A torcida catarinense fez a festa com a vitória incrível do jovem surfista Heitor Mueller, de apenas 15 anos de idade, que usou os aéreos nas direitas da Praia da Joaquina para derrotar o peruano Raul Rios, 16 anos, na decisão do Oi Pro Junior Series de Florianópolis.
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Na final feminina, também deu Brasil com a paulista Isabela Saldanha, 16 anos, conquistando igualmente sua primeira vitória na categoria Sub-18 do Circuito Sul-americano da WSL Latin America. Ela surfou a melhor onda da bateria para derrotar a argentina Coco Cianciarulo, 15 anos, que tinha eliminado as surfistas que brigavam pela segunda posição no ranking.
“Eu estou muito feliz, não dá nem pra acreditar, mas acertei aquele aéreo ali muito bom (nota 8,5) e estou muito feliz com toda a galera torcendo por mim”, disse Heitor Mueller, logo que chegou na arena do evento, depois de ser carregado pelos catarinenses após sair do mar. “Estou muito feliz, não sei nem o que falar, mas eu treinei muito com meu pai e a gente veio pra cá confiante, mas estou sem palavras e nem sei o que falar, só quero comemorar”.
A final masculina foi uma das melhores baterias nos dois dias do Oi Pro Junior Series na Praia da Joaquina. Heitor Mueller escolheu as direitas para mandar os aéreos de frontside, que já tinham lhe garantido a vitória na semifinal catarinense com Uriel Sposaro. Ele e o peruano Raul Rios travaram uma grande batalha, surfando uma onda atrás da outra, mas os voos do brasileiro fizeram a diferença. Raul fez parte do time sul-americano que disputou o Mundial Pro Junior no ano passado, enquanto Heitor está estreando no Sub-18 só esse ano.
O catarinense largou na frente com notas 6,00 e 4,25 nas primeiras direitas que pegou e o peruano preferiu as esquerdas para surfar de frontside também. Só que elas não estavam tão boas como no sábado e Heitor foi ampliando a vantagem a cada aéreo que completava. A disputa era quase onda a onda, com cada ataque de Raul Rios recebendo a resposta imediata de Heitor Mueller com uma nota maior. O melhor aéreo valeu 8,50, a maior nota do evento, que ele somou com o 6,80 da sua última onda, para vencer com o maior placar do Oi Pro Junior Series de Florianópolis, 15,30 a 13,15 pontos.
“Eu tentei vencer até o fim, estava superconcentrado, só que existem coisas que a gente não pode controlar, mas estou feliz assim mesmo pelo resultado”, disse Raul Rios. “Essa foi a minha primeira final esse ano e sei que posso chegar em mais, então vou me esforçar pra conseguir isso nas próximas. A última etapa vai ser lá em Mancora (no Peru), é uma praia que eu conheço bastante, surfo lá quase todos os dias e vou me preparar para tentar a vitória lá em casa”.
Mudanças no ranking – Para chegar na decisão do título, os finalistas tiveram que passar três baterias no domingo ensolarado em Florianópolis, porém com ondas menores do que no sábado na Praia da Joaquina, mas ainda apresentando boa formação nas direitas e esquerdas. Pelo caminho, deixaram os surfistas que brigavam pela liderança e pelas três primeiras posições no ranking sul-americano Pro Junior da WSL Latin America, que valem classificação para o Mundial Pro Junior da World Surf League, no final de novembro na Ilha Taiwan.
O primeiro a cair foi o potiguar Mateus Sena, que tinha assumido a vice-liderança no sábado. O catarinense Lucas Vicente venceu a bateria dele nessa fase e pegou o segundo lugar. Se passasse mais uma, ganharia a primeira posição do saquaremense Daniel Templar, mas foi barrado pelos também catarinenses Uriel Sposaro e Heitor Mueller, na luta pelas duas últimas vagas nas semifinais. Com isso, Lucas Vicente ficou em segundo e Mateus Sena permaneceu em terceiro lugar, na última posição dos que se classificam para o Mundial Pro Junior.
“Estou meio frustrado por não ter conseguido um resultado melhor, porque estava em casa, mas, querendo ou não, foi mais um bom resultado pra somar no ranking”, disse Lucas Vicente. “Esse circuito não é feito só de uma etapa, então fico feliz por ter feito mais um resultado consistente e agora é me preparar para fazer melhor nas próximas. Eu já competi lá em Maresias, me dou bem lá, então estou bem confiante pro restante do ano e vou sim buscar os resultados que eu preciso para ser o campeão sul-americano deste ano”.
A disputa do título e a batalha pelas três vagas para o Mundial Pro Junior agora embolou de vez. Templar lidera com 2.440 pontos, seguido por Lucas com 2.310, Mateus com 2.220 e o ex-vice-líder, Daniel Adisaka, caiu para o quarto lugar com 2.125. Com o vice-campeonato no Oi Pro Junior Series de Florianópolis, o peruano Raul Rios atingiu 1.790 pontos, pulando da 13.a para a quinta posição no ranking, o catarinense Leo Casal continuou em sexto com 1.780 e ainda tem os paulistas Fernando Junior em sétimo com 1.775 e Eduardo Motta com 1.720.
O campeão Heitor Mueller seria o décimo colocado com os resultados das três etapas que participou esse ano. Porém, sua filiação foi feita erradamente na WSL North America e no momento não aparece no ranking regional da WSL Latin America, mesmo só competindo no Brasil. Enquanto a World Surf League não corrigir o equívoco, Heitor Mueller não aparecerá em qualquer ranking, mas ele já confirmou que vai participar das duas últimas etapas.
Nova vice-líder – Assim como na categoria masculina, uma nova vice-líder do ranking também foi definida no domingo decisivo da terceira etapa do Oi Pro Junior Series. A catarinense Tainá Hinckel permanece em primeiro lugar, como Daniel Templar. A batalha pela segunda vaga para o Mundial Pro Junior, aconteceu na primeira bateria feminina do domingo. A atual bicampeã sul-americana Pro Junior de 2017 e 2018, Sol Aguirre, defendia a segunda posição contra a carioca Julia Duarte e ambas foram derrotadas pela argentina Coco Cianciarulo na briga pelas vagas para a primeira semifinal.
Julia Duarte conseguiu surfar uma boa onda para superar a peruana e atingir seu objetivo, que era tirar o segundo lugar de Sol Aguirre em Florianópolis. Depois, ela perdeu de novo para Coco Cianciarulo e terminou em terceiro lugar no Oi Pro Junior Series. Com isso, ficou com 2.760 pontos no ranking, contra 2.685 da peruana. Com a vitória na Praia da Joaquina, a paulista Isabela Saldanha assumiu o quarto lugar com 2.630 pontos, seguida pela argentina com 1.290 e pela carioca Maju Freitas, também eliminada nas semifinais, com 1.980.
“Eu queria passar a Sol (Aguirre) e consegui, mas fiquei um pouco triste por não ter ido pra final, porque a vitória poderia me dar uma vantagem a mais”, disse Julia Duarte. “Vou ver como ficou a pontuação e do que vou precisar nas próximas etapas para poder ir pro Mundial junto com a Tainá (Hinckel). Certamente, vou treinar bastante para poder chegar na final da próxima para, quem sabe, conseguir minha primeira vitória lá em Maresias”.
Final feminina – Depois de vencer as duas baterias contra as líderes do ranking, Coco Cianciarulo chegou como favorita na decisão e foi quem largou na frente com duas notas na casa dos 3 pontos. No entanto, não deu tanta onda boa como na final masculina e as duas não tiveram muitas oportunidades para mostrar o surfe que vinham apresentando. Isabela teve a sorte de pegar a melhor onda da bateria e aproveitou bem, fazendo duas manobras fortes que valeram nota 6,25. Com ela, confirmou a vitória por 8,65 a 6,75 pontos.
“Estou muito feliz em vencer esse campeonato na minha primeira final no Pro Junior”, disse Isabela, que faz parte do grupo de atletas do Instituto Gabriel Medina. “Eu treinei muito para chegar aqui, então agora a gente vê que todo o esforço valeu a pena. Essa é a principal competição Sub-18 do mundo e é muito importante a gente ter um circuito aqui tão forte como esse, com sete etapas, pra dar mais chances para todos conseguirem resultados. Eu só tenho que dar os parabéns a Oi, porque não é fácil uma empresa tão grande investir nas categorias de base, então estamos todas felizes com esse apoio. A próxima etapa vai ser em casa, Maresias, então quero aproveitar para tentar outra vitória lá, porque agora entrei na briga pelas vagas para o Mundial e vou atrás disso”.
A vice-campeã, Coco Cianciarulo, também ficou feliz pelo resultado: “Obviamente que eu gostaria de ganhar esse campeonato, mas a Isabela (Saldanha) surfou muito bem e o importante é que eu pude surfar boas ondas e essa foi minha primeira final do Pro Junior, com 15 anos de idade apenas. Então, pra mim, foi um resultado incrível e estou muito feliz pelo surfe que apresentei aqui. Ainda temos mais duas etapas e eu vou com tudo, porém o mais importante mesmo é me divertir como fiz aqui, pois assim os resultados aparecem”.
Últimas etapas – Depois de cinco etapas completadas neste domingo em Florianópolis, restam duas para definir os campeões sul-americanos da categoria para surfistas com até 18 anos de idade e os cinco classificados para o Mundial Pro Junior, três no masculino e duas no feminino. A próxima etapa é a quarta e última do Oi Pro Junior Series, nos dias 08 a 10 de novembro na Praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. E a grande final acontece na semana seguinte, dias 14 e 15 em Mancora, no Peru.
O Oi Pro Junior Series é uma realização da World Surf League Latin America com patrocínio da Oi como naming rights e da Subway, com todas as quatro etapas contando com o portal Waves como parceiro de mídia e sendo transmitidas ao vivo pelo www.waves.com.br e pelo www.worldsurfleague.com. Esta terceira etapa em Santa Catarina também contou com o importante apoio da Prefeitura Municipal de Florianópolis, Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e Associação de Surf da Joaquina (ASJ).