Molly Picklum é a nova campeã mundial. A australiana encarou a norte-americana Caroline Marks na decisão do WSL Finals 2025 e saiu perdendo, mas virou o resultado para 2 a 1 e garantiu seu primeiro título. As três baterias de 35 minutos aconteceram na tarde de terça-feira (2) em Fiji, noite de segunda no Brasil, devido ao fuso horário. Cloudbreak, que amanheceu com esquerdas de 1 metro e séries maiores, bombou para as finais com ondas acima de 2 metros.
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Como chegou a Fiji como líder do ranking, Molly precisava vencer apenas a primeira bateria para garantir o título, porém Caroline venceu e transformou a disputa numa melhor de três. Depois de não ir bem no duelo inicial, a australiana cresceu nos seguintes e venceu com sobras. Com a norte-americana aconteceu o contrário. Ela, que chegou ao Pacífico Sul como quarta melhor surfista do ranking, precisou vencer três adversárias para chegar à decisão. Caroline surfou muito bem as esquerdas de Cloudbreak, mas a magia parece ter acabado a partir da segunda disputa da decisão.
“Estou sem palavras agora”, disse Molly. “Sinto realmente que isso é a cereja do bolo do que fiz pela minha carreira e pela minha vida pessoal, realmente mudando tudo. É uma viagem e algo que ninguém nunca vai poder tirar de mim: ser Campeã Mundial. Conquistar isso depois de uma temporada tão incrível é muito especial e algo que vou lembrar para sempre. Ser a campeã indiscutível, inegável, é algo com que sonhei, e vencer dessa forma enche meu coração. Não consigo acreditar, sou apenas muito grata por ter a oportunidade de fazer o que amo”.
“Havia tanta dúvida, mas sinto que é justamente isso que forma uma campeã. Você precisa se impor e superar isso. Eu simplesmente permaneci fiel, confiando no desconhecido, e sou muito, muito grata por tudo ter dado certo. Depois da primeira bateria, engoli a situação, tirei o que pude dela, honrei minhas crenças e fui atrás”, continuou a atleta.
“É uma viagem ser uma garota da Central Coast, ter crescido admirando a Steph (Gilmore), a Layne (Beachley), a Sally (Fitzgibbons) e a Tyler (Wright) e todas aquelas meninas, e agora estar numa lista junto com elas. Sinto-me muito honrada e grata. Houve tantas mulheres incríveis no surfe que vieram antes de nós e abriram o caminho para que eu e outras pudéssemos estar aqui fazendo o que amamos, então é uma viagem fazer parte disso agora. É realmente verdade que é preciso uma comunidade para criar uma criança, e ter toda a Central Coast me apoiando, assim como minha equipe o ano todo, minha família e meus amigos, que me conhecem e sabem o quanto eu trabalho duro, poder conquistar isso diante deles é algo muito, muito especial”, finalizou a australiana.
Final 1 – A primeira bateria entre elas chegou à metade com pouca diferença no placar. Molly tinha como melhor nota 5.33 e Caroline 4.17 pontos. A norte-americana precisava de apenas 2.17 para liderar. A australiana aumentou a vantagem aos 19 minutos. Molly acertou uma rasgada e uma batida para trocar 1.00 por 5.17 pontos. Caroline respondeu no minuto seguinte. Ela abriu a esquerda com uma batida forte e botou pra dentro, mas não saiu. Buscava 6.33 e anotou 3.67 pontos.
Caroline assumiu a liderança a dez minutos do fim. A norte-americana rasgou, depois bateu duas vezes antes de fazer outra curva na borda. A atuação valeu 7.33 e deixou a australiana na busca de 6.18 para virar o resultado. A australiana tentou dar o troco com os tubos, mas não saiu nas duas tentativas que fez antes dos sete minutos finais.
Molly ameaçou entrar numa onda a seis minutos do fim, mas Caroline fez uso do direito de escolha. A surfista dos Estados Unidos trocou 3.67 por 5.17 e aumentou a diferença para 7.18 pontos. A aussie não teve outra oportunidade e saiu da água derrotada na primeira disputa da final.
Final 2 – Caroline largou na segunda final com 1.50, e Molly, aos cinco minutos, anotou 7.00 depois de manobrar quatro vezes. Aos dez minutos, a aussie aproveitou uma onda deixada pela adversária para aumentar ainda mais a vantagem com 6.00 pontos. Quatro minutos depois, a australiana surfou novamente sem a prioridade e pegou um tubo para disparar na frente com 8.83 pontos. Caroline passou a buscar 15.83 para vencer. A norte-americana tentou reagir logo depois, mas desistiu da esquerda após a primeira manobra.
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Molly ficou ativa, enquanto Caroline ficou mais seletiva. A australiana não conseguiu mexer no placar. A norte-americana conquistou sua melhor nota no confronto a três minutos do fim (5.53), mas não mudou sua situação no confronto, e o título mundial foi decidido na última bateria do ano no CT.
O desempate e o título mundial – Molly começou forte o último confronto do CT na temporada. No segundo minuto, a australiana rasgou e bateu forte para largar com 7.00 pontos. Dois minutos depois, ela repetiu as manobras, porém numa onda menor, e adicionou 6.50 ao somatório. Caroline tentou entrar na briga, mas começou com 2.17 pontos e, aos seis minutos, entrou e saiu da onda (0.50).
A australiana disparou na frente aos dez minutos. Molly botou pra dentro, mas não ficou muito fundo, saiu e acertou uma batida poderosa na junção. A performance valeu 8.83 pontos. Caroline passou a precisar de 15.83 para ser campeã mundial. Ela tentou reagir aos 13 minutos, mas a esquerda fechou após a primeira batida.
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Enquanto Caroline seguia sem conexão com Cloudbreak, Molly aumentava o somatório. A cinco minutos do fim, a aussie voltou a atacar a esquerda com duas manobras poderosas. Novamente ela chegou ao critério excelente e, com a nota 8.10, aumentou a diferença para 16.93 pontos. Caroline não conseguiu reagir e Molly comemorou muito seu primeiro título mundial.
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Caminho de Caroline – Caroline começou o dia vencendo Bettylou Sakura Johnson na primeira disputa do WSL Finals 2025. Com a derrota na abertura da prova, a havaiana finalizou a temporada em quinto lugar.
A norte-americana abriu o WSL Finals 2025 aos dois minutos de bateria. Caroline executou duas rasgadas e surfou um tubo sem desaparecer em nenhum momento dentro da esquerda. A atuação valeu 5.83 pontos. Bettylou tentou responder na mesma série, porém a onda não ofereceu boas seções para manobras ou canudo. A havaiana voltou antes para o pico, mas aos 13 minutos escolheu outra onda ruim.
A disputa ficou 16 minutos sem ação, até que Bettylou achou uma onda menor para executar quatro manobras. Caroline surfou um minuto depois. A esquerda também não foi da série, porém era um pouco maior que a da adversária. A norte-americana anotou 3.83 e a havaiana 4.50 pontos. Bettylou voltou para o pico com a ajuda do jet ski, porém a cordinha ficou presa na máquina e a prancha sofreu um dano. Ela pegou a prioridade, mas precisou seguir em direção ao canal para trocar o equipamento. Caroline surfou a última onda da disputa durante esse tempo, mas não trocou nota. A havaiana não teve oportunidade de conquistar os 5.17 pontos que precisava e foi eliminada.
Caroline x Caitlin – A atual campeã mundial caiu para a melhor surfista do planeta em 2023. Caroline Marks superou Caitlin Simmers numa disputa norte-americana no WSL Finals 2025. Caitlin largou no primeiro minuto. A surfista executou duas manobras e colocou 4.83 no somatório. Aos quatro minutos, foi a vez de Caroline estrear na disputa. A atleta fez quatro manobras e anotou 5.00 pontos. Caitlin pegou outra esquerda logo depois, porém caiu no segundo ataque (1.67).
A número 1 do mundo em 2024 cresceu no duelo aos 13 minutos. Caitlin usou a prioridade e, com cinco manobras, colocou 6.50 pontos no placar. Caroline deu boa resposta dois minutos depois. Ela também acertou quatro manobras, porém mais expressivas e fortes. A atleta buscava 6.34 para liderar e anotou 7.67 pontos. Caitlin passou a necessitar de 6.18 para vencer.
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A campeã mundial de 2023 complicou o caminho da adversária aos 26 minutos. Caroline executou três manobras, duas delas com força, anotou 6.93 e deixou Caitlin na caça de 8.10 pontos. As duas ainda escolheram ondas ruins quando tinham a prioridade, não mexeram no somatório e Caroline avançou.
Caroline x Gabriela – A disputa que valia vaga na decisão foi contra Gabriela Bryan. A havaiana começou aos seis minutos com duas manobras que valeram 4.33, e Caroline, aos dez minutos, com três ataques que renderam 4.93 pontos. Depois de duas notas fracas, uma de cada atleta, a bateria ficou sem ação por 16 minutos, até que, aos 26, a havaiana entrou em ação, porém errou o segundo ataque. A norte-americana também atuou na mesma série, mas numa esquerda maior e, com cinco manobras, anotou 6.53 pontos.
A surfista do Havaí atuou a seis minutos do término. Ela precisava de 7.10 pontos para vencer. Gabriela acertou cinco manobras, conquistou 4.50 e passou a necessitar de 6.93 para avançar. A surfista ainda teve tempo de pegar outra esquerda, acertar novamente cinco ataques, mas os 4.97 não mudaram as posições no confronto. Caroline ainda teve tempo de surfar. Com três ataques poderosos, ela colocou mais 7.17 pontos no placar e confirmou a vaga na decisão.
WSL Finals 2025
Feminino
Final 3
Molly Picklum (AUS) 16.93 x 6.24 Caroline Marks (EUA)
Final 2
Molly Picklum (AUS) 15.83 x 8.03 Caroline Marks (EUA)
Final 1
Caroline Marks (EUA) 12.50 x 10.50 Molly Picklum (AUS)
Bateria 3
Caroline Marks (EUA) 13.67 x 9.47 Gabriela Bryan (HAV)
Bateria 2
Caroline Marks (EUA) 14.60 x 11.33 Caitlin Simmers (EUA)
Bateria 1
Caroline Marks (EUA) 9.66 x 5.00 Bettylou Sakura Johnson (HAV)
Masculino
Final
Yago Dora (BRA) 15.66 x 12.33 Griffin Colapinto (EUA)
Bateria 3
Griffin Colapinto (EUA) 15.43 x 13.50 Jordy Smith (AFR)
Bateria 2
Griffin Colapinto (EUA) 16.33 x 13.67 Italo Ferreira (BRA)
Bateria 1
Italo Ferreira (BRA) 14.33 x 5.83 Jack Robinson (AUS)
















