele marcou 6.00 pontos. Dois minutos depois o brasileiro pegou outra direita. João fez três rasgadas fortes e uma batida para anotar 5.93 e pular para a liderança.

O aussie foi em busca de 4.93 pontos aos 12 minutos. Jack fez alguns ataques de frontside e chegou perto, mas os 4.73 não mudaram as posições na bateria. A disputa ficou sem ação por 10 minutos, até que Jack assumiu a liderança com 5.60 pontos conquistados com um aéreo reverse baixo, uma rasgada curta e uma batida. João entrou na onda seguinte, mas decidiu sair e voltar pro pico. Ele passou a precisar de 5.68 para vencer.

João não esperou muito e no minuto seguinte usou a prioridade para chegar no critério excelente. O brasileiro executou dois laybacks poderosos, além de uma batida para marcar 8.33 pontos, assumir a liderança e deixar Jack na busca de no mínimo 8.27 para vencer.

Os dois surfistas entraram em ação quando restavam cinco minutos para o fim. João não tinha a prioridade e foi pra esquerda. O brasileiro bateu forte na primeira seção, depois executou duas curvas em direção a espuma e acertou outra pancada. Jack foi pra direita e não trocou de nota. Já o brasileiro colocou mais 7.00 no placar e deixou o australiano precisando de 9.33 para seguir na luta pelo título mundial.

Dois minutos depois Jack conseguiu trocar de nota, mas não diminuiu a diferença no placar. Ele marcou 5.87 com uma atuação de frontside. João e Jack ainda voltaram a atuar antes do fim, mas não mudaram o somatório e o brazuca saiu da água vitorioso. Ele enfrenta o também aussie Ethan Ewing na próxima bateria masculina.

WSL Finals 2023

Categoria Masculina

Bateria 1

João Chianca (BRA) 15.33 x 11.87 Jack Robinson (AUS)

Bateria 2

Ethan Ewing (AUS) 17.60 x 14.57 João Chianca (BRA)

Bateria 3

Ethan Ewing (AUS) 17.10 x 15.96 Griffin Colapinto (EUA)

Decisão do título mundial (Melhor de 3)

Bateria 1

Filipe Toledo (BRA) 17.97 x 17.23 Ethan Ewing (AUS)

Bateria 2

Filipe Toledo (BRA) 14.27 x 12.37 Ethan Ewing (AUS)

Categoria Feminina

Bateria 1

Caitlin Simmers (EUA) 15.17 x 12.17 Molly Picklum (AUS)

Bateria 2

Caroline Marks (EUA) 11.67 x 10.36 Caitlin Simmers (EUA)

Bateria 3

Caroline Marks (EUA) 17.40 x 13.70 Tyler Wright (AUS)

Decisão do título mundial (Melhor de 3)

Bateria 1

Caroline Marks (EUA) 17.10 x 14.97 Carissa Moore (HAV)

Bateria 2

Caroline Marks (EUA) 14.60 x 13.53 Carissa Moore (HAV)