As meninas estão animadas e as inscrições para a categoria feminina já estão esgotadas no Fecasurf apresenta Costão Pro 2022, e restam poucas vagas para completar o limite máximo de participantes da masculina. Entre as surfistas que vão participar da decisão do primeiro título catarinense profissional feminino no evento, destacam-se competidoras com títulos importantes no currículo, como Tainá Hinckel e Laura Raupp.
Tainá tem 18 anos e possui dois títulos sul-americanos da categoria Pro Junior Sub 18 da World Surf League, os de 2016 e 2019. Laura tem apenas 15 anos e ganhou dois títulos estaduais amadores da Fecasurf em 2021, Sub 16 e Sub 18. Ela também foi campeã da etapa do Qualifying Series realizada no ano passado em Florianópolis (SC), o LayBack Pro Praia Mole. Laura igualou um feito do hoje tricampeão mundial Gabriel Medina, que num QS na mesma praia em 2009, conquistou sua primeira vitória na WSL, igualmente com 15 anos de idade.
“É bem legal, porque incentiva o surfe feminino, principalmente para as meninas que estão saindo do amador e agora têm para onde ir, para o Circuito Profissional Catarinense. Antes tinha que ir direto pro Brasileiro e as vezes era difícil conseguir vaga”, disse Laura Raup. “Achei muito legal a iniciativa e um incentivo muito grande para o surfe feminino”, complementou Tainá Hinckel.
Ambas competiram no Santinho no início das suas carreiras, então já conhecem as ondas desta praia localizada no extremo norte da Ilha de Santa Catarina. A cidade de Florianópolis vai abrir o Circuito Catarinense Profissional e também fechará a temporada em outra praia da capital. As outras três etapas serão realizadas em cidades do litoral Sul e Norte do estado, todas ainda a serem definidas.
“Eu já competi no Santinho uma ou duas vezes, mas quando eu estava começando”, relembra Laura Raupp. “Uma foi em um evento da Fecasurf mesmo e nesse eu perdi de cara. Mas teve um outro campeonato da associação local no Canto das Aranhas, que tinha altas ondas e foi muito irado, porque eu ganhei esse”.
Tainá Hinckel também lembra de ter competido duas vezes na Praia do Santinho. “Foi muitos anos atrás, nas primeiras competições que participei. Acho que foi umas duas vezes, mas é uma praia que dá altas ondas. Estou me preparando para tentar conseguir esse primeiro título catarinense profissional e para ir bem em todos os campeonatos que eu participar esse ano”.
Laura Raupp também está motivada para a temporada 2022. “Eu vou focada em dar meu máximo para conseguir um bom resultado no Santinho, pois vai decidir o ranking de 2021 e já abrir o de 2022. Minhas metas para esse ano é começar bem nesses primeiros campeonatos e me classificar para os Challenger Series. E como eu ainda tenho 15 anos, focar também no Mundial Junior da ISA em El Salvador. Vai ser o meu primeiro ISA Games, então os principais focos são entrar no Challenger Series e esse ISA Games”.
O Challenger Series é o circuito classificatório para a elite que participa do World Surf League Championship Tour. O caminho para o Challenger Series é o ranking regional da WSL Latin America, que indicará quatro surfistas. Laura ocupa a quarta posição e as vagas serão decididas no mesmo LayBack Pro que ela venceu em novembro do ano passado. O de 2022 será disputado nos dias 6 a 10 de abril, novamente na Praia Mole de Florianópolis.
A etapa servirá como preparação para este evento. Por isso, surfistas de outros países vão competir na Praia do Santinho, a mexicana Ana Gonzalez e as peruanas Kalea Gervasi e Arena Rodriguez Vargas, que está em terceiro lugar no ranking regional da WSL Latin America. Entre as brasileiras, além de Laura Raupp e Tainá Hinckel, estão a experiente Susã Leal, a campeã catarinense amadora de 2021, Yasmin Dias, Kiany Hyakutake, a paranaense Luara Mandeli, a cearense Juliana Santos, a baiana Potira Castaman, dentre outras.
O evento definirá os campeões estaduais profissionais de 2021 e já marcará pontos para os rankings catarinense e brasileiro da ABRASP de 2022. Será realizado nos 11 a 13 de março.
42 anos de história – O Circuito Catarinense Profissional é um dos mais antigos do Brasil, definindo os campeões estaduais desde 1980, antes mesmo do Circuito Brasileiro Profissional ser iniciado em 1987. Em 2020 e 2021, não teve nenhuma etapa por causa da pandemia do Covid-19.
O primeiro campeão foi Roberto Lima e logo David Husadel conquistou um tricampeonato em 1982/83/84, que ninguém conseguiu igualar. Oito surfistas ganharam dois títulos, Ivan Junkes em 1987 e 89, Guga Arruda em 1995 e 99, James Santos em 96 e 2000, Fabio Carvalho em 93 e 2001, Diego Rosa em 2004 e 2006, Marco Polo em 2007 e 2008, Tomas Hermes em 2010 e 2013 e Caetano Vargas em 2016 e 2017.