Atual bicampeã da categoria longboard profissional, a paranaense Thiara Mandelli volta ao Circuito Brasileiro de Surf Feminino em Ubatuba (SP) para manter a hegemonia. A experiente surfista terá novamente uma jornada dupla no evento e além de competir, acompanhará de perto a filha Luara, que busca uma nova conquista (foi campeã Sub 10 ano passado).
A competição criada pelo surfista Wiggolly Dantas, o Guigui, e oficializada pela Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp) está confirmada para os dias 17 a 19 deste mês, na Praia de Itamambuca.
A octacampeã paranaense e vice sul-americana e brasileira não esconde a ansiedade por um possível tri em Ubatuba e se diz preparada para a “maratona” de surfar e orientar a filha. “Nem me fale! É muita emoção. Não é à toa que passou a ser o evento mais esperado por nós. A vibe é incrível, o evento é especial para nós mulheres e esse ano ganhamos mais uma etapa para esse título fica ainda mais disputado”, fala.
“É sempre uma nova experiência. Confesso que se isso acontecer (tri) será muito especial. Quero me encaixar na valinha novamente, poder fazer o meu surfe e deixar o resultado acontecer naturalmente. Mas confesso que será um grande sonho”, revela, também falando do lado mãe na areia. “Com certeza, ficar de fora torcendo e vibrando é mais difícil. Acabo me emocionando e lembro o tanto que ela se dedicou, o quando deseja um bom resultado. Estou revivendo emoções”, comenta.
Ela conta do sentimento de ver a filha começando a se destacar no surfe e é comedida ao falar de futuro. “É inexplicável! Quem conhece a Luara, sabe como ela é dedicada, super comunicativa e já vem trilhando seu estilo no surf com muita radicalidade. Creio que esse seja uma grande característica dela. Me lembro até hoje da primeira vez que ganhou um evento, mas o mais marcante foi o título ano passado em Ubatuba”, diz.
“Se você perguntar sobre sonho para ela, vai dizer que sonha em ser campeã mundial de surfe, mas o caminho é longo, não sabemos do futuro, mas temos a certeza que independente do que venha acontecer, o surf vai fazer parte da vida dela para sempre”, destaca a surfista e mãe, falando um pouco de Luara nas ondas. “Tem um surfe com uma linha mais radical, sempre procurando mais velocidade e expressão nas manobras”, elogia.
Luara, que este ano tenta novo título agora na Sub 12, assiste vídeos da Stephanie Gilmore, sete vezes campeã do mundo, até pelo biotipo parecido (é alta para idade), mas se inspira muito no surfe de Lakey Peterson, Carissa Moree, Silvana Lima e Tati Weston-Webb. Tem Bruna Schmitz como referência – ganhou dela a sua primeira prancha de bico – e da nova geração, se espelha no surfe de Tainá Hinckel. Entre os homens, cresceu vendo Peterson Crisanto surfar, no “quintal de casa” e também é fã de Filipe Toledo, Gabriel Medina e Yago Dora.
Aos 34 anos, a mãe começou a surfar mais tarde, somente aos 20, por influência do namorado na época e hoje seu marido, Luciano. “Foi amor à primeira vista. Abandonei a faculdade de Direito em Curitiba e fui morar na praia, mas jamais imaginaria que o surfe viraria a minha profissão, estilo de vida e que hoje estaria revivendo tudo isso com a Luara. E não tenho dúvidas que recomeçamos com a Laura também, que tem quatro anos e já é apaixonada pelo surfe”, ressalta.
Entre os momentos marcantes de sua carreira como surfista, Thiara relembra o Mundial da China em 2014. “Com o vice-campeonato sul-americano no Peru, me classifiquei para o Mundial, porém foi o ano que minha segunda filha nasceu. Então não tinha voltado à minha forma de atleta, mas mesmo assim decidi ir até lá e participar. Acabei ficando na 17ª colocação, mas foi uma experiência incrível, talvez a mais importante que já vivi no surfe”, recorda.
Thiara elogia a iniciativa de Guigui e sua família com o campeonato para fortalecer o surfe feminino, com duas etapas este ano e realizado graças ao convênio firmado entre a União, através da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, e Prefeitura de Ubatuba.
“Sou do tempo do Petrobras Feminino, grande época do surfe feminino, mas depois tivemos uma lacuna, sem eventos. Até que a família Dantas idealizou e concretizou a volta de um campeonato exclusivo para a categoria feminina. Com certeza, fez com que uma nova geração aparecesse e o mais importante, abriu as portas novamente para as meninas que já competiam e estavam sem competições”.
Últimos dias O Circuito Brasileiro de Surf Feminino terá as disputas das categorias Pro Adulto e Pro Júnior (Sub 18), válidas pelo ranking nacional Abrasp, além das disputas de base – Sub 10, Sub 12, Sub 14 e Sub 16.
As inscrições para o evento podem ser feitas até esta terça-feira (14), diretamente com a Abrasp. Na Pro Adulto a taxa é de R$ 180,00; na Pro Júnior R$ 120,00; na Longboard R$ 150,00; e Sub 10, Sub 12, Sub 14 e Sub 16 R$ 90,00.
O depósito deve ser feito na conta da Abrasp – Bradesco agência 3233 cc 85626-6 – CNPJ 31.886.401/0001-14, com os comprovantes enviados via-mail para abraspfeminino@gmail.com. Informações pelo WhatsApp (21) 99140-9715, com Pedro Falcão ou (11) 99292-4000, com Marina D’Amico. Não serão aceitos depósitos em caixas eletrônicos para evitar fraudes.
Idealizado pelo surfista Wiggolly Dantas, o Circuito Brasileiro de Surf Feminino em Ubatuba é resultado de convênio firmado entre a União, por intermédio da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, e a Prefeitura Municipal de Ubatuba. Patrocínios da Wizard by Pearson, Dantas, Sicredi, Nyfan Energy e Ubasurf Motors, com apoios da Mormaii, Padaria Itamambuca, Quiosque Tia Albertina, Tape Brasil, Gigi Watery, Menina do Mar, Gangster e Pono Beachwear. Colaboração: Pousada Canto do Dado, Digital Brasil, Special Board, Silva Indaiá Supermercado, Unitau, ONG Esmeralda, Fisioterapia Sérgio Neri, Gaijin Massoterapeuta, Firma, Sportomics e Lazybbag. Divulgação: Waves, Woohoo, Tv Adventure e FMA Notícias. Supervisão técnica da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp), Federação Paulista de Surf e Associação Ubatuba de Surf (AUS).