O Brasil segue “fabricando” e espalhando campeões pelo mundo. Na madrugada desta sexta-feira (29), foi a vez de o catarinense Lucas Vicente garantir o título mundial Junior (sub 18) da WSL, em Jinzun Harbor, Taiwan. Como um roteiro de filme, de um menino que teve sua família dedicada à sua carreira até chegar ao topo, o final não poderia ser melhor, com o sonho de criança se realizando.
Ainda em êxtase com a conquista no outro lado do planeta, que já teve outros protagonistas como Adriano de Souza e Gabriel Medina, entre outros ícones, Lucas falou da emoção. “Estou me sentindo bem, feliz, com sentimento de dever cumprido. Esse era meu objetivo esse ano e estou muito contente de ter alcançado. Na verdade, ainda nem caiu a ficha. Estou tentando absorver tudo isso”, vibra o surfista patrocinado pela Billabong e que tem os apoios de óculos HB, Snap Surfboards, Banana Wax, Bolsa Atleta e GT Nutrition.
“Esse título representa muito. É a conquista de um sonho, não só meu, mas da minha família, da minha equipe, de todos os meus patrocinadores, e, com certeza, agrega muito para o meu futuro. É uma conquista que não é todo mundo que tem e a maioria que conseguiu está lá no topo hoje”, vibra o surfista de 18 anos, que aprendeu a surfar aos três anos com o pai, João Carlos Alexandre, que até hoje é seu técnico, junto com Kleber Cavalcanti.
O talento da Praia da Joaquina superou na final o norte-americano Kade Matson, que já brilhou no Brasil com o título do Grom Search em 2017 e é considerado uma das grandes apostas para o futuro. Em ondas de até dois metros e com um placar apertado, definido por uma diferença mínima – 17.56 a 17.40, o título foi comemorado na última onda, com um 8.93, depois de um aéreo e uma batida.
“Ele (Kade) estava surfando muito, começou bem forte a bateria, fez um oito (8.33) e um nove (9.07) muito rápido e ficou colado em mim. Eu fiz um 6.33 e um 8.63, faltando uns 17 minutos para acabar, entrei para o jogo de novo. Depois, peguei a onda da vitória (8.93) com um aéreo e outra batida. Estou muito contente com o meu surfe, minha performance e com o resultado”, conta o atleta.
Fã de Adriano de Souza, Lucas se inspira no surfe de Italo Ferreira e Filipe Toledo. Desde os 5 anos é competidor e desde essa época, já sonhava em seguir carreira como surfista. “Meu pai surfa e sempre me levava par a praia e me influenciou muito. Decidi ser surfista profissional ainda bem novo, quando comecei a ganhar campeonatos, vi que tinha potencial para chegar lá”, fala.
“Quem mais me incentivou foi o meu pai, hoje meu técnico junto com o Kleber. Meus pais sempre fizeram tudo por mim. Deixaram de comprar coisas para eles, para a casa, para poder me mandar nos campeonatos”, agradeceu o novo campeão mundial júnior, também lembrando a mãe, Andrea Alexandre.
Bem centrado e já demonstrando alto nível de profissionalismo, Lucas ainda comemora, mas já planeja os próximos passos num futuro bem próximo. “Agora é manter os treinos, a dedicação, foco, evoluir o surfe e continuar trabalhando. Não é porque conquistei o título que vai mudar. Agora mais ainda tem de trabalhar”, disse.
“Estou começando a pensar em 2020. Vai ser um ano bem longo. Quero dar meu melhor. Com esse título, consigo a vaga para o Challenger Series, então é entrar de cabeça, ir com tudo, ser o melhor possível e, se Deus quiser, ficar entre os 10 primeiros para ingressar no CT 2021”, revela o surfista, que este ano também foi vice-campeão sul-americano profissional pela WSL (por apenas 10 pontos), segundo no ranking júnior WSL e entre outras conquistas, tem o Rip Curl Grom Search 2017, como amador.
Pingue-Pongue
Posicionamento na prancha Goofy.
Pico favorito para surfar Joaquina, onde eu mais surfo, mais treino e onde aprendi a surfar.
Melhor onda que já surfou Mentawai.
Viagem dos sonhos que quer fazer Austrália, um lugar que quero muito conhecer e onde vou receber o caneco do título mundial.
Viagem dos sonhos que já fez Havaí, em 2015. Treinava todo dia com Yago Dora e Adriano de Souza e tive a oportunidade de ver de perto o Adriano ser campeão mundial.
Se não fosse surfista Nunca pensei nessa hipótese. Sempre quis ser surfista.
Outro esporte que gosta Assisto futebol de vez em quando e andava de skate.
Comida strogonoff que meu pai faz.
Bebida suco de laranja, de abacaxi e de açaí.
Som rap e antes da bateria sempre escuto gospel.
Ídolo no surfe Tenho admiração pelo Adriano de Souza, por tudo que fez. E com certeza, Ricardo dos Santos, que vai estar sempre no meu coração.
Ídolo no esporte em geral Ayrton Senna. Lewis Hamilton, Mike Tyson e Anderson Silva
Ídolo na vida meus pais, que sempre fizeram tudo por mim e deixaram de comprar coisas para eles, para casa, para poder me mandar nos campeonatos.
Sonho entrar no CT, viver do surf, ser campeão mundial e ser feliz surfando pelo Mundo.
O que é Família para você: é a base de tudo, com certeza sem ela não seria nada. Eles que me ajudam e me apoiam.
Championship Tour onde quero estar e ficar por muitos anos e ser um dos melhores.