Ele fez parte da geração Medina quando amador e é um dos grandes amigos de Filipe Toledo. Geovane Ferreira deu trabalho para os nomes do momento nas categorias de base, não despontou no Circuito Mundial, mas segue competindo e é um dos nomes de destaque no Surf Trip apresenta Onbongo Pro Contest Paulista de Surf Profissional, nos próximos dias 22 a 24, na Praia Grande, em Ubatuba (SP).
A competição distribuirá R$ 30 mil de premiação e além do título estadual, tem como atrativo 3 mil pontos no ranking da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp). O atleta de 27 anos compete “em casa”, na praia onde aprendeu a surfar e brincava com Filipinho quando criança. Na última edição do Paulista, em 2017, ele foi um dos candidatos ao título e chegou até a última etapa com chances.
Nesse ano, o campeonato será disputado em etapa única e Tchuca, como é conhecido, mostra animação. “A expectativa é sempre das maiores. Esses caras que fazem parte do CT, todos tiveram seus momentos no Paulista. Quero também gravar meu nome nesse evento. É uma honra, sei que não é fácil, tem muita gente boa, mas quero batalhar muito para que isso aconteça na minha careira”, diz.
“O Paulista é importante demais, mostra você para o Brasil. Não é à toa que o Peterson Crisanto (campeão invicto em 2016) veio para São Paulo venceu e hoje faz parte da elite, entre outros atletas. Quero muito que isso aconteça na minha carreira”, reforça o surfista.
Para ele, surfar em Praia Grande é estar em casa. Foi nessa praia que ele aprendeu a surfar aos oito anos na Escola de Surf da Prefeitura, tendo Ricardo Toledo como seu primeiro instrutor, e hoje dá aulas de iniciação ao esporte. “Fico feliz pelo campeonato ser ali, onde tudo começou, me identifiquei com o esporte. Minha família pode estar por perto, acompanhando. Com certeza terei uma energia muito boa. Ali me traz boas memórias”, comenta Geovane, recordando justamente seu início e a relação construída com Filipinho.
Ele conta que o início foi difícil, porque morava na Praia Dura, com boas ondas, mas não tinha prancha. Depois, quando foi morar no Centro, teve o apoio do casal Abel “Ney” e Camila Nunes, responsáveis por seu primeiro equipamento. “Eles foram como pais para mim, iam nas reuniões de escola, me levavam para surfar. Depois aprendi um pouco mais com o Ricardinho, com a família, com o Filipe.
“Por mais que eu não seja um campeão mundial, esteja no CT, me sinto privilegiado por poder surfar e conhecer pessoas como essas”, ressalta. “A relação com o Filipe é muito boa. O garoto é fantástico, tem um coração gigante, tem uma simplicidade incrível, um respeito e um carinho por mim, que as vezes até me constrange. Sempre preocupado, me liga, para saber se está tudo bem comigo, com a família, se eu preciso de alguma coisa. É o Filipe sendo ele”, elogia.
A amizade entre os dois começou ainda no início dos tempos de aprendizagem ao surf e ele confessa que na época o que gostavam mesmo nas brincadeiras era empinar pipa, mais do que surfar. “A gente começou ali no Canalzinho, revezando prancha, pegando ondinha, passava o dia na praia. Não era só surf. Empinava pipa, jogava futebol e gostava mais de empinar pipa, essa era a verdade. Fico feliz por ter feito parte do começo da trajetória dele”, revela.
Na vida competitiva, sob orientação do técnico Alberto Jacob, hoje secretário municipal de esportes de Ubatuba, Geovane se destacava, com finais contra atletas que hoje figuram na elite como Gabriel Medina e Jessé Mendes e guarda na memória uma vitória importante contra Italo Ferreira, atual líder do CT, durante etapa do Sul-Americano Pro-Júnior, na Praia da Vila, em Imbituba/SC, em 2012.
“Tive o prazer de competir contra Medina, Jessé, Miguel Pupo, Filipinho, Peterson, Italo, Caio Ibelli, Deivid Silva, entre tantos outros. Tenho lembranças muito boas competindo contra eles, mas tem uma especial, que nunca vou esquecer, quando venci o Sul-Americano contra o Italo. Tinha uns 2 metros de onda”, relata. “Mas fiz grandes baterias contra Medina, Jessé. Me sinto honrado de ter feito parte dessa geração e ver eles hoje brilhando e dando alegria ao nosso país”, enfatiza.
Atualmente Geovane dá aulas de surfe na Praia Grande e segue competindo. “Minha vida está legal, não estou com patrocínio principal, mas consigo levar a vida dentro do esporte. Se aparecer oportunidade, estou mais do que preparado”, finaliza o atleta, que tem o copatrocínio da Trash, Trópico Açaí, Rocksolid, Surfly e pranchas Sharpeye.
As inscrições para o evento seguem abertas e o atleta precisa enviar e-mail para [email protected] com o pagamento da taxa feito em dinheiro no palanque, antes do início da disputa. É preciso constar no pedido o nome de competição, se é profissional ou amador e o estado onde mora. A taxa é de R$ 230,00 para atletas profissionais e R$ 260,00 para amadores.
O Surf Trip apresenta Onbongo Pro Contest Paulista de Surf tem os apoios de Super Tubes, Kyw, Surf Skate Mag, Surf Trip Tour, Filipe Toledo Surf Store e Atmosfera Incorporadora. Realização: Federação Paulista de Surf, com colaboração da Associação Ubatuba de Surf (AUS) e Prefeitura Municipal de Ubatuba, através da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, e supervisão da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp).