Vahine Fierro venceu o Tahiti Pro 2024 nesta quarta-feira (29/5) em ondas de 10 a 12 pés de face no pico de Teahupoo. A francesa venceu três baterias, conquistou os dois maiores somatórios do dia entre as mulheres, marcou quatro notas no critério excelente e faturou o troféu de campeã da etapa pela primeira vez. No caminho para a final a surfista derrotou Tatiana Weston-Webb mesmo com a brasileira tendo marcado uma nota 10 unânime.
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A final foi contra Brisa Hennessy. A costa-riquenha abriu a decisão de 40 minutos com um tubo nota 5.00 pontos. Vahine respondeu 3 minutos depois com 6.67 numa esquerda da série. Brisa usou a prioridade aos 10 minutos, mas não achou o tubo. A francesa deu um duro golpe na adversária aos 18 minutos, com um canudo limpo numa esquerda grande. A atuação valeu 8.50 pontos.
Brisa, que precisava de 15.17 pontos para vencer, conseguiu diminuir a diferença aos 26 minutos. Ela performou numa onda intermediária, mas saiu do tubo junto com a baforada e anotou 7.00 pontos. Ela passou a buscar 8.18 para ser a campeã da etapa. A francesa só voltou a atuar a 9 minutos do fim. Vahine usou o direito de escolha de onda e ficou fundo no tubo, mas caiu na porta. A costa-riquenha ficou no pico com a prioridade, mas não voltou a atuar e terminou pela segunda vez como vice-campeã do Tahiti Pro, já que em 2022 ela perdeu a final para a norte-americana Courtney Conlogue.
“Eu sabia e acreditava que eu venceria este evento”, disse Vahine Fierro. “Eu dei tudo de mim, meu corpo está todo dolorido, quebrei minha prancha, foi uma loucura, mas eu estava calma. Foi insano e só quero agradecer a todos, porque a energia deles é o que me motiva. Quero agradecer ao Jeremy Flores (ex-campeão em Teahupoo e técnico da França nas Olimpíadas) por me orientar tão bem. A Jessi (Miley-Dyer) tomou uma decisão incrível em terminar nosso evento hoje, é disso que as mulheres precisam. Obrigado a Jessi por confiar em nós, porque éramos capazes de surfar nessas condições e obrigado Teahupoo, por me enviar as melhores ondas da minha vida nas baterias”.
Caminho de Vahine até a final – Vahine atuou pela primeira vez nesta quarta-feira na terceira bateria das quartas de final femininas. Ela dominou a disputa de 35 minutos. A australiana Molly Picklum surfou primeiro, mas não saiu do tubo. A francesa começou a atuar aos 8 minutos. Ela pegou um tubo longo numa esquerda intermediária e largou com 7.17 pontos. Cinco minutos depois ela surfou sem a prioridade. A onda era maior, mas a atleta ficou menos tempo entocada, porém anotou 7.23 para abrir larga vantagem no placar.
Depois de Molly tentar e não conseguir completar um canudo, a 5 minutos do fim a francesa passou por dentro de Teahupoo mais uma vez para inserir mais 7.50 no somatório. Na sequência a aussie vacou no drop, Vahine ainda teve tempo de completar mais uma onda e colocou mais 7.63 no placar. Ela venceu com 15.13 pontos contra 3.17 da adversária.
Uma bateria para a história – Vahine encarou Tatiana Weston-Webb na semifinal. A bateria será lembrada por muitos anos. A brasileira surfou duas ondas antes da francesa entrar em ação. Tati ficou fundo na primeira esquerda, mas caiu na porta do tubo. Na segunda ela completou o canudo, porém a onda era menor e ela anotou apenas 3.83 pontos.
A francesa começou forte. Vahine pegou um tubo longo, com seções profundas, e conquistou 8.00 pontos aos 9 minutos. Três minutos depois ela surfou novamente, não completou a esquerda, danificou o equipamento e precisou pegar outra prancha.
Aos 14 minutos a brazuca pegou um tubo rápido que valeu 5.33 pontos. Tati passou a buscar no mínimo 4.35 para vencer a disputa. Vahine voltou a aprontar aos 23 minutos. A francesa usou a prioridade e completou um canudo para conquistar 8.07 pontos. Tati respondeu logo depois, mas a atuação não mudou sua situação no confronto. Naquele momento ela necessitava de 16.07 para vencer o duelo.
A 8 minutos do fim a brasileira pegou uma esquerda da série e passou por dentro sem ficar muito fundo, mas os 6.07 foram suficientes para ela sair da necessidade de surfar duas ondas para vencer. Ela passou a buscar uma nota 10 para ser finalista da etapa. A brasileira foi atrás do que precisava. Tati entrou numa esquerda da série a 5 minutos do término, andou fundo por um bom tempo, saiu ilesa e com os braços para o alto. Todos os 5 juízes deram nota 10 e ela assumiu a liderança da bateria.
Vahine ficou no pico e teve uma boa oportunidade perto do minuto final. A francesa pegou um tubão numa esquerda grande. Ela necessitava de 8.01 e anotou 9.63 para assumir o primeiro lugar. Tati ainda teve tempo de surfar em busca dos 7.70 pontos que precisava, mas a esquerda não ofereceu tubo e ela se despediu na terceira posição.
“Isso foi um presente de Deus. Foi realmente assustador, mas fiquei muito agradecida por ter a oportunidade de surfar um tubo desse assim”, disse Tatiana Weston-Webb. “Quantas chances temos de competir nessas condições? Especialmente nós, mulheres? Eu sinto que o surfe feminino está evoluindo tanto e a WSL está nos proporcionando essa plataforma. Eu sou muito grata por isso, temos as Olimpíadas chegando e o grande objetivo é surfar muito bem nos Jogos. A Vahine é incrível aqui e ela me inspira bastante. Eu sabia que ela poderia conseguir um mínimo de 8 para me vencer, então eu precisava fazer algo incrível também e, sim, acho que fiz”.
O caminho de Brisa até a decisão – Brisa também precisou vencer duas disputas nesta quarta-feira para ser finalista. O dia começou com a havaiana Carissa Moore e ela na primeira bateria das quartas de final femininas. Brisa pegou a primeira onda, mas acabou indo reto. Carissa vacou no drope e quebrou a prancha. A disputa seguiu morna e a havaiana surfou a terceira onda do duelo a 13 minutos do fim. A esquerda não era da série, mas ela passou por dentro e saiu limpa para anotar 4.67 pontos.
A bateria seguiu sem ação por 9 minutos, até que a 4 do fim Brisa usou a prioridade. A atleta fez um drope seguro numa onda maior que a melhor de sua adversária e saiu junto com a baforada. A nota foi 7.33 pontos. Carissa deu o troco 1 minuto depois com um tubo curto e Brisa pegou outra esquerda logo depois. A havaiana conquistou 4.77, mas a surfista da Costa Rica reassumiu a liderança com 5.33 pontos. Carissa ainda surfou outra onda perto do fim, mas ficou na porta do canudo e se despediu da etapa.
Brisa barra campeã – Brisa encarou na semi a atual campeã mundial e da etapa, Caroline Marks. A costa-riquenha dominou o confronto. Ela largou com 5.67 e aos 18 minutos anotou 7.90 para abrir grande vantagem no placar. Nas duas atuações ela fez o drope sem segurar na prancha e só colocou a mão na borda depois de entrar no trilho. Na primeira atuação ela não ficou tão fundo na esquerda, mas na segunda chegou a desaparecer no tubo e saiu com segurança.
Caroline Marks entrou em ação pela primeira vez no duelo aos 17 minutos, mas ficou na porta do canudo e conquistou 3.67 pontos. Ela passou a buscar 9.90 para ser finalista, porém nem ela, nem Brisa voltaram a surfar e a costa-riquenha garantiu vaga na decisão.
Tati e Tyler nas quartas – Antes de cair na semi, Tatiana Weston-Webb encarou Tyler Wright nas quartas de final. Assim como em 2023, as duas se encontraram na fase, porém dessa vez a brasileira levou a melhor sobre a australiana.
A brazuca ficou ativa no início da bateria e surfou quatro ondas em 9 minutos. Tati abriu a disputa com um tubo curto que valeu 4.67 pontos. Logo depois ela voltou a surfar, porém caiu da prancha no momento da cavada.
Tyler começou com um canudo curto que valeu 4.17 pontos. Tati pegou sua terceira esquerda aos 7 minutos. A atleta saiu do canudo junto com a baforada para anotar 6.33 pontos. Dois minutos depois as duas voltaram a passar por dentro de Teahupoo. Novamente a brasileira foi melhor e conquistou a primeira nota no critério excelente do dia, 8.50 pontos. A aussie anotou 6.43 e passou a buscar 8.41 para ser semifinalista da etapa.
Tyler diminuiu a diferença aos 14 minutos. Ela usou a prioridade, conquistou 7.33 pontos e passou a buscar de 7.51 para vencer. Tati respondeu perto da metade da bateria. A brasileira usou o direito de escolha de onda numa esquerda menor e também completou o tubo, mas a nota 3.77 não entrou no somatório. Quatro minutos depois a brazuca atuou novamente, mas não mexeu no placar (4.83).
A australiana esperou por uma boa oportunidade até perto do minuto final. Tyler executou um drope difícil, mas ficou muito fundo no tubo e não encontrou a saída. A surfista não teve mais tempo para tentar a virada e se despediu da etapa em quinto lugar.
Próxima chamada e previsão das ondas – A próxima chamada para o Tahiti Pro 2024 acontece nesta quinta-feira (30/5), às 13h45 para um possível início às 14h05 (de Brasília). A previsão indica condições parecidas com as desta quarta, e Teahupoo deve funcionar com séries de até 15 pés com vento terral.
Tahiti Pro 2024
Final Feminina
Vahine Fierro (FRA) 15.17 x 12.00 Brisa Hennessy (CRI)
Semifinais
1ª Brisa Hennessy (CRI) 13.57 x 3.67 Caroline Marks (EUA)
2ª Vahine Fierro (FRA) 17.70 x 16.07 Tatiana Weston-Webb (BRA)
Quartas de final
1ª Brisa Hennessy (CRI) 12.66 x 9.44 Carissa Moore (HAV)
2ª Caroline Marks (EUA) 8.16 x 2.73 Sawyer Lindblad (EUA)
3ª Vahine Fierro (FRA) 15.13 x 3.17 Molly Picklum (AUS)
4ª Tatiana Weston-Webb (BRA) 14.83 x 13.76 Tyler Wright (AUS)
Repescagem Masculina
1ª Mihimana Braye (TAI) 15.10 x 14.57 Griffin Colapinto (EUA)
2ª Cole Houshmand (EUA) 17.24 x 13.50 Leonardo Fioravanti (ITA)
3ª Yago Dora (BRA) 16.57 x 15.90 Jack Robinson (AUS)
4ª Ramzi Boukhiam (MAR) 16.86 x 16.74 Liam O´Brien (AUS)
5ª Jake Marshall (EUA) 13.57 x 13.50 Connor O´Leary (JAP)
6ª Rio Waida (IDN) 14.04 x 3.33 Imaikalani deVault (HAV)
7ª Barron Mamiya (HAV) 16.83 x 10.57 Matthew McGillivray (AFR
8ª Crosby Colapinto (EUA) 17.43 x 15.33 Seth Moniz (HAV)
Oitavas de final
1 Ethan Ewing (AUS) x Kelly Slater (EUA)
2 Kanoa Igarashi (JAP) x Ramzi Boukhiam (MAR)
3 Jordy Smith (AFR) x Yago Dora (BRA)
4 Cole Houshmand (EUA) x Italo Ferreira (BRA)
5 John John Florence (HAV) x Mihimana Braye (TAI)
6 Crosby Colapinto (EUA) x Rio Waida (IDN)
7 Jake Marshall (EUA) x Gabriel Medina (BRA)
8 Barron Mamiya (HAV) x Ryan Callinan (AUS)