Brasileiro Feminino

Garotas atiradas em Ubatuba

Mar storm marca abertura do Circuito Brasileiro Feminino, que caminha para a reta final em Itamambuca (SP).

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Camila Cássia tem mais um dia de boas atuações em casa.

Depois de dois dias de ondas grandes e disputas acirradas, a etapa inicial do Circuito Brasileiro de Surfe Feminino tem as decisões neste domingo (19), na praia de Itamambuca, em Ubatuba (SP). A competição criada pelo surfista Wiggolly Dantas tem como grandes atrações as finais das categorias Pro Adulto e Pro Júnior, ambas valendo pontos para as decisões dos títulos da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp). O sábado contou, novamente, com ondas de 1,5 metro, desafiadoras para várias atletas, e baterias emocionantes.

Na Pro Adulto, competindo “em casa”, a atual campeã nacional Camila Cássia enfrentará a experiente Tais de Almeida, de Saquarema, e as cearenses Larissa dos Santos e Yanca Costa, que atualmente mora no Rio de Janeiro. A disputa promete mais um show de surfe e tem boas histórias, começando pela própria Camila, que chegou à final do evento nos dois últimos anos e ficou em segundo em ambas.

Larissa tem uma trajetória semelhante e já fez três decisões na mesma competição, sem também vencer, mesmo ainda sendo bem nova, com 20 anos. Taís espera afastar de vez os resultados negativos que já teve em Itamambuca para tentar o sonhado título brasileiro (já foi vice três vezes), enquanto que Yanca, representando a nova geração, busca a sua primeira vitória no Circuito.

“Estou muito feliz, o mar estava bem difícil, mas consegui achar umas ondas e estou confiante, agora é concentrar, comer bem, descansar e embora pra cima. Estou em casa né? Me sinto bem”, falou Camila, que nesse mesmo evento terminou 2018 como a campeã do ranking brasileiro.

Larissa Santos revela que sente-se em casa em Itamambuca.

Para Larissa, Itamambuca é como se também estivesse em casa. Afinal, ela morou nessa praia por dois meses, hospedada na casa da Família Dantas. “Estou muito feliz de chegar a mais essa final. Competi desde o primeiro round e que seja da vontade de Deus. Já é a quarta vez que vou para a final e já tenho um segundo, um terceiro e um quarto. Nunca saiu um primeiro, mas Aquele lá em cima sabe de todas as coisas e pode ser a minha vez”, disse.

Ao sair da água, Taís brincou logo com a sua idade, 34 anos. “A coroa está dando trabalho para as novinhas rapaz”, falou rindo. “Três vezes eu bati na porta e agora estou aí na luta de novo e minha maior dificuldade é Itamambuca. Chego aqui e nunca consigo me dar bem. Se não me engano e só a minha segunda final aqui na minha vida. Agora acho que esse ano vai. Estou feliz de ter passado, não consegui surfar bem nas últimas baterias, mas estou guardando para a final”, destacou.

Yanca também mostra animação depois de uma boa performance neste sábado (igualou a maior somatória de Camila, com 13 pontos) e busca sua primeira vitória no Circuito. No ano passado ela foi campeã carioca e terminou em terceiro no ranking nacional. “Estou muito animada, essa bateria me deu muita confiança, consegui pegar duas boas. Estou muito focada e espero ter um resultado bom. Itamambuca é um lugar que eu amo, todos me recebem muito bem, a energia do lugar é muito irada”, comentou a atleta de 19 anos, que tem o apoio da família, que se mudou de Fortaleza para o Rio, para que ela e seu irmão, Cauã Costa, pudessem se dedicar mais ao esporte.

Taís de Almeida não dá mole pra nova geração.

Na Pro Júnior, a vice-campeã no ano passado, Júlia Duarte, do Rio de Janeiro, está novamente na final, e terá pela frente sua conterrânea Mariana Areno, que é treinada pelo experiente Claudemir Lima, o Bibi, e duas atletas do litoral norte de SP, Rafaela Teixeira e Yasmin Neves, filha do ex-surfista profissional e hoje empresário, Zé Paulo. Julinha é a mais experiente das quatro com várias viagens internacionais. Mariana acaba de voltar de El Salvador e Yasmin, do Peru.

Nos pranchões, a paranaense Thiara Mandelli busca o tricampeonato no evento e está novamente na final, mas a melhor performance foi da amiga Mainá Thompson, do Rio de Janeiro. Quem também está na final é Ayllar Cinti, mais uma da Cidade Maravilhosa, e a paulista Monique Pontes. A final é promessa de grandes disputas também, pela experiência das quatro atletas.

Além das atletas profissionais, o evento se destaca pelo grande incentivo às categorias de base, desde a Sub 10. Na disputa da Sub 16, quatro paulistas se enfrentam, sendo duas locais, Kamile Soares e Nairê Marquez, que já venceu o evento quatro vezes, Kemily Sampaio e Sophia Gonçalves.

Thiara Mandelli busca o tricampeonato nos pranchões.

A competição segue até domingo e tem as disputas transmitidas ao vivo pela internet, pelo site da Federação Paulista de Surf com retransmissão pelo Waves, a partir das 8:00h (horário de Brasília). As finais estão programadas para acontecerem a partir do meio-dia. “Estamos felizes com o resultado do evento. Mais de 150 meninas de muitos estados. É um recorde na história do surf feminino. É o nosso quinto ano e essa grande presença das atletas mostra que todo o esforço valeu a pena”, afirma Eliane Dantas, mãe de Wiggolly e hoje responsável pelo evento.

Em seu quinto ano seguido, o evento foi idealizado pelo surfista Wiggolly Dantas e essa etapa do Circuito Brasileiro de Surf Feminino em Ubatuba é uma realização da Prefeitura Municipal de Ubatuba. Patrocínios da Wizard by Pearson, Dantas, Sicredi, Nyfan Energy e Ubasurf Motors, com apoios da Mormaii, Padaria Itamambuca, Quiosque Tia Albertina, Tape Brasil, Gigi Watery, Menina do Mar, Gangster e Pono Beachwear. Colaboração: Pousada Canto do Dado, Digital Brasil, Special Board, Silva Indaiá Supermercado, Unitau, ONG Esmeralda, Fisioterapia Sérgio Neri, Gaijin Massoterapeuta, Firma, Sportomics e Lazybbag. Divulgação: Waves, Woohoo, Tv Adventure e FMA Notícias. Supervisão técnica da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp), Federação Paulista de Surf e Associação Ubatuba de Surf (AUS).