Experimento da NASA

Sexo com golfinho e suicídio do animal

Confira detalhes de experimento polêmico da Nasa que acabou em sexo com golfinho e suicídio do animal.

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Experimento financiado pela Nasa (National Aeronautics and Space Administration) na década de 1960 buscava compreender a relação entre humanos e golfinhos. Em um dos estudos, Margaret Howe, uma jovem de 22 anos, passou a morar com o golfinho Peter e teve relações íntimas com o animal. O final do estudo, no entanto, culminou no suicídio do animal.

O que aconteceu

Golfinhos são conhecidos pela inteligência. Com exceção dos humanos, os golfinhos têm o maior cérebro entre os mamíferos. Algumas características, como inteligência, tendência à socialização e até mesmo a capacidade de sorrir, fazem com que esses animais sejam objetos de estudos e pesquisas em todo o mundo.

Hábitos sexuais despertam interesse

Entre os detalhes curiosos dos golfinhos, as possibilidades sexuais da espécie são uma das que mais chamam atenção. Segundo especialistas, golfinhos podem manter relações sexuais homoafetivas, praticar sexo em grupo e sexo oral. Além do sexo para fins de reprodução, os golfinhos também praticam a atividade sexual para ter prazer: especialistas descobriram a presença de clitóris nas fêmeas da espécie.

Um dos especialistas envolvidos em pesquisas com golfinhos foi o neurocientista norte-americano John Lilly. Fascinado pela espécie, Lilly dedicou sua carreira a estudar os golfinhos. A partir de suas pesquisas, escreveu o livro “Man and Dolphin” (“Homem e golfinho”, em português), no qual narra a “verdadeira e brilhante história dos experimentos de um homem que conversa com golfinhos”.

Recursos e apoio da Nasa. O sucesso do livro de Lilly chamou a atenção do governo dos Estados Unidos e da Nasa, agência espacial do país. Com os recursos destinados à sua pesquisa, Lilly conseguiu instalar um laboratório na ilha São Tomás, no Caribe. Foi nesse laboratório que o golfinho Peter e a jovem Margareth Howe viveram juntos.

Interesse por golfinhos levou Margareth a procurar o laboratório. Em entrevista ao documentário “The Girl Who Talked to Dolphins” (“A garota que conversava com golfinhos” em português), Margareth declarou que, ao ficar sabendo da existência do laboratório, ficou “curiosa” e fez uma visita para conhecer as instalações e os animais. Margareth conta que perguntou aos responsáveis se havia algo que ela pudesse fazer no local ou ajuda-los de alguma forma.

Golfinhos do laboratório haviam participado do filme Flipper, de 1963. Os três golfinhos que viviam no laboratório haviam sido enviados pelos estúdios Marine, em Miami, e eram as fêmeas Pamela e Sissy, e o macho Peter.

Margareth se dedicava a ensinar sons para os golfinhos. Uma das atividades que Margareth realizava era estimular a capacidade de emissão de sons que havia fascinado Lilly no início de sua carreira. Ao documentário, Andy Williamson, veterinário responsável pelo cuidado com os golfinhos no laboratório, explicou que os golfinhos conseguem “falar” pelo respiradouro, o buraco localizado na superfície de sua cabeça, utilizado para expulsar o ar dos pulmões e cujos lábios abrem e fecham. Margareth conta que pintava a região da boca para chamar a atenção de Peter e ajudá-lo na pronúncia das palavras.

Margareth escolheu Peter para focar suas atividades. Peter era o único entre os três golfinhos que nunca havia tido treinamento para emissão de sons humanos. Margareth então se dedicou a ensinar Peter a ouvir e a “falar”, repetindo sons e buscando uma conversa com o animal.

A jovem se ofereceu para morar no laboratório com Peter. Obcecada com os avanços feitos com Peter e em busca de uma convivência maior com o animal, Margareth pediu para morar nas instalações, que foram adaptadas para recebe-la. Margareth conta que dormia ao lado do tanque de Peter, enquanto as fêmeas ficavam no andar de baixo.

Impulsos sexuais

Peter era um macho com necessidades sexuais afloradas. Segundo Margareth, o golfinho tinha o costume de se esfregar em seus joelhos, seus pés e suas mãos. “Eu permitia. Não ficava desconfortável com isso, desde que não fosse muito rude”, disse ao documentário. Margareth conta que, no início da convivência, ao perceber que Peter estava “indisciplinado” por conta de necessidades sexuais, ela o enviava ao tanque onde estavam as fêmeas. Essa transferência ao tanque das fêmeas, no entanto, passou a não ser suficiente conforme os desejos sexuais de Peter se tornavam mais frequentes.

Margareth passou a suprir as necessidades sexuais de Peter. Para fazer com que o golfinho se concentrasse novamente em suas atividades, Margareth passou a ser a responsável pelo alívio sexual de Peter de forma manual. “Era mais fácil aceitar e deixar acontecer”, contou no documentário.

Era muito precioso, muito gentil […] Era sexual da parte dele, não era sexual da minha parte; [era] talvez sensual. […] Era só isso, eu estava lá para conhecer Peter; isso era parte dele. Margareth Howe, sobre a relação íntima com o golfinho Peter.

Peter estava “apaixonado” por Margareth. Segundo o veterinário Williamson, ele sentia pena do golfinho. “Era ótimo que Margareth não iria se prejudicar com isso [o sexo manual com Peter], mas, como veterinário, eu ficava pensando no pobre Peter. Aquele golfinho estava loucamente apaixonado por ela”, confessou ao documentário.

O fim da pesquisa e a morte de Peter

Nova pesquisa acabaria com o funcionamento do laboratório onde Margareth vivia com Peter. Autorizado pelo governo, Lilly passou a injetar LSD nos golfinhos, como parte de um estudo para analisar um possível benefício da droga em pacientes em tratamento para doenças mentais. Apesar dos esforços do neurocientista, o estudo não gerou resultados relevantes. Com a falta de novas evidências, Lilly perdeu seus recursos e precisou fechar o laboratório.

Peter foi transferido para outro cativeiro com as fêmeas. Em outubro de 1966, os três golfinhos que viviam no laboratório foram deslocados para o sul da Flórida, nos Estados Unidos. Ali, Pamela, Sissy e Peter estavam em piscinas portáteis de plástico, sem espaço e com pouca luz.

Ligação com a notícia de que Peter havia se suicidado. Margareth conta que, semanas após a transferência dos animais, recebeu uma ligação do próprio Lilly. Sem saber das condições nas quais os golfinhos estavam desde que haviam ido para os EUA, ela soube que Peter havia se suicidado ao propositalmente parar de respirar. Ric O’Barry, fundador do The Dolphin Projeto (“O Projeto Golfinho”, em português), explicou que os golfinhos não respiram de forma automática como os humanos, sendo que cada respiração do animal é um ato consciente. “Golfinhos podem [propositalmente] não respirar novamente.”.

Coração partido

O veterinário Williamson conta que a separação pode ter sido elaborada por Margareth, mas Peter não foi capaz de se acostumar com a mudança. “O amor da vida dele havia ido embora”, disse o veterinário.

Fonte UOL

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