Escola Radical de Surfe

33 anos de muita onda

Pioneirismo, inclusão e muito surfe marcam os 33 anos da Escola Radical de Surfe, do professor Cisco Araña, em Santos (SP).

Escola Radical de Surf de Santos chega aos 33 anos com mais de 50 mil alunos em sua trajetória de muitos seriços prestados ao espo.

Primeira escola pública do Brasil, a Escola Radical de Surfe de Santos (Posto 2) completa mais um aniversário com uma programação diversificada, voltada para alunos de todas as idades.

A escola nasceu para formar atletas de surfe, divulgar o esporte, que antes foi tão marginalizado no período de repressão, mas hoje a mesma escola se destaca por acolher a todos que querem surfar, que tinham esse sonho, independente da idade, da condição física.

Aliás, foi por causa da alta demanda de Pessoas com Deficiência que vinham atrás de aulas no P2 que nasceu a Escola de Surfe Adaptado no Posto 3.

Cisco Araña, o idealizador e coordenador das duas escolas publicas de surfe em Santos beneficiou mais de 50 mil alunos de todas as idades nesse período, entre eles pessoas com deficiências ou limitações.

Vinculada à Secretaria Municipal de Esportes (Semes), a escola conta com a parceria da Blue Med Saúde e atende atualmente quase 400 pessoas, de 8 a 78 anos, com aulas de surfe e bodyboard.

“Nosso diferencial é a diversidade do nosso público. O surfe gera uma conexão com o oceano, a natureza, e cria um forte vínculo de amizades entre os praticantes, formando uma tribo onde todos se ajudam”, afirma Cisco Araña, 67 anos, surfista legend, que está a frente das duas escolas e que dedicou mais da metade da sua vida a essa causa tão importante, uma missão que já transformou a vida de milhares e vai alcançar outras gerações.

A maior parte dos alunos integram as turmas do 50+ voltado aos alunos longevos, prateados. “Nesta idade, os filhos já não estão em casa, os problemas de saúde aparecem, muitos ficam solitários e, tudo isso junto, acaba deixando as pessoas depressivas. Ao começar as aulas de surfe, elas se redescobrem, fazem novas amizades, voltam a viver como jovens e isso combate à doença”, explica Cisco.

História – A escola foi fundada em 1991 e tinha foco inicial em treinamento, competições, visando a formação de atletas, mas tudo mudou quando um idoso de 74 anos procurou Cisco para fazer uma reclamação. “Ele nadava no mar e veio dizer que os alunos da escola atrapalhavam sua atividade. Eu, simplesmente, fiz o convite para ele participar das aulas. Ele aceitou e adorou”. Euclides Camargo, o idoso em questão, foi o primeiro aluno que entrou na escola sem propósito competitivo, em 1995.

Em alguns alunos com necessidades específicas, Cisco percebeu que precisaria mudar o desenho das pranchas. “Fui fazendo pequenas adaptações. Foram dez anos até conseguirmos produzir uma prancha perfeita para alunos com deficiência visual”.

Em 2007, foi lançada a primeira prancha adaptada. Desde então, o coordenador da Escola Radical passou a desenhar e produzir esse material, que permite que pessoas com diferentes diagnósticos possam praticar o esporte.

“Ela pode ser usada por pessoas com TEA – transtorno do espectro autista, pessoas com síndrome de down ou dificuldades físicas e visuais”, explica Cisco.

Assim começou o Sonhando Sobre as Ondas, projeto de inclusão social mundial que nasceu em Santos e já doou mais de 80 pranchas adaptadas para praias de todo mundo .

 

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