O jovem brasileiro Samuel Pupo ganhou a primeira nota 10 das duas etapas da WSL Latin America no Equador, numa onda iniciada com um aéreo alley-oop muito alto nas direitas da Playa de la FAE. Ele é o recordista absoluto dos três primeiros dias do Salinas Open na Península de Santa Elena. Samuel foi um dos 32 cabeças de chave que estrearam na sexta-feira (25) e os três que defendem suas classificações para o Challenger Series, venceram suas baterias.
“Estou muito contente em fazer uma nota 10 na bateria. Eu estava um pouco nervoso antes, mas consegui pegar boas ondas e tentei o aéreo, completei e estou muito feliz”, diz Samuel Pupo. “Foi tudo muito rápido e, quando terminei a onda, eu sabia que ia ser uma nota excelente, mas não pensei que seria um 10. Eu gostei muito daqui. A onda tem mais energia, é mais forte e eu gosto de ondas assim. Espero continuar com uma boa performance nas próximas baterias e seguir avançando, para chegar na final e ganhar esse campeonato”.
O irmão mais jovem do top da elite da World Surf League, Miguel Pupo, competiu na oitava bateria da sexta-feira, na melhor hora do mar na Playa de la FAE. Ele já tinha começado bem, destruindo uma onda que valeu nota 7,75. Depois, fez um 7,0 e na onda seguinte saiu a nota 10 unânime dos quatro juízes. Ele já dropou a direita acelerando para mandar um aéreo, voando muito alto no alley-oop e aterrissando com perfeição na base da onda, já emendando um cutback animal e um floater numa junção cabulosa para finalizar.
Era uma bateria 100% brasileira e Felipe Oliveira também acertou os aéreos para totalizar 14,00 pontos e passar em segundo lugar. Na bateria anterior, o argentino Santiago Muniz tinha acabado de fazer os recordes do Salinas Open, com a nota 8,00 da sua última onda. Com ela, atingiu 14,50 pontos e o costa-riquenho Darshan Antequera passou em segundo com 11,25, eliminando o equatoriano Felipe Rodriguez e o brasileiro Igor Moraes.
“Estou feliz por fazer um bom score na minha bateria. É a primeira vez que venho a Salinas e estou muito contente por conhecer um lugar novo, com ondas tão boas”, celebra Santiago Muniz. “Na verdade, estas duas etapas no Equador, em Montañitas e aqui em Salinas, estão tendo ondas muito boas, não teve nenhum dia de mar ruim e estou feliz por ter começado bem aqui. Eu vim para cá no domingo e tenho treinado bastante todos os dias, em direitas e esquerdas muito boas, antes de começar o evento. Está sendo ótimo estar aqui”.
Vagas no Challenger Series – Santiago é o irmão mais jovem do Alejo Muniz, que compete representando o Brasil, onde eles moram desde crianças. Alejo é um dos três surfistas que estão defendendo as últimas vagas no grupo dos 10 surfistas que o ranking da WSL Latin America indica para disputar as etapas do Challenger Series no segundo semestre. Esse novo circuito da World Surf League é que vai apontar os classificados para a elite dos top-32 do Championship Tour 2022.
Alejo é o mais ameaçado pelo também brasileiro Edgard Groggia e pelo argentino Leandro Usuña, únicos que ainda podem entrar no G-10 no evento. Os dois passaram suas baterias e Alejo fechou a sexta-feira com a segunda melhor apresentação do dia. Ele ganhou a segunda maior nota – 8,25 – e totalizou 15,00 pontos, com Adrian Zambrano ficando com a última vaga para a terceira fase na terceira classificação do Equador.
Esta batalha pelas últimas vagas no G-10 da WSL Latin America, abriu e fechou a sexta-feira. O uruguaio Marco Giorgi, que ocupa a nona posição no ranking, competiu na primeira bateria do dia e estreou com vitória, somando duas notas 6,00. O brasileiro Kim Matheus passou junto com ele, eliminando dois equatorianos, Shadi Bayoumi e Jonathan Zambrano, que se destacou na etapa anterior, ficando em terceiro no Montañita Open.
“Eu tenho que confirmar minha classificação para o Challenger neste campeonato e eu vim ao Equador para defender isso”, disse o uruguaio Marco Giorgi. “Foi bom também porque eu não conhecia o Equador. Sempre ouvi falar muito bem e gostei bastante. Eu não fui bem em Montañita e essa bateria agora teve mais ondas para surfar. Eu vim para cá com um pouco mais de pressão, então passar essa bateria foi superimportante para mim. As condições estão boas aqui, com muitas ondas e está excelente, superdivertido”.
O outro ameaçado de perder a vaga é o brasileiro Rafael Teixeira, décimo colocado no ranking da WSL Latin America, que está classificando até o 11º, Alejo Muniz, porque o vice-líder é Jadson André, um dos tops do CT 2021 que têm participação garantida no Challenger Series. Rafael competiu na 13.a bateria e foi bem, somando notas 6,00 e 7,00 na vitória por 13,00 pontos.
Final de Montañita – O principal concorrente para quem está no G-10 é o brasileiro Edgard Groggia, que subiu para o 12º lugar no ranking com o vice-campeonato no campeonato do domingo passado. Ele estreou na terceira bateria do dia, já enfrentando o mesmo Lucca Mesinas que o derrotou na decisão do título em Montañita. Isso porque o peruano é filiado na WSL North America e veio classificado da primeira fase.
Os dois só surfaram direitas na Playa de la FAE e dominaram o confronto com o argentino Tomas Lopez Moreno e o equatoriano Jorge Sangachi. O peruano começou melhor, com nota 6,00 contra 5,00 do brasileiro. Na segunda onda, Edgard assumiu a ponta com 5,50, contra 3,30 do campeão de Montañita. Lucca só surfou mais uma onda, que valeu 4,50 para empatar o placar em 10,50 pontos. O brasileiro ainda fez quatro tentativas para aumentar seus pontos, mas não conseguiu e o peruano acabou vencendo por ter a maior nota.
“Estou muito feliz por passar minha bateria. Competir com o Lucca Mesinas é muito difícil, porque é um surfista muito bom. Encontrar com ele tão cedo aqui foi estranho, mas passamos juntos e vamos começar tudo de novo na próxima fase”, diz Edgard Groggia. “As ondas aqui são muito diferentes de Montañita, mas são muito boas também e eu gosto de ondas fortes assim, porque lembra um pouco o Brasil. Eu me preparei bastante, estou bem treinado, bem descansado, me sinto bem, a prancha está boa e vamos com tudo pra próxima”.
Lucca Mesinas também comentou sobre a reedição da final do Montañita Open. “As ondas estão um pouco difíceis e ele (Edgard Groggia) é um competidor muito forte. Eu tentei escolher as ondas boas e não foi fácil, porque vinha um monte de ondas o tempo todo. Comecei bem, com um 6,0, depois consegui um 4,5 para passar a bateria e agora é focar na próxima fase. As condições estão difíceis, com muita correnteza, tem que ficar sempre remando, mas é muito bom competir em ondas fortes assim”.
Surfistas olímpicos – O peruano Lucca Mesinas é um dos três participantes do QS 1000
masculino em Salinas que vão disputar medalhas para os seus países na estreia do surfe como modalidade olímpica nos Jogos de Tóquio 2020, em julho no Japão. Os outros são o argentino Leandro Usuña e o chileno Manuel Selman, que também passaram suas primeiras baterias nas ondas desafiadoras da Playa de la FAE.
Manuel Selman estreou com vitória sobre três brasileiros na quinta bateria do dia, com Matheus Navarro ganhando a briga pela segunda vaga do Ricardo João e Luan Hanada. Já Leandro Usuña se classificou em segundo lugar, sendo ultrapassado pelas últimas ondas surfadas pelo jovem brasileiro Ryan Kainalo, que virou o placar para 14,40 a 13,00 pontos. Os dois eliminaram o panamenho Kalani Garcia e outro brasileiro, Junior Rocha.
Sete países – A segunda fase masculina foi disputada por 64 surfistas de 9 países. 34 eram do Brasil, 12 do Equador, 5 do Chile, 4 da Argentina, 3 do Peru, 2 da Costa Rica, 2 do Panamá, 1 do Uruguai e 1 de Portugal. Em maior número, os brasileiros ganharam a maioria das baterias, 11 contra 2 do Peru, 1 do Uruguai, 1 da Argentina e 1 do Chile. O Brasil também teve maioria de classificados em segundo lugar, 9 contra 3 do Equador, 1 do Chile, 1 da Argentina, 1 do Peru e 1 da Costa Rica.
Os dois surfistas do Panamá e o único de Portugal foram eliminados. Com isso, caiu para sete o número de países que continuam na disputa do título do evento. São vinte brasileiros, três equatorianos (Snaider Parrales, Adrian Dapelo e Adrian Zambrano), três peruanos, dois argentinos, dois chilenos, um uruguaio e um costa-riquenho.
O Salinas Open está sendo transmitido ao vivo da Playa de la FAE, em Salinas pelo worldsurfleague.com e wsllatinamerica.com e pelo aplicativo grátis da World Surf League, clicando em EVENTS e QS. A terceira fase masculina vai abrir o sábado, às 9h no Equador, 11h no Brasil.
Terceira fase – 3º = 17º lugar (200 pts) e 4º = 25º lugar (75 pts):
1 Marco Giorgi (URU), Edgard Groggia (BRA), Robson Santos (BRA), Snaider Parrales (ECU)
2 Lucca Mesinas (PER), Marcos Correa (BRA), Raul Rios (PER), Kim Matheus (BRA)
3 Manuel Selman (CHL), Pedro Dib (BRA), Felipe Oliveira (BRA), Darshan Antequera (CRI)
4 Samuel Pupo (BRA), Santiago Muniz (ARG), Renan Peres Pulga (BRA), Matheus Navarro (BRA)
5 João Chianca (BRA), Leandro Usuña (ARG), Gabriel A. Vargas (PER), Diego Aguiar (BRA)
6 Ryan Kainalo (BRA), Gustavo Dvorquez (CHL), Vitor Ferreira (BRA), Adrian Dapelo (ECU)
7 Rafael Teixeira (BRA), Eduardo Motta (BRA), Fernando Junior (BRA), Adrian Zambrano (ECU)
8 Alejo Muniz (BRA), Victor Bernardo (BRA), Leo Casal (BRA), Kaue Germano (BRA)
Quartas de final – 5º lugar com 500 pts e U$ 250
1 Daniella Rosas (PER) x Sophia Medina (BRA)
2 Julia Duarte (BRA) x Nairê Marquez (BRA)
3 Melanie Giunta (PER) x Isabela Saldanha (BRA)
4 Dominic Barona (ECU) x Summer Macedo (HAV)
Segunda fase – 3º = 33º lugar (66 pts) e 4º = 49º lugar (60 pts)