O time sul-americano formado por seis surfistas, chegou completo nas oitavas de final do World Junior Championships nos Estados Unidos. Sol Aguirre, Laura Raupp e Cauã Costa, já tinham se classificado por terem estreado com vitórias na decisão dos títulos mundiais da categoria para surfistas com até 20 anos de idade. E Luana Silva, Daniella Rosas e Ryan Kainalo, passaram pela repescagem no mar desafiador da quarta-feira (11), com grandes ondas de 6-8 pés em Seaside Reef, em San Diego, na Califórnia. As oitavas de final vão começar as 8h da quinta-feira, 13h no Brasil.
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A categoria masculina vai abrir o quarto dia do World Junior Championships e o atual bicampeão sul-americano Pro Junior da WSL Latin America, Cauã Costa, será o primeiro a competir. O cearense vai enfrentar o australiano Oscar Berry na sexta bateria e o paulista Ryan Kainalo disputa a última vaga para as quartas de final com o mexicano Alan Cleland, que bateu todos os recordes do evento na quarta-feira.
Na categoria feminina, a catarinense Laura Raupp entra duas baterias depois com a alemã Rachel Presti. Já o quarto duelo das oitavas de final, será 100% peruano, entre Daniella Rosas e a tetracampeã sul-americana Pro Junior, Sol Aguirre. Infelizmente, apenas uma delas seguirá na busca de um título inédito para a América do Sul, o de campeã mundial Pro Junior de 2022 da World Surf League. Na disputa seguinte, a brasileira Luana Silva, cabeça de chave número 1 do World Junior Championships, volta a enfrentar a canadense Erin Brooks que a derrotou na primeira fase.
Luana abriu a quarta-feira de condições desafiadoras, com ondas passando dos 2 metros de altura no mar gelado de Seaside Reef. A japonesa Nanaho Tsuzuki começou melhor, com nota 5.67 pontos na primeira esquerda que surfou. Mas, a brasileira manteve a calma e confirmou a vitória nas duas últimas ondas que pegou e valeram 5.90 e 5.80. Com estas notas, Luana ganhou o primeiro duelo eliminatório do World Junior 2022, por 11.70 a 10,.7 pontos.
“Fiquei meio indecisa, porque minha bateria era a primeira do dia. Mas, consegui pegar umas ondas e estou feliz por ter vencido”, disse Luana Silva. “As condições estão bem complicadas. Fica mudando muito e acho que as ondas estavam melhores no primeiro dia (segunda-feira). Está muito frio também e teve uma hora que nem conseguia sentir meus pés, de tão gelada que está a água. Mas, a persistência valeu a pena, porque passei para a próxima fase”.
A peruana Daniella Rosas foi a outra sul-americana que não conseguiu vencer sua primeira bateria, na segunda-feira em San Diego. Então, a última chance de seguir na briga do título mundial, era derrotar a japonesa Anon Matsuoka. Elas entraram na sexta bateria do dia e Daniella escolheu bem suas ondas, que abriram para fazer mais manobras. A última foi a melhor e ganhou nota 6.83, que ampliou a vitória para 12.00 a 7.06 pontos.
“Fiquei assistindo as baterias anteriores e a Janire (Gonzales Etxabarri) surfou tão bem antes de mim, que pensei em usar a mesma estratégia e deu certo”, revelou Daniella Rosas. “Já passei bastante tempo surfando esquerdas parecidas no norte do Peru, então estou bem confiante e me sentindo bem aqui. Minha mãe sempre fala para eu só pensar em surfar, não me preocupar tanto, mas manter a confiança e fazer meu melhor nas ondas. Foi o que tentei fazer hoje, me divertir mais e estou feliz por ter passado a bateria”.
Destaques do dia – Nesse momento, ela ainda não sabia que terá que enfrentar a sua amiga e também peruana Sol Aguirre. Logo após a vitória de Daniella Rosas, a australiana Sierra Kerr fechou a repescagem fazendo os recordes da categoria feminina. Ela mostrou muita atitude para atacar uma junção cavernosa, depois de fazer três rasgadas sempre no crítico de uma onda da série em Seaside Reef. Os juízes deram nota 9.17 para Sierra Kerr, que totalizou 15.50 pontos. Somente ela conseguiu ultrapassar os 13.83 da norte-americana Kirra Pinkerton no início do dia. E as duas recordistas vão se enfrentar no sétimo confronto das oitavas de final.
Estes 15.50 pontos de Sierra Kerr, superaram até a maior somatória masculina do primeiro dia, 15.17 do havaiano Eli Hanneman. Ninguém tirou outra nota na casa dos 9 pontos na repescagem dos homens, mas o mexicano Alan Cleland aumentou o recorde de pontos para 17.80, com as notas 8.97 e 8.83 recebidas pelo seu ataque com batidas e rasgadas debaixo do lip, abrindo grandes leques de água. O norte-americano Kade Matson também se destacou, somando uma nota 8,93 na vitória por 16,43 pontos na sua bateria.
O mexicano Alan Cleland, novo recordista de pontos do World Junior Championships, será o próximo adversário do paulista Ryan Kainalo, no duelo que vai fechar as oitavas de final nessa quinta-feira na Califórnia. O brasileiro ganhou o último confronto da quarta-feira, aumentando a vantagem a cada onda surfada contra o sul-africano Tide-Lee Ireland. Ele só pegou quatro. Começou com nota 5.83, ganhou 5.57 na segunda e somou o 6.73 e 6.93 das duas últimas, para vencer por 13.66 a 6.60 pontos.
Ryan Kainalo e o bicampeão sul-americano Pro Junior de 2021 e 2022 da WSL Latin America, Cauã Costa, tentam um tricampeonato consecutivo do Brasil no Mundial Pro Junior da World Surf League, para aumentar para dez o recorde de títulos verde-amarelos nesta categoria para surfistas com até 20 anos de idade. Por outro lado, a América do Sul não tem nenhuma vitória na categoria feminina e quatro surfistas podem quebrar este tabu, as brasileiras Luana Silva e Laura Raupp e as peruanas Sol Aguirre e Daniella Rosas.
World Junior Championships 2023
Oitavas de final
Categoria masculina
9º lugar com US$ 1.500 e 3.320 pontos
1ª Brodi Sale (HAV) x Taro Watanabe (JPN)
2ª Luke Thompson (AFR) x Eli Hanneman (HAV)
3ª Kauli Vaast (FRA) x Saxon Reber (AUS)
4ª Kade Matson (EUA) x Levi Slawson (EUA)
5ª Jett Schilling (EUA) x Jarvis Earle (AUS)
6ª Oscar Berry (AUS) x Cauã Costa (BRA)
7ª Adur Amatriain (ESP) x Jackson Bunch (HAV)
8ª Alan Cleland (MEX) x Ryan Kainalo (BRA)
Categoria feminina
9º lugar com US$ 1.500 e 3.320 pontos
1ª Alyssa Spencer (EUA) x Aelan Vaast (FRA)
2ª Rachel Presti (ALE) x Laura Raupp (BRA)
3ª Sawyer Lindblad (EUA) x Janire G. Etxabarri (ESP)
4ª Daniella Rosas (PER) x Sol Aguirre (PER)
5ª Luana Silva (BRA) x Erin Brooks (CAN)
6ª Francisca Veselko (PRT) x Sara Wakita (JPN)
7ª Kirra Pinkerton (EUA) x Sierra Kerr (AUS)
8ª Zahli Kelly (AUS) x Ellie Harrison (AUS)
Resultados da quarta-feira na Califórnia
Segunda fase feminina
17º lugar com US$ 1.000 e 1.900 pts
1ª Luana Silva (BRA) 11,70 x 10,07 Nanaho Tsuzuki (JPN)
2ª Rachel Presti (ALE) 7,66 x 4,06 Louise Lepront (AFR)
3ª Kirra Pinkerton (EUA) 13,83 x 4,26 Rubiana Brownell (CRC)
4ª Sara Wakita (JPN) 7,17 x 6,16 Ella McCaffray (EUA)
5ª Zahli Kelly (AUS) 10,60 x 4,43 Gemma Hanafey (AFR)
6ª Janire G. Etxabarri (ESP) 13,60 x 12,10 Eweleiula Wong (HAV)
7ª Daniella Rosas (PER) 12,00 x 7,06 Anon Matsuoka (JPN)
8ª Sierra Kerr (AUS) 15,50 x 9,43 Pua DeSoto (HAV)
Segunda fase masculina
17º lugar com US$ 1.000 e 1.900 pts
1ª Saxon Reber (AUS) 12,00 x 10,33 Joel Vaughan (AUS)
2ª Alan Cleland (MEX) 17,80 x 13,66 Lennox Chell (AUS)
3ª Jett Schilling (EUA) 15,24 x 6,77 Tenshi Iwami (JPN)
4ª Kade Matson (EUA) 16,43 x 11,57 Kian Martin (SUE)
5ª Brodi Sale (HAV) 13,90 x 8,00 Noa Dupouy (FRA)
6ª Luke Thompson (AFR) 12,27 x 3,67 Bitor Garitaonandia (ESP)
7ª Adur Amatriain (ESP) 15,33 x 9,24 Tommy Coleman (EUA)
8ª Ryan Kainalo (BRA) 13,66 x 6,60 Tide-Lee Ireland (AFR)