O segundo semestre promete ser agitado para Monique Pontes, 32, longboarder local da praia do Itararé, São Vicente (SP). Após viajar à Austrália no início do ano e subir ao pódio em duas etapas do Circuito Brasileiro (Jericoacoara e Ubatuba), o foco total está na preparação para o segundo semestre, com desafios que começam em águas internacionais em agosto.
Ela embarca no próximo dia 21 rumo ao velho continente, onde participa entre os dias 28 de agosto e 1 de setembro do Galicia Longboard Classic, em La Corunã, Espanha. Depois, Monique atravessa o Oceano Atlântico rumo a Nova York, Estados Unidos, para o New York Longboard Classic, entre 6 e 12 de setembro.
Atualmente, ela está em quarto lugar no ranking brasileiro e na 33ª posição no circuito mundial. “Nessa primeira parte do ano, me dediquei bastante ao circuito brasileiro e consegui fazer pódio em duas etapas. Também disputei etapa do mundial na Austrália e no Rio de Janeiro. Agora é partir para estas provas para conquistar um resultado forte e melhorar meu posicionamento no ranking da World Surf League”, diz a surfista, que inclusive fez dobradinha no Ceará (ficando em terceiro na Open e em quarto Profissional).
Praticante de atividade física desde a infância, Monique passou por diversas modalidades até encontrar o surfe há cinco anos e dar uma guinada na vida, tornando-se uma das principais atletas do país na modalidade longboard.
“Pratico desde a infância. Como a maioria das meninas iniciei minha vida no ballet, passei por outras modalidades de dança como jazz, dança de rua e de salão, mas aos 13 me encontrei mesmo no jiu-jitsu. Aos 15 aos fui campeã paulista categoria Pena e ainda tinha dúvidas se faria faculdade de Medicina ou Educação Física, mas optei pela esporte”, explica ela.
Uma contusão a tirou do jiu-jitsu, até que depois de formada teve contato com o SUP. “Esse esporte me levou até a raia olímpica da USP e lá conheci um dos meus esportes mais amados: canoa havaiana. Durante quatro anos me dediquei intensamente ao esporte, consegui integrar as duas maiores equipes de canoa no Brasil e conquistei dois vice-campeonatos brasileiros”.
Paixão pelo longboard No final de 2014, formada e com seis anos de carreira profissional como educadora física, Monique encarou uma mudança para São Vicente. “Foi aí que o surfe entrou na minha vida. Antes praticamente não existia. Tinha um contato superficial por conta do meu marido (João Renato Moura, waterman campeão brasileiro e medalha de prata no sul-americano de canoa havaiana). Quando íamos a praia eu o via surfando as vezes até arriscava. Mas foi em 2014 que entrou na minha rotina”.
Em 2016, encarou sua primeira competição. No ano seguinte surpreendeu ao ficar com a quarta colocação no Circuito Brasileiro e terminar o ano como quarta no ranking sul-americano. “Em 2018 não houve grandes eventos de surf no Brasil e foi um ano atípico no cenário competitivo, aproveitei para gravar um documentário sobre mulheres surfistas e participei de eventos fora do país para ganhar mais experiência”, diz.
Nesta fase, segundo a atleta, ser educadora física é uma vantagem. “O contato desde a infância com esportes e o fato de ter esse conhecimento é a minha maior estratégia no esporte. Uso para periodizar minha preparação física e me manter com as capacidades físicas necessárias para o esporte.
O surfe exige que o atleta seja forte, flexível e resistente para suportar as condições adversas do mar o que faz com que além das sessões diárias de surf me preparo com um treinamento físico integrado onde viso me manter apta e longe de lesões pelo maior tempo possível”, explica.