Reserva Nacional

Itamambuca eleva status

Além de Itamambuca, também foram classificadas como Reserva Nacional de Surfe, praias do Francês (AL), Regência (ES) e Moçambique (SC).

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Itamambuca acaba de ser classificada como Reserva Nacional de Surfe.

A praia de Itamambuca, em Ubatuba, no Litoral Norte Paulista, foi classificada como Reserva Nacional de Surfe. Desde 2019 Itamambuca buscava a classificação, através da iniciativa da comunidade local. Localizada na região norte de Ubatuba, com mais de 2 km de extensão, Itamambuca é considerada uma das praias mais famosas do Litoral Paulista. Foi uma das primeiras praias brasileiras a sediar etapas do campeonato brasileiro e do mundial de surfe, atraindo surfistas de todo o país e do exterior.

A votação foi conduzida pelo Aprender Ecologia, que coordena o Programa Brasileiro de Reservas de Surf em parceria com a Conservação Internacional – Brasil. O Programa Brasileiro visa construir e integrar uma rede mundial de áreas de surf protegidas e contribuir para a Década do Oceano e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – Agenda 2030.

Os principais objetivos da Reserva de Surfe são:

1 Implementar uma rede de Reservas de Surfe no litoral brasileiro.

2 Fomentar o protagonismo da comunidade do surf na conservação e gestão de ecossistemas marinhos e costeiros.

3 Promover um modelo de gestão inovador focado na sustentabilidade de ecossistemas de surfe para as presentes e futuras gerações.

4 Fortalecer a implementação de políticas públicas e instrumentos de proteção e gestão da zona costeira.

5 Construir e integrar uma rede mundial de áreas de surf protegidas e cooperar para a efetivação da Década do Oceano e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Este ano, Itamambuca, foi uma das cinco praias brasileiras candidatas do Brasil à designação como reserva nacional de Surfe em 2024. As outras praias que concorreram foram: as praias catarinenses do Moçambique (em Florianópolis), do Sumidouro (São Francisco do Sul), do Francês (Alagoas) e a de Regência (Espírito Santo).

O programa é liderado pelo Instituto APRENDER Ecologia que propõe locais destinados à valorização e conservação de ecossistemas de surfe. O processo de inscrição das candidatas foi encerrado no dia 30 de julho. A iniciativa do Instituto APRENDER Ecologia reconhece destinos icônicos do esporte que também são referências em conservação e educação ambiental.

As praias candidatas foram avaliadas em quatro aspectos: qualidade, consistência e relevância das ondas; características sócio ecológicas do ecossistema de surfe; cultura, história e desenvolvimento do surfe no local; e engajamento comunitário, capacidade de governança e sustentabilidade.

As praias foram inscritas no programa pelas comunidades. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira, dia 30 de agosto. Após o anúncio, a praia nomeada deverá formar um Comitê de Gestão Local e organizar um evento de celebração da nomeação, que será seguido pela elaboração de um Plano de Gestão. A designação como reserva terá duração de dois anos, quando precisará ser renovada.

“O grande diferencial da proposta do Programa Brasileiro de Reservas de Surfe (PBRS) em relação aos programas internacionais é o apoio contínuo através de capacitações, monitoramento e da disponibilização, quando possível, de recursos para apoiar as atividades nas reservas. Além disso, pretendemos dar oportunidade para que mais praias possam ser designadas como Reservas de Surfe”, destaca Fabricio Almeida, presidente do Instituto APRENDER Ecologia. A Iniciativa é inspirada no National Surfing Reserves, da Austrália e no Programa Mundial de Reservas de Surf, coordenado pela Save the Waves Coalition.

O Programa Mundial de Reservas de Surfe, que já designou 12 Reservas Mundiais de Surf desde a sua criação em 2005, abre uma chamada pública por ano e as praias brasileiras precisam concorrer com ‘picos’ internacionais pelo título. A Guarda do Embaú, em Santa Catarina, é um dos exemplos mais bem sucedidos de Reserva Mundial de Surfe, onde desde a designação foram desenvolvidas várias ações, como um programa de monitoramento da qualidade da água aliado à educação ambiental. Outros exemplos são Ericeira, em Portugal; Gold Coast, na Austrália; e Punta Lobos, no Chile.

Nesta estreia do processo nacional, as candidatas serão avaliadas em pontos como qualidade, consistência e relevância das ondas; características sócio ecológicas do ecossistema de surf; cultura, história e desenvolvimento do surfe no local; e engajamento comunitário, capacidade de governança e sustentabilidade da Reserva de Surfe, por meio do Comitê de Gestão Local.

Vale destacar que o PBRS visa a aplicação de um modelo de gestão de impacto positivo, com base na abordagem ecossistêmica, que enfatiza a proposição de soluções baseadas na natureza de forma integrada, descentralizada, participativa, adaptativa e regenerativa. A iniciativa contribui para o avanço de agendas sociais, econômicas e ambientais locais e globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Fonte Notícias das Praias