Foram duas finais consecutivas em eventos válidos pelo QS. Depois de subir ao topo do pódio na Barra da Tijuca (RJ), vencendo o Neutrox Weekend – etapa de 1.000 pontos do QS Feminino, a pernambucana Monik Santos voltou a brilhar na divisão de acesso do Circuito Mundial, desta vez conquistando o vice-campeonato no QS 1.500 em São Francisco do Sul (SC).
Em entrevista ao Waves, a atleta da baía de Maracaípe, em Ipojuca, fala sobre o grande momento na carreira e a evolução do surfe feminino.
Duas finais consecutivas. Como é viver essa fase e como se preparou para isso?
Estou muito feliz por estar vivendo esse momento tão sonhado. Foram muitos anos querendo conquistar um campeonato mundial, e fazer duas finais seguidas com o nível de surfe feminino que temos hoje me deixa muito confiante e convicta de que nunca pode desistir do que realmente te faz feliz e que todo o esforço e dedicação uma hora serão recompensados.
Na Barra, você fez uma final com Diana Cristina, atleta que você conhece desde o início da carreira e com quem já disputou diversas baterias. Foi uma final especial?
Fazer aquela final com Tininha me fez voltar no tempo. Já vivemos muitos momentos, crescemos e evoluímos juntas. Com certeza isso fez se tornar uma vitória mais especial ainda.
O que faltou para vencer também em São Chico?
Onda (risos)! Infelizmente não consegui encontrar as ondas que me proporcionassem melhorar o meu somatório. Mas estou feliz por ter conseguido chegar a mais uma final, agora no QS 1.500, com muitas surfistas que quebram e estão sempre elevando o surfe no mais alto nível.
Em 2018, tivemos mais eventos válidos pelo QS Feminino do que pelo Masculino no Brasil. Algum dia você esperava que isso acontecesse? Como analisa esse momento?
Sinceramente não. Mas isso é uma boa oportunidade para que possamos revelar novos talentos e futuras campeãs. O Brasil tem muito talento desperdiçado por falta de oportunidade, espero que isso mude um dia. Nós, atletas femininas, só temos que somar e agradecer pelo momento que estamos passando, já que ficamos sem eventos por alguns árduos anos.
As premiações do masculino e feminino têm se equilibrado nas competições. A CBSurf lançou um circuito com premiações equilibradas e a WSL já anunciou que também vai equilibrar valores a partir do ano que vem. Porém, a quantidade de inscritas ainda é muito baixa em relação à categoria masculina. Na sua opinião, o que ainda falta para que mais meninas participem dos campeonatos?
Acho que a igualdade já é um começo de valorização e reconhecimento do nível do surfe feminino mundial. Acho que faltam oportunidades, investimentos e suporte para que novos talentos femininos possam ser revelados no Brasil. Temos bem mais meninos patrocinados e estruturados da nova geração do que as próprias surfistas revelações das categorias de base. Temos que igualar esse suporte.
Como anda o surfe pernambucano atualmente?
Temos muitos atletas bons. Ipojuca é um berço de recalcado de talento..
E em relação a patrocínios, como você está?
Não tenho patrocínio principal no momento. Venho lutando para que isso aconteça e com isso eu possa competir no circuito mundial e lutar por uma vaga no CT. Mas, atualmente, a Prefeitura de Ipojuca é meu principal apoiador. Através desse suporte, tive a oportunidade de conseguir competir nesses eventos. Fábio Gouveia está fazendo meus equipamentos, e sempre me instruindo. Os blocos Teccel e a marca TPM (Todas para o Mar) também me apoiam.