Não é de hoje que o Brasil se firmou como a nação dominante do cenário competitivo do surfe. Atletas brasileiros foram campeões de quatro das últimas seis edições do Circuito Mundial da WSL, desde que Gabriel Medina conquistou o nosso primeiro título, em 2014. No atual cenário, a disparidade fica ainda maior. Três dos nossos representantes figuram nas três primeiras colocações do ranking mundial, e há boas chances de mais um caneco verde amarelo se confirmar na final única em Trestles, na Califórnia (EUA), em setembro.
Com a proximidade das Olimpíadas de Tóquio 2020, no final de julho, é praticamente unanimidade que os representantes do Time Brasil – Gabriel Medina e Italo Ferreira – são os grandes favoritos ao ouro entre os homens. Nesta segunda-feira (12), uma matéria publicada no site da WSL e assinada por Ben Mondy dá uma perspectiva com olhares estrangeiros sobre a superioridade dos nossos atletas na estreia do surfe nos Jogos.
“Com os Jogos Olímpicos de Tóquio previstos para começar em algumas semanas, é a Equipe Brasil que parece mais indicada para conquistar a primeira medalha de ouro olímpica do surfe na competição de surfe masculino. Com base no atual ranking da WSL, Gabriel Medina e Italo Ferreira são atualmente os melhores surfistas do mundo… e já são há algum tempo”, escreve Mondy.
A vez dos brasileiros
Antes do título de Gabriel Medina (2014), 32 dos 37 campeonatos mundiais anteriores haviam sido conquistados por um australiano ou americano. De lá para cá, o cenário mudou radicalmente. Nas últimas três temporadas do CT, Medina e Ferreira venceram 14 das 28 etapas. Na atual temporada, houve apenas três finais do CT em que um dos dois não apareceu. A estreia do esporte nas Olimpíadas coincide com o momento de maior sucesso do Brasil na história do Tour.
“Tamanho é o peso do sucesso nos últimos três anos, que parece incrédulo sugerir que eles não irão longe nas Olimpíadas. Contra apenas 20 competidores, metade dos quais vem de classificações do QS, o caminho para um pódio tem muito menos obstáculos do que um evento normal de CT”, avalia Mondy. “Eles também entram nos Jogos em posições contrárias às de John John Florence e Kolohe Andino, por exemplo, sem forma física ideal ou preocupações com lesões”.
O jornalista ainda cita Filipe Toledo, que certamente teria vaga garantida nos Jogos se representasse a bandeira de qualquer outro país. “Filipe Toledo, o terceiro do mundo e talvez o melhor surfista de beach break de todos os tempos, nem consegue entrar no time devido à regra de duas pessoas por país”.
Para Mondy, o surfe será uma excelente oportunidade de o Brasil aumentar a sua lista de medalhas de ouro nas Olimpíadas de Tóquio.
“O surfe oferece uma das melhores oportunidades do país para ganhar uma preciosa e rara medalha de ouro. A dupla já é notícia mainstream no Brasil, e o interesse em suas façanhas em Tóquio será enorme”, prevê. “Crucialmente, tanto Medina quanto Ferreira se alimentam, ao invés de congelar, sob esse tipo de pressão. Afinal, você não acumula 10 milhões de seguidores no Instagram se não gosta da atenção. Atuar sob pressão é o que eles fazem de melhor”.