Super Girl Surf Pro

Tati é vice na Califórnia

Tatiana Weston-Webb chega na final de um dos eventos mais tradicionais do surfe feminino nos Estados Unidos.

Tatiana Weston-Webb, Píer de Oceanside, Califórnia.

A gaúcha Tatiana Weston-Webb foi uma das 16 convidadas para participar da 13ª edição do Nissan Super Girl Surf Pro, neste fim de semana nos Estados Unidos. Devido a pandemia do Covid-19, esse ano é um evento especial, com as competidoras divididas em duas equipes e por duplas.

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No sábado, a brasileira classificada para as Olimpíadas de Tokyo, foi até a final das atletas da elite do World Surf League Championship Tour e só perdeu para a vice-campeã mundial Caroline Marks. As duas integram o time dos EUA, que fechou o primeiro dia com vantagem de nove pontos, contra cinco da Califórnia. A batalha pelo título por equipes prossegue nesse domingo nas ondas do famoso píer de Oceanside, no Sul da Califórnia.

O Super Girl Surf Pro é a primeira competição 100% feminina deste ano nos Estados Unidos e coloca as surfistas em ação, disputando baterias novamente. Tatiana já venceu esse evento em 2015 válido pelo WSL Qualifying Series e começou o sábado fazendo um confronto de campeãs em Oceanside, com a californiana Courtney Conlogue. Ambas iniciaram surfando de backside e a brasileira largou na frente com nota 6,17, pelas batidas verticais numa boa direita, contra 4,33 da californiana em uma esquerda.

Tati em ação no Píer de Oceanside.

Tatiana logo escolhe outra direita boa, armando a parede para mandar quatro manobras que valem 7,17. Com essa nota, praticamente liquidou a campeã do Super Girl Pro de 2017 nos dez primeiros minutos da bateria. A gaúcha ainda mostra a força do seu frontside em uma esquerda que rende nota 6,37. Courtney surfa sua melhor onda há 10 minutos do fim, fazendo uma série de snaps de backside e um batidão na junção. Ela recebe nota 6,80 dos juízes e fica precisando de 6,75 para vencer. No entanto, não entraram mais ondas boas para mudar o placar, encerrado em 13,54 a 11,93 pontos para a brasileira.

“Estou muito animada e feliz por voltar a vestir a lycra de competição. Foi bem difícil enfrentar a Courtney (Conlogue), pois ela arrasa, surfa muito forte, então tentei não cometer erros”, disse Tatiana Weston-Webb, após essa vitória. “Eu simplesmente adoro competir e graças a Deus podemos estar aqui, fazendo o que mais gostamos. Fico muito grata pelo esforço de todos os envolvidos neste evento e espero surfar bem nas próximas baterias também”.

A campeã Caroline Marks.

E Tatiana surfou bem também contra a californiana Lakey Peterson nas semifinais, liderando o confronto desde a sua primeira onda. Quando restavam 10 minutos para o término, entrou uma boa série de esquerdas que definiu a bateria. A brasileira pegou a primeira e atacou forte com seus snaps de frontside abrindo grandes leques de água, fechando com um estiloso roundhouse. Lakey vem na de trás e já manda um batidão de backside, seguido por mais três manobras. A nota de Tatiana saiu 7,50 e da americana 7,10, com a brasileira passando para a grande final por 13,23 a 12,43 pontos.

A decisão do título das atletas do CT fechou o sábado de boas direitas e esquerdas de 3-4 pés em Oceanside. Tatiana largou na frente com 7,17 e logo pega uma esquerda para ganhar nota 5,00 com seu frontside. A vice-campeã mundial Caroline Marks demora para entrar no jogo, mas massacra uma esquerda com várias batidas e rasgadas de frontside que arrancam 8,17 dos juízes.

Carolina Marks começa a final atrás, mas consegue a virada.

Na sequência, pega outra que rende duas manobras e uma nota 4,50 para passar à frente, abrindo 5,51 pontos de vantagem sobre a brasileira nos 10 minutos finais. Enquanto Tatiana fica com a prioridade de escolha da próxima onda, a americana mostra seu backside numa direita que vale nota 6,00. A brasileira passa a precisar de 7,01 para vencer, mas não entra mais nada de onda boa para ela e Caroline Marks vence por 14,17 a 12,17 pontos.

“Depois de tantas vezes chegar perto da vitória aqui, é uma sensação muito boa chegar ao topo agora”, disse Caroline Marks. “Eu fiquei bem frustrada quando a Tatiana (Weston-Webb) começou muito bem a bateria. Mas, eu sabia que isso poderia mudar a qualquer momento. As séries estavam demorando para entrar, mas aquelas esquerdas finalmente vieram para mim, então eu simplesmente tirei toda minha raiva nas ondas e estou feliz pela vitória”.

Caroline e Tatiana ajudaram a equipe dos EUA construir uma boa vantagem de nove a cinco pontos sobre o time da Califórnia no primeiro dia. Já na outra competição, a brasileira que mora no Havaí desde criança, formou dupla com a havaiana Brianna Cope e as duas ficaram em terceiro lugar na classificação geral, com 4 pontos.

Brianna Cope forma dupla com Tati.

Elas ficaram atrás do time da Caroline Marks com Zoe Benedetto, que somaram 6 pontos, e da Lakey Peterson com Caitlin Simmers, que fizeram 7 pontos no sábado. Simmers ganhou a final das atletas do WSL Qualifying Series, não dando qualquer chance para Zoe Benedetto. A vitória das duas jovens revelações do surfe norte-americano foi por 14,77 a 7,83 pontos.

“Estou muito feliz com meu desempenho e senti que peguei as ondas certas na bateria para vencer”, disse Caitlin Simmers. “A previsão é de que as ondas estejam um pouco maiores amanhã (domingo), então espero que seja mais um dia divertido e que eu possa conseguir surfar algumas boas. Quem sabe, pegar alguns tubos lá fora seria ótimo para mim (risos)”.

Caitlin Simmers ganha a final das atletas do WSL Qualifying Series.

Este é um dos campeonatos mais tradicionais do surfe feminino nos Estados Unidos e seis surfistas da elite das 17 integrantes do World Surf League Championship Tour estão participando, como a atual campeã mundial Carissa Moore. A havaiana já festejou vitória no Super Girl Pro em 2018, mas foi barrada pela jovem Alyssa Spencer na primeira bateria da chave do CT. Além dela, mais quatro ex-campeãs em Oceanside estão competindo, Samantha Sibley que venceu no ano passado, Courtney Conlogue que ganhou em 2017, Tatiana Weston-Webb em 2015 e Sage Erickson, bicampeã em 2012 e 2014.

O Super Girl Pro é realizado desde 2007 e este ano está promovendo uma competição especial por equipes e duplas, não valendo pelo WSL Qualifying Series. Além disso, não está sendo permitida a presença de público na praia em Oceanside, seguindo os protocolos de segurança e saúde da World Surf League para a pandemia do Covid-19. Os fãs podem assistir ao vivo pelo www.worldsurfleague.com ou pelo site do evento www.supergirlsurfpro.com.

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