Desde que Tsurigasaki Beach foi escolhida para ser o palco da estreia do surfe nas Olimpíadas do Japão, boa parte da comunidade mundial do surfe apostou suas fichas em ondas pequenas e sem brilho, como as vistas no dia de estreia dos Jogos. Mas a possibilidade da chegada de um Tufão na região pode mudar o cenário, com ondas de até três metros, caso a previsão realmente se confirme.
O nosso bicampeão mundial Gabriel Medina é uma das esperanças brasileiras de medalha. Mas como que ele e o seu shaper Johnny Cabianca pensaram no quiver para o maior evento esportivo do mundo?
Trocamos uma ideia com o Cabianca pra entender mais detalhes. Confira a seguir.
Como foi montado o quiver do Gabriel para as Olimpíadas?
A escolha do quiver do Japão foi feita em cima do que a gente viu no ISA Games de 2019. Também olhamos alguns vídeos dos campeonatos (da antiga ASP) que aconteciam no Japão. Com essa base, escolhemos o tamanho das pranchas. As pequenas ficaram com o tamanho 5’10”, no modelo The Medina, que foram projetadas para beach breaks, sem grande potencial. Ele também carrega o modelo DFK (Da Freak Kid) que é mais técnico, com mais curva, mais concave, para ondas de maior potencial.
Como que o quiver se adaptaria à nova previsão, caso as ondas realmente cresçam com a possível passagem do Tufão pelo oceano?
A entrada de um tufão deve manter ondas boas durante a janela olímpica. Eu fabriquei uma 6’0”, que é um modelo mais perto do que ele usa em Tavarua (Fiji), Taiti e outras ondas com potencial. O modelo é o DFK. Ao todo, o Gabriel carrega 15 pranchas, cinco delas com sistema Future Fins e as outras dez com FCS. Ele decidiu testar um leque maior de conjuntos de quilhas e ficou a critério dele qual sistema utilizar.
Existe alguma peculiaridade nas pranchas do Gabriel?
Para o Gabriel eu tento manter o que está dentro do meu catálogo. Não faço grandes alterações. Meus modelos high performance vão desde a Da Freak Kid (DFK) até a The Medina, que são bem distintos. Uma voltada totalmente para ondas ruins e outra para ondas mais técnicas. O elo entre elas seria o meu modelo Bandida. Esses são os três modelos que eu sempre trabalhei, três conceitos de curvas, de foil e posicionamento de quilha.
O que esperar do Gabriel nos Jogos Olímpicos?
É um esporte novo dentro dessa arena, com visibilidade do mundo todo, então gera muita expectativa, né? Como será que o atleta vai se sentir dentro desse contexto? O que se espera dele é o que vemos nas competições (da WSL), um cara frio e calculista dentro de uma bateria. A chance dele ganhar é realmente muito alta. Estamos torcendo daqui. Assim como todo brasileiro, quero cantar o hino e ver o Gabriel campeão.
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