O advogado californiano Alfred Rava enviou uma notificação aos organizadores do Supergirl Pro, tradicional prova do QS 6.000 feminino, para que coloquem uma categoria masculina no evento.
A alegação do advogado, que representa a firma Rava Law, é de que a disputa exclusiva para mulheres, realizada desde 2006 em Oceanside, é discriminatória contra surfistas do sexo masculino e ilegal de acordo com as leis estaduais da Califórnia.
O Supergirl Surf Pro será realizado entre os dias 26 e 28 de julho no píer de Oceanside e é uma das maiores competições exclusivamente voltadas às mulheres do circuito mundial. O evento também levanta a bandeira do empoderamento feminino e é muito prestigiado entre as surfistas.
“As competidoras da Supergirl Surf Pro são elegíveis a prêmios em dinheiro e pontos da WSL”, explica Alfred Rava, em carta dirigida aos organizadores, autoridades municipais e divulgada pelo site The Inertia.
“Portanto, como atualmente formatado, o Supergirl Surf Pro nega aos surfistas do sexo masculino a oportunidade de ganhar prêmios em dinheiro e ganhar valiosos pontos no ranking da WSL apenas por causa de seu gênero”, acrescenta.
O advogado também se referiu ao QS 1.500 masculino Jack’s Surfboards Pro, que recentemente esteve no centro da controvérsia porque não abriu vaga às mulheres. Ele diz que ambos os eventos violam as Leis de Direitos Civis de Unruh, que proíbem a negação de oportunidades iguais às pessoas por seu gênero, raça, religião, dentre outros.
O advogado também acumula casos polêmicos. Ele já processou bares por lhe negarem desconto na “Noite das Garotas” e em 2017 processou a comediante Iliza Shlesinger por causa de seu show, chamado “Girls Night In”.
“É realmente irritante que a cidade de Oceanside, no ano de 2019, no estado progressista da Califórnia, faça um evento que proíba afro-americanos, asiáticos, latinos e gays ou transexuais, judeus ou muçulmanos de competir e ganhar prêmios em dinheiro”, completa Rava em sua carta.