O meteorito Winchcombe, que caiu na Terra em fevereiro de 2021, pode nos dar mais detalhes sobre a origem dos oceanos e da vida na Terra, segundo especialistas do Conselho de Estruturas Científicas e Tecnológicas, da Inglaterra.
A entidade está financiando uma pesquisa científica sobre a rocha celeste, a qual pesquisadores já classificaram como sendo do período de nascimento do nosso sistema solar. O meteorito se originou no cinturão de asteroides localizado entre Marte e Júpiter.
O meteorito é de um tipo bem raro de material — intitulado condrito carbonífero —, de concepção rochosa e com alta concentração de água e matéria orgânica, o que fez com que ele conseguisse reter a química de formação do sistema solar. Por causa disso, o STFC aprovou verbas extras de financiamento para pesquisa feita por cientistas de vários laboratórios do Reino Unido.
“Estamos profundamente gratos ao financiamento oferecido pelo STFC”, disse a doutora Ashley King, pesquisadora associada do departamento de pesquisas da Terra do Museu Britânico de História Natural.
“O meteorito de Winchcombe é o primeiro a ser recuperado no Reino Unido nos últimos 30 anos, e o primeiro condrito carbonífero a ser recuperado aqui em toda a nossa história. Esse dinheiro está nos ajudando a investir nesta oportunidade única de descobrir as origens da água e da vida na Terra. Por meio dele, conseguimos adquirir equipamentos de ponta que contribuíram para a nossa análise”.
“Poder investigar o meteorito de Winchcombe é um sonho que se tornou realidade”, disse o doutor Luke Daily, co-líder da entidade com o incrível nome de Aliança de Bolas de Fogo do Reino Unido.
“Muitos de nós dedicamos todas as nossas carreiras estudando esse tipo raro de meteorito. Nós também estamos envolvidos em pesquisas com as missões Hayabusa 2 [JAXA] e OSIRIS-Rex [Nasa], às quais buscam trazer à Terra amostras perfeitas de asteroides carboníferos. Algo assim ter uma recuperação tão rápida e ter uma órbita já conhecida, é realmente uma ocasião especial, e uma oportunidade fantástica para o Reino Unido e sua comunidade de ciências planetárias”.
Com o financiamento, a equipe conseguiu examinar amostras do meteorito antes que ele fosse contaminado pelo ambiente terrestre.
Fonte Olhar Digital