A longboarder Laure Mayer participa do canal Focus do site Around the Waves, que tem o objetivo de focar em personalidades da cultura do surfe europeu. A reportagem apresenta alguns vídeos de Laura surfando e uma entrevista contando um pouco sobre sua história no surfe e sua marca Lore of the Sea.
Entre várias atividades, destaque para o filme OBSEASSION, durante a turnê Oxbow Movie Night no ano passado. Dirigido por Laura e Romain Decomble, este filme apresenta a longboarder Laure Mayer durante uma viagem entre França, Espanha e Portugal.
Ela compartilha suas histórias com amigos surfistas ou fotógrafos que fizeram escolhas na vida real para surfar com a maior frequência possível.
Laure Mayer é francesa, nascida em St-Jean de Luz. Depois de anos no País Basco, ela agora vive a maior parte do ano em Byron Bay, na Austrália.
Ela começou a surfar desde muito jovem, depois se apaixonou pelo snowboard, ao mesmo tempo que praticava intensamente a dança flamenca.
É num longboard clássico que ela possui um estilo próprio, alternando movimentos suaves e sequências rítmicas. Seus anos de dança têm muito a ver com isso.
Em 2015, ela criou uma marca de moda praia feminina na Austrália: Lore of the Sea.
Laure Mayer foi entrevistada pela Around the Waves e contou um pouco sobre sua história com o surfe e seu trabalho com sua marca Lore of the Sea. Confira abaixo:
Olá Laure, qual foi sua primeira onda?
Acho que foi em algum lugar da Gironda. Eu estava de férias com a família de um amigo meu e os pais dele nos inscreveram em um curso de surfe. Também postei recentemente a foto no meu Instagram.
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Por que surfar e principalmente longboard?
Quando eu era mais jovem, praticava muito snowboard. Meu pai é esquiador e minha mãe nos levava regularmente. O surfe sempre me atraiu. Demorei mais para começar porque não tinha ninguém por perto para me levar à praia ou me ensinar a surfar. Até o dia em que abriu o primeiro clube de surfe de St Jean de Luz. Eu me inscrevi e fiquei fissurada imediatamente. Ainda era uma adolescente.
Quando tirei a carteira de motorista e tive a oportunidade de surfar sozinha, comprei minha primeira prancha e, sem hesitar, foi um longboard. Achei muito mais adequado ao que eu buscava. Por conta da minha experiência como dançarina de flamenco, combinava perfeitamente comigo.
Qual é a sua cultura de surfe?
Minha cultura de surfe vem daqui, da Austrália. Moro em Byron Bay a maior parte do ano. Foi aqui que tive a oportunidade de conviver com uma cultura nacional focada no surfe e no oceano. Onde o surfe, a praia e todas as atividades relacionadas ao oceano fazem parte da vida da maioria das pessoas desde muito jovens.
Quem te influencia na vida e no surfe?
No surfe, principalmente no longboard, sempre admirei Kassia Meador. Foi durante as suas visitas ao Roxy Jam em Biarritz que pude descobrir a essência do longboard feminino. Ela até foi minha primeira inspiração quando eu era adolescente. Hoje tenho a oportunidade de conhecê-la porque evoluímos na mesma disciplina e competimos juntas.
Quando penso na fã adolescente que fui, digo a mim mesma que tudo isso é uma loucura.
Kassia continua aos meus olhos uma das melhores longboarders do mundo. Ela espalha sua energia positiva onde quer que vá e é realmente muito inspiradora.
Outra surfista que me inspira muito é Leah Dawson. Ela é uma surfista incrível, graciosa, talentosa e acima de tudo muito comprometida. É uma pessoa muito legal com valores reais.
A lista de surfistas que me inspiram é muito longa. Difícil de escolher. Estou pensando principalmente em longboarders como meu amigo Caio Teixeira. Ele é um destacado longboarder brasileiro, que também é shaper no Rio de Janeiro.
Aqui em Byron Bay me inspiro muito nos meus amigos.
Notavelmente Christian Barker, também conhecido como ‘Wispy’, que aos meus olhos é o exemplo perfeito de que um surfe masculino pode ser tão admirável quanto um feminino.
Wispy tem todos os tipos de pranchas, desde a shortboard tradicional (que ele raramente usa porque surfa muitas pranchas alternativas) até a twin fin, prancha assimétrica, mid-length, log ou glider. É sempre lindo de ver.
Minha amiga Josie Prendergast também é uma inspiração maravilhosa, por seu surfe mundialmente famoso.
Na vida, em geral, me inspiro nos meus parentes e nos amigos que tenho ao redor do mundo.
Acho essas conexões muito importantes para evoluir em nível pessoal, os valores das pessoas ao meu redor me inspiram.
Quais são as suas músicas para ir para a água e depois do surfe?
Não tenho música específica para antes ou depois do surfe, tudo depende do meu humor.
Mas aqui está uma pequena seleção de músicas que gosto:
Lijadu Sister – Come on home
Letta Mbulu – Nomalizo
Maribou State & Kruangbin – Feel good
Shuggie Otis – Sweet thang
Babe Rainbow, Flavien Berger – Bleu sous-marin
Jonathan Wilson – Desert raven
The Whitest Boy Alive – Island
Fale da marca Lore of the Sea?
Criei Lore of the Sea em 2015, depois de ter amadurecido o projeto por cerca de dois anos. Eu faço tudo nesta aventura. Diretora, designer, gerente de produto, diretora de marketing, logística, modelo/embaixador, comercial.
Você mora seis meses na França e seis meses em Byron Bay?
Já não moro seis meses por ano na França, isso era antes. Desde 2018 só volto à França de um a três meses por ano. Não é fácil viver entre os dois países quando se dirige uma empresa.
A vantagem de viver um pouco entre os dois é que consigo viver onde quero, em Byron Bay, sem perder as minhas raízes e as ligações com os meus amigos e a minha família no País Basco.
Quais são as suas ações para o planeta?
Tento fazer o melhor ao meu alcance. Sei que o pior é viajar de avião, então quando vou viajar procuro ir mais longe e aproveitar a viagem ao máximo. Não é o ideal, mas vou começar por aí. É difícil fazer o contrário com meu trabalho.
No dia a dia, como pouca carne, peixe e tenho muito cuidado com o consumo de plástico descartável. Em Byron Bay existe uma verdadeira consciência ecológica.
As pessoas têm a opção de comprar muitos produtos de varejo sem embalagem ou produtos locais embalados de forma ecologicamente responsável.
Um pequeno gesto que também faz a diferença é andar sempre com sua garrafa de água para não consumir água em plástico.
Quais são os projetos?
Meu próximo projeto de filme vai acontecer na Nova Zelândia, na Ilha Sul, pode estar frio. Não quero falar muito mais, pois estamos desenvolvendo o projeto que será filmado no início de 2024. Mas a ideia é conhecer os surfistas locais, destacar as suas histórias, mostrar sua vida e cultura em torno do surfe.
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Fonte Around the Waves