Durante o mês de setembro, em parceria com a Red Bull, grandes nomes do surfe e do SUP passarão pelo Waves para contar mais detalhes sobre as suas pranchas, as melhores amigas de qualquer surfista.
Quem abre a série de entrevistas é Nicole Pacelli, a primeira brasileira campeã mundial de SUP (2013), e que após ano vem desafiando grandes ondas como Nazaré, Jaws, dentre outras.
Em 2017, ela foi a única brasileira indicada ao Big Wave Awards e ficou em quarto lugar na premiação. Desde lá, Nicole tem mirado sua carreira no surfe de ondas gigantes.
Quer saber mais sobre como ela escolhe e cuida de suas pranchas? Confere a entrevista abaixo. E fique de olho que, nas próximas semanas, Burle e Scooby trazem suas dicas.
Como você escolhe suas pranchas?
Por surfar há alguns anos de SUP, eu já sei as pranchas que funcionam para determinadas condições de mar. Mas gosto muito de testar pranchas com medidas novas, pois me ajuda muito a evoluir e sair da zona de conforto. As minhas pranchas de SUP são de epoxi, porque eu acho que fica mais leve e flutua mais. Meu pai faz minhas pranchas de SUP, então conversamos muito sobre elas e o que poderíamos mudar nas próximas para melhorar ainda mais.
A minha prancha de SUP mágica atualmente é uma 6´6, ela é boa até 1,5m de onda e focada em performance. Por ela ser pequena, eu consegui melhorar muito minhas manobras. É a minha prancha de competição.
Tenho também minha 6´10. Eu uso quando o mar está maior, quando maresias está grande e tubular, por exemplo. Ela ainda é uma prancha pequena, mas me dá um pouco mais de remada e estabilidade, o que eu acho fundamental em dias mais pesados.
A minha prancha grande hoje em dia é uma 7´4. A rabeta é round pin, o que ajuda a segurar mais em ondas grandes e cavadas. Eu usei em Teahupoo, Puerto Escondido e Sunset no Havaí.
Tenho ainda uma 9´2 que fica no Havaí. Já usei em Jaws, em Outer Reefs e em Sunset grande. Essa prancha não foi feita de epoxi e sim de poliuretano, deixando a prancha mais pesada o que é perfeito para ondas grandes. Ela parece uma prancha mesmo (risos) dá até para surfar na remada.
Quais os principais cuidados que tem com a prancha?
Eu sempre lavo minhas pranchas com água doce depois de usar e nunca deixo no sol. Acho que esses são cuidados básicos. Eu também tomo muito cuidado para não quebrá-las com o remo quando estou surfando.
Entra muita água em pranchas de epoxi com o bloco de isopor, muito mais do que nas pranchas de poliuretano. Então, procuro tomar cuidado, porque pode entrar água em qualquer quebradinho mínimo e o SUP ficar bem pesado.
Tem um prazo fixo para a troca das pranchas no quiver?
A minha prancha mágica eu já tenho há mais de 1 ano. Ela já está com uma aparência de mais usada, mas ainda continua mágica. Acho que tudo depende da forma que você cuida das pranchas. Eu faço de quatro a seis pranchas de SUP por ano, de diferentes tamanhos.
As minhas pranchas maiores sempre duram mais do que as de competição, pois eu acabo usando bem menos. Sempre tento ter uma de back up para as competições e gosto de sempre ir testando pranchas novas com o meu pai. Por exemplo, agora estamos fazendo uma prancha menor do que a 6´6. Vai ser a menor prancha que já tive. Espero que dê certo.
Tem alguma superstição com a sua prancha?
Eu sempre dou um beijo nelas antes de entrar no mar.
Você gosta de customizar suas pranchas? Como isso influencia seu surfe?
Eu acho que se a prancha for mágica, você vai amá-la do fundo do coração, não importa muito o desenho que estará nela. Mas, com certeza, ter uma prancha que é a sua cara, faz você se identificar mais com a prancha e, às vezes, pode influenciar no seu surfe sim.
Eu gosto muito de cores bem vivas e de pintá-las com duas cores diferentes para fazer um contraste. É um gosto pessoal mesmo, mas eu amo pranchas coloridas. Já faz um tempo que eu só faço minhas pranchas com a borda rosa. Mudo a cor delas, mas a borda é sempre rosa, amo essa combinação!
Lembra de alguma com um desenho especial e que te marcou?
Em 2013, no Havaí, o Rafael Shine fez uma arte na prancha de SUP que eu amava, uma 7´4 (naquela época, a 7´4 era a minha maroleira…rs). O desenho era de uma mulher surfando de SUP com um colar havaiano. Parecia um quadro, ficou lindo demais. Isso aconteceu poucos dias antes de começar o primeiro circuito mundial de SUP feminino da história.
Eu competi a primeira etapa no Hawaii com essa prancha e ganhei! Depois disso fui para o Peru competir o Mundial ISA e ganhei também. Fui campeã mundial ISA com ela. Eu amava essa prancha e amava a pintura (acho que me deu sorte).
Um mês depois fui surfar Maresias com ela e quebrei no meio. Fiquei muito triste na hora, mas a prancha já tinha feito o trabalho dela. Guardo ela até hoje, já faz 5 anos. Vou guardá-la para sempre, a prancha e a pintura viraram uma coisa só. Sempre vão ser muito especiais para mim.
Se você, assim como a Nicole, também quer ter uma prancha mágica e que é a sua cara, participe do “Red Bull Rabisque Minha Prancha”.
O concurso está com inscrições abertas até 23 de setembro e é a chance para quem é bom de desenho e design de ter uma prancha para chamar de sua, feita pelo shaper Ricardo Martins, e ainda ver o Pedro Scooby pegando altas ondas com ela.
Para saber mais, acesse o site Red Bull Rabisque.
