Connor O’Leary é o campeão do Pro France. O atleta superou o francês Michel Bourez na final realizada neste sábado (23) em Hossegor, e o troféu foi para a Austrália. Mateus Herdy foi o melhor brasileiro na prova e terminou em terceiro lugar. Os três chegaram na competição com resultados pouco expressivos no ranking, mas ganharam fôlego na França e vão para a última etapa do Challenger Series com reais chances de classificação para o CT 2022. A campeã Brisa Hennessy, da Costa Rica, já garantiu sua vaga na elite.
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As finais foram realizadas em ondas de meio a um metro em Culs Nus. Novamente a WSL optou por utilizar dois bancos na competição para realizar duas baterias ao mesmo tempo. O terceiro round masculino e as quartas de final foram realizadas nesse formato. Já as semis e as finais foram com uma bateria por vez.
O francês começou bem na final. Ele abriu o duelo como nas duas baterias anteriores, conquistando uma nota importante (6.50), porém não evoluiu a partir dali. Ao contrário dele, Connor melhorou depois de um início fraco. O aussie fez boas curvas de frontside e duas notas na casa dos seis pontos em sequência (6.03 e 6.73) para assumir a liderança.
Michel passou a necessitar de 6.27 pontos para vencer, mas não conseguiu surfar ondas com potencial para conquistar a nota. Final de bateria e Connor venceu pelo placar de 12.76 a 10.73.
Connor O’Leary chegou à França em 100º lugar no ranking, tendo passado apenas uma fase nas duas etapas iniciais do Challenger Series. O australiano ganhou 10 mil pontos, subiu para sexta posição e entrou na briga por uma das 12 vagas na elite de 2022.
“É uma sensação incrível. Foi um dia muito longo, mas é maravilhoso terminar assim”, diz Connor. “Estou até com câimbras nas minhas pernas, mas agora vou festejar, tomar umas cervejas com a rapaziada (risos). Quero curtir esse fim de tarde com meus amigos. Está rolando muito apoio entre os australianos, com todo mundo ajudando um ao outro e vamos manter essa vibração positiva, para terminar bem o ano lá no Havaí”.
O vice-campeão da etapa, Michel Bourez, terminou o ano fora da lista dos reclassificados pelo CT, em 28º lugar no ranking. O francês foi muito mal nas duas etapas iniciais do Challenger Series e chegou na França ocupando a 108ª posição na classificação geral. Com os dez mil pontos conquistados ele subiu para o 19º lugar e também entrou na disputa para competir entre os melhores do mundo na próxima temporada.
Caminho até a final – Connor conquistou a vaga na final após vencer, neste sábado, o holandês Beyrick De Vries nas oitavas, o francês Maxime Huscenot nas quartas, e o japonês Kanoa Igarashi na semi.
A bateria contra Beyrick foi equilibrada, mas o australiano começou bem (5.67 e 6.83) e abriu vantagem para vencer por 12.50 a 10.90 pontos. Connor voltou a ter um bom início nas quartas, ao largar com 7.17. Maxime quase não ameaçou e perdeu precisando de 8.67 pontos.
Kanoa Igarashi chegou na semi após boas apresentações, porém na briga pela vaga na final faltou performance para ele. Mas o japonês vencia até perto do fim, entretanto Connor destruiu uma onda, anotou 8.43 pontos e avançou. Kanoa perdeu na necessidade de 7.61 para reverter o resultado.
Com a terceira posição no Pro France, Kanoa assumiu a liderança do ranking. Ele terminou o CT 2021 como o oitavo melhor surfista do mundo e já tem vaga garantida na elite da próxima temporada.
Michel elimina dois brasileiros – A primeira disputa de Michel neste sábado foi contra Samuel Pupo, num duelo válido pelas oitavas de final. O brasileiro apostou nas esquerdas no início da disputa e chegou a anotar 5.17 pontos. Michel também surfou uma esquerda, mas foi na direita que conseguiu a maior nota não só do início do confronto, mas de toda a bateria (6.17).
Samuel partiu para as direitas e para os aéreos, mas não conseguiu impressionar os juízes mesmo quando acertou. Michel pegou uma esquerda e com duas rasgadas fez 5.60 pontos e abriu distância. Na necessidade de 6.60, o brasileiro foi para a ação de backside e fez várias manobras. Ele diminuiu a distância na pontuação com 5.37, mas ainda precisava de 6.40 para vencer e avançar. O brasileiro surfou mais três ondas, porém não alterou o placar.
Samuel repetiu o resultado da prova portuguesa do circuito ao ficar em nono lugar. Ele agora ocupa a 15ª posição no Challenger Series. Como tem 2.500 pontos no ranking, conquistados com a quinta posição no Oi Hang Loose Pro Contest de 2020, o brasileiro precisa passar três fases em Haleiwa para melhorar sua pontuação.
Nas quartas de final o adversário de Michel foi Frederico Morais. A bateria foi dura e o português quase tomou a vaga do francês perto do fim. Frederico precisava de 4.44 pontos e recebeu 4.27 na última onda surfada e se despediu do Pro France.
Michel encontrou outro brasileiro na semi. Mateus Herdy chegou na fase após usar os aéreos e o surfe de borda para eliminar Lucas Silveira nas oitavas, e o costa-riquenho Carlos Muñoz nas quartas. Mas Mateus não repetiu a atuação no confronto que valia vaga na final. Além de ter poucas oportunidades, errou os voos que tentou.
Michel abriu a disputa com 8.00 pontos. Na sequência conquistou 7.17 e disparou na frente. As duas performances foram em ondas para a direita, e ele apresentou seu já conhecido “power surf” em batidas e rasgadas. As ondas boas para o surfe sumiram de Culs Nus durante quase dois terços do duelo e o brasileiro não teve oportunidades para mostrar novamente seu surfe na competição.
“Foi uma daquelas baterias que não era para mim”, lamenta Mateus. “O Michel (Bourez) conseguiu duas notas boas logo no início e eu estava confiante, mas as ondas não apareceram. Rolou a mesma coisa na minha bateria com o Lucas (Silveira), quando só veio onda pra mim e nada pra ele. Acontece! Mas, um terceiro lugar é um bom resultado e agora tenho mais chances de me qualificar para o CT lá em Haleiwa. Fiz uma boa perna europeia e quero agradecer ao pessoal da Quiksilver e da Red Bull, que me ajudaram muito aqui nestes dois eventos, minha família, meus pais e todo mundo que torce por mim”.
Mateus sobe – Mateus terminou o Pro France em terceiro lugar. Com isso ele embolsou US$ 5 mil e somou 6.500 pontos no ranking. Agora ele ocupa o 17º lugar no Challenger Series e vai tentar trocar 750 pontos na etapa que fecha o circuito. Ele já conseguirá melhorar sua pontuação se passar uma bateria no Havaí.
Caminho até a semi – Mateus venceu duas baterias até ser parado neste sábado no Pro France. Ele estava endiabrado na disputa brasileira. Lucas Silveira iniciou com uma rasgada, seguida de um layback expressivo que valeram 6.50 pontos. A partir daí só deu Mateus. O brasileiro rasgou com agilidade, bateu e voou alto para conquistar três notas na casa dos sete pontos ao longo do duelo (7.50, 7.03 e 7.40).
Lucas optou por esperar uma onda realmente boa, pois necessitava de 8.40 pontos para tomar a liderança. Mas o brasileiro não surfou mais. Ele terminou a bateria com apenas uma nota e se despediu da etapa francesa do Challenger Series. Lucas ocupa a 17ª posição no ranking ao lado de Mateus, e também vai tentar trocar 750 pontos no Havaí.
Mateus começou as quartas de final numa direita que teve um alley-oop e um aéreo reverse incompleto. A nota foi 7.50 pontos. As condições estavam complicadas e tanto ele quanto Carlos Muñoz não conseguiam achar outras ondas com potencial para boas notas. Porém, após uma série de notas fracas, Mateus encontrou outra direita e fez três manobras, sendo duas batidas e uma rasgada. Os 5.50 ampliaram a distância entre eles no placar, e o costa-riquenho passou a necessitar de duas notas para reverter o resultado.
Restavam oito minutos para o fim e Carlos tinha surfado quatro ondas, todas ruins. Dois minutos depois Mateus pegou uma direita pequena, acelerou e acertou outro alley-opp (6.23) para complicar de vez o caminho do costa-riquenho que perdeu pelo placar de 13.73 a 2.30 pontos.
Seis derrotas nas oitavas – O Brasil chegou forte no último dia do Pro France, com sete atletas classificados. Porém apenas um passou das oitavas de final, e foi no duelo brazuca entre Mateus e Lucas.
Além de Lucas e Samuel, que caiu para o virtual campeão da etapa, Alex Ribeiro, Jessé Mendes, Edgard Groggia, João Chianca e Samuel Pupo também se despediram do evento com a nona posição. Eles conquistaram 3.500 pontos e receberam US$ 2.750 de premiação.
Alex Ribeiro e Maxime Huscenot competiram na primeira bateria da fase, na vala das esquerdas. O brasileiro surfou de frontside e conseguiu boas curvas ao longo do duelo, porém o francês, de backside, foi mais vertical e agressivo nas manobras e levou a melhor. Alex saiu da França em 32º lugar no ranking.
A terceira bateria teve uma história parecida com a da primeira. Jessé Mendes e Lucca Mesinas competiram no banco das esquerdas, e o brasileiro de frontisde e o peruano de back.
Lucca foi vertical e conseguiu fazer um bom link de manobras. Foi assim que ele conquistou as notas 8.00 e 7.43 pontos. O brasileiro rasgava com pressão e tentava manobras inovadoras. Dessa maneira ele recebeu 6.33 e 6.07 dos juízes. Porém ele precisava de 9.10 para reverter o resultado e acabou eliminado. Jessé está na 40ª posição no Challenger Series.
A disputa de Jessé aconteceu ao mesmo tempo em que Kanoa Igarashi e Edgard Groggia competiam na vala das direitas. Ao contrário das baterias anteriores dos brasileiros, nesse duelo os dois surfistas eram de base regular.
Edgard até achou uma esquerda no início do confronto (5.67), mas o caminho para a vitória estava mesmo nas direitas. Kanoa conquistou suas maiores notas na primeira metade da disputa de meia hora. Ele surfou em alta velocidade e usou bem as bordas nas rasgadas. O japonês também fez uma junção expressiva, quando inverteu totalmente a direção da prancha de layback.
Com as notas 6.67 e 7.60 pontos ele deixou o brasileiro na necessidade de 7.45. Edgard chegou perto depois de destruir uma direita, também com boas rasgadas e batidas. Mas a nota 6.83 não mudou o resultado da bateria. Nos últimos segundos ele ainda partiu para o tudo ou nada, voou alto numa direita, mas caiu na aterrissagem e se despediu do Pro France. Edgar é o 33º melhor surfista do Challenger Series.
Melhor brasileiro no ranking – O quinto confronto teve João Chianca e Carlos Muñoz. Os dois começaram de forma parecida e nas direitas. O brasileiro conquistou 5.17 pontos e o costa-riquenho 5.73. João seguiu ativo. Ele surfou uma esquerda pequena e fez uma batida chutando a rabeta e mais duas pancadas. A nota foi 4.50.
Carlos foi para a liderança com 4.70 pontos, conquistados com duas manobras de backside numa esquerda. A partir daí o brasileiro passou a precisar de 5.27. Ele lutou muito, pegou várias ondas, mas o máximo que conseguiu foi 4.83 após executar duas manobras de backside.
João sai da França como chegou: sendo o melhor brasileiro no ranking. Porém ele melhorou ainda mais sua posição e agora ocupa o sexto lugar. Para melhorar sua pontuação no Havaí, ele precisa chegar nas quartas de final.
Brisa campeã – O troféu de campeã da categoria feminina foi para a Costa Rica. Brissa Hennessy venceu as norte-americanas Alyssa Spencer (quartas de final) e Sawyer Lindblad (semi) no caminho até a final, disputada contra a australiana India Robinson.
A costa-riquenha ficou ativa na final e controlou bem as situações. Ela abriu com 6.83 pontos, depois colocou mais 4.67 no somatório. India começou com 5.33 e passou a esperar por melhores ondas.
Brisa deu um gás perto do fim ao anotar 6.17 pontos. Depois ela fechou a bateria com 8.40, conquistados com duas manobras fortes de backside. A australiana tinha tentado encostar com 7.83, mas não teve chance de conseguir mais 7.41 para vencer e terminou como vice-campeã.
“Nossa, nem acredito que venci, mas estou muito feliz e muito obrigado pelo apoio de todo mundo lá da Costa Rica”, vibra Brisa. “Essa final foi uma loucura. A India (Robinson) é uma excelente competidora e eu acho que ela merece estar na elite ano que vem. As condições do mar mudaram muito durante a bateria e ainda bem que consegui aquela onda no final para vencer. Agora quero comemorar e curtir essa energia de todo mundo aqui”.
Com o resultado, Brisa ganhou mais 10.000 pontos, assumiu a liderança do ranking e se garantiu na elite de 2022 com uma etapa de antecedência. India conquistou 8.000 pontos com o segundo lugar e subiu 22 posições na lista das melhores. Ela agora ocupa a quarta posição no Challenger Series.
Pro France
Final
Campeão Connor O’Leary (AUS) 12.76 (10.000 pontos e US$ 20.000)
Vice-campeão Michel Bourez (FRA) 10.73 (8.000 pontos e US$ 10.000)
Semifinais
2º=3º lugar (6.500 pontos e US$ 5.000)
1 Connor O’Leary (AUS) 13.93 x 12.40 Kanoa Igarashi (JPN)
2 Michel Bourez (FRA) 15.17 x 6.77 Mateus Herdy (BRA)
Quartas de final
2º=5º lugar (5.000 pontos e US$ 3.500)
1 Connor O’Leary (AUS) 12.84 x 7.37 Maxime Huscenot (FRA)
2 Kanoa Igarashi (JPN) 14.70 x 13.84 Lucca Mesinas (PER)
3 Mateus Herdy (BRA) 13.73 x 2.30 Carlos Muñoz (CRI)
4 Michel Bourez (FRA) 9.77 x 9.60 Frederico Morais (PRT)
Oitavas de final Masculinas
2º=9º lugar (3.500 pontos e US$ 2.750)
1 Maxime Huscenot (FRA) 14.66 x 10.70 Alex Ribeiro (BRA)
2 Connor O’Leary (AUS) 12.50 x 10.90 Beyrick De Vries (HOL)
3 Lucca Mesinas (PER) 15.43 x 12.40 Jessé Mendes (BRA)
4 Kanoa Igarashi (JPN) 14.27 x 12.50 Edgard Groggia (BRA)
5 Carlos Munoz (CRI) 10.43 x 10.00 Joao Chianca (BRA)
6 Mateus Herdy (BRA) 14.90 x 6.50 Lucas Silveira (BRA)
7 Michel Bourez (FRA) 11.77 x 10.54 Samuel Pupo (BRA)
8 Frederico Morais (PRT) 14.90 x 9.70 Jordan Lawler (AUS)
Final Feminina
Campeã Brisa Hennessy (CRI) 15.23 (10.000 pontos e US$ 20.000)
Vice-campeã India Robinson (AUS) 13.16 (8.000 pontos e US$ 10.000)
Semifinais
2ª=3º lugar (6.500 pontos e US$ 5.000)
1 Brisa Hennessy (CRI) 14.50 x 13.73 Sawyer Lindblad (EUA)
2 India Robinson (AUS) 15.60 x 10.27 Caitlin Simmers (EUA)
Quartas de final
2ª=5º lugar (5.000 pontos e US$ 3.500)
1 Sawyer Lindblad (EUA) 15.17 x 7.20 Dimity Stoyle (AUS)
2 Brisa Hennessy (CRI) 13.33 x 8.83 Alyssa Spencer (EUA)
3 India Robinson (AUS) 10.50 x 10.07 Molly Picklum (AUS)
4 Caitlin Simmers (EUA) 11.93 X 11.04 Vahine Fierro (FRA)
Ranking do Challenger Series atualizado após o Pro France
Masculino
1 Kanoa Igarashi (JPN) 15.500 pontos
2 Ezekiel Lau (HAV) 14.250
3 Jake Marshall (EUA) 12.500
4 Imaikalani deVault (HAV) 12.000
5 Nat Young (EUA) 11.900
6 Connor O’Leary (AUS) 11.000
6 Lucca Mesinas (PER) 11.000
6 João Chianca (BRA) 11.000
9 Liam O’Brien (AUS) 10.750
9 Griffin Colapinto (EUA) 10.750
11 Carlos Muñoz (CRI) 10.650
12 Callum Robson (AUS) 10.500
13 Jackson Baker (AUS) 10.400
14 Leonardo Fioravanti (ITA) 10.000
15 Jordan Lawler (AUS) 9.500
15 Samuel Pupo (BRA) 9.500
17 Mateus Herdy (BRA) 9.250
17 Lucas Silveira (BRA) 9.250
19 Michel Bourez (FRA) 9.000
20 Shun Murakami (JPN) 8.900
Outros brasileiros até a 50ª posição
28 Thiago Camarão (BRA) 7.650
29 Alejo Muniz (BRA) 7.500
32 Alex Ribeiro (BRA) 7.375
33 Edgard Groggia (BRA) 7.250
40 Jesse Mendes (BRA) 5.900
42 Wiggolly Dantas 5.800
44 Ian Gouveia (BRA) 5.650
48 Yago Dora (BRA) 5.250
50 Weslley Dantas (BRA) 5.050
Feminino
1 Brisa Hennessy (CRI) 21.500
2 Gabriela Bryan (HAV) 21.000
3 Caitlin Simmers (EUA) 17.200
4 India Robinson (AUS) 13.300
5 Sawyer Lindblad (EUA) 12.500
5 Vahine Fierro (FRA) 12.500
7 Luana Silva (HAV) 12.200
8 Molly Picklum (AUS) 12.000
8 Coco Ho (HAV) 12.000
8 Alyssa Spencer (EUA) 12.000
Brasileiras até a 50ª posição
33 Silvana Lima 6.350
35 Summer Macedo 6.050