O ano era 2008 e o campeão brasileiro o carioca Gustavo Fernandes. Onze anos se passaram e o Rio de Janeiro chega na reta final do Circuito 2019 com um surfista em terceiro lugar, com chances de faturar o título. José Eduardo, o Dudu de Búzios, fez duas finais e duas semis e a ideia é ir tudo para as últimas três etapas da temporada.
“Estar entre os três melhores do Brasil esse ano e ainda estar disputando um título brasileiro profissional tão sonhado é importante para mim e para nosso o estado”, disse Dudu, que foi campeão carioca em 2017 e este ano fez finais em Macaé-RJ (4º) e em Linhares-ES (3º). “Não temos representantes no circuito mundial (CT) e nem somos os melhores do Brasil há muito tempo. Esse ano foi o meu melhor como profissional, eu passei ver as coisas e a competição com outros olhos, então tive muito perto de vencer um evento, tendo feito duas finais. Consegui manter uma regularidade”, comentou o atleta que tem 11.780 pontos no ranking contra 13.396 do líder Igor Morais (SP) e de 12.306 de Hizunome Bettero (SP), segundo colocado.
Dudu está de olho nas próximas etapas, mas ainda não sabe se terá condições de ir nas três por falta de patrocínio. “Eu ainda não consegui vencer um evento, nem consegui mostrar o meu surfe, mas estou na pegada e ainda não acabou. Estou ainda tentando ir pra Ubatuba, competir na Praia Grande, nos próximos dias 22, 23 a 24. Mas estou feliz por estar melhorando a cada evento”. O surfista também comentou a dificuldade em fechar parcerias. “Patrocínio é uma questão difícil no momento para todos, ainda mais no Rio de janeiro. Eu sacrifiquei muita coisa pra poder competir esse ano, e no início de 2019 eu tinha apenas uma prancha pra surfar e não tinha grana pra comprar outras. Minhas pranchas foram compradas por amigos e familiares. Tive que fazer rifas e usei toda a premiação que ganhei pra poder viajar para outras etapas. É uma situação desconfortável”.
Apesar de toda dificuldade, o buziano já mira 2020. “Quero muito poder competir em algumas etapas do QS no próximo ano e também pretendo focar no sul-americano”. Pra isso ele está dando um gás forte nos treinos, mas quer aumentar o ritmo ainda mais. “Eu tenho treinado muito, mas nada perto do que eu ainda quero. Na virada de ano eu vou intensificar os treinos. Mas já melhorei bastante e o foco continua”, fala Dudu que não esquece de quem tem oferecido ajuda. “Queria agradecer ao Waves pela oportunidade, aos amigos, apoiadores e família que fizeram isso possível, sem vocês isso não estaria acontecendo. Muito obrigado também ao Sérgio Zveiter, ao restaurante Bar do Zé, Bvtbrasil, Hurackan e ao shaper RM (Wetworks)”.