Qualifying Series

Vagas em jogo no Equador

De olho no CT 2022, competidores de toda América Latina já estão no Equador para disputar duas etapas do QS, que oferecem vagas pro Challenger Series 2021.

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João Chianca é o sexto colocado no atual no ranking do QS.

O Equador está voltando ao calendário do Circuito Mundial de Surfe Profissional depois de 15 anos e surfistas de treze países disputarão as duas etapas seguidas do WSL Qualifying Series na Província de Santa Elena. A primeira é o Montañita Open, que começa nesta quarta-feira (16) e vai até domingo (20) em Montañita. A outra é o Salinas Open na próxima semana, de 23 a 27 de junho na Playa de La FAE, em Salinas.

Surfistas do Equador, Brasil, Peru, Chile, Argentina, Uruguai, Colômbia, Costa Rica, Porto Rico, Panamá e até dos Estados Unidos, Havaí e Portugal, se inscreveram nas categorias Masculina e Feminina dos dois eventos que definem os rankings da WSL Latin America. Eles indicarão os dez homens e as cinco mulheres para disputar as vagas para o World Surf League Championship Tour de 2022, nas etapas do Challenger Series no segundo semestre.

O maior nome do surfe equatoriano, Dominic Barona, acaba de ter seu nome confirmado para as Olimpíadas de Tóquio 2020, na estreia do surfe valendo medalhas no Japão. Agora, ela tem a chance de conseguir sua classificação para o Challenger Series em casa, pois as cinco vagas serão decididas no Montañita Open, onde ela mora, em Montañita, e no Salinas Open.

“Não vejo a hora de competir no Equador, ainda mais em dois QS seguidos”, disse Dominic Barona. “Em plena pandemia, poder ter eventos perto de casa é uma grande oportunidade de conseguir os pontos para me classificar. Montañita é conhecida mundialmente pela qualidade das ondas. Em Salinas, a onda é muito boa também, bem constante e sempre tem boas condições. Creio que será positivo o fato de conhecer bem as ondas de Salinas e Montañita, mas minha maior motivação será competir perto da minha família, dos meus amigos e das pessoas que me conhecem, com todo o meu país apoiando”.

A equatoriana ocupa a sexta posição no ranking da WSL Latin America, que está computando os dois melhores resultados das meninas nas etapas do WSL Qualifying Series 2020 realizadas até o mês de março, antes do cancelamento do Circuito Mundial pela pandemia do Covid-19. A World Surf League decidiu registrar também as três maiores pontuações do QS masculino nos rankings regionais deste ano, igualmente para compensar quem viajou para competir em outros países, na busca por pontos visando a classificação para o CT.

O ranking feminino da WSL Latin America chega no Equador com três peruanas na frente, a atual campeã sul-americana Daniella Rosas em primeiro lugar com 2.250 pontos, seguida por Anali Gomez com 1.500 e Sol Aguirre com 1.275. Em quarto está a argentina Josefina Ané com 1.270, a quinta colocada é a brasileira Silvana Lima com 1.025 e Dominic Barona, que tem dois títulos sul-americanos, em 2011 e 2018, está em sexto lugar com 700 pontos. Em cada uma das etapas do Equador, estarão em jogo 1.000 pontos.

Além de computar os melhores resultados, quem ficou entre os Top-10 no ranking masculino do QS 2020 e entre as Top-6 do feminino, já estão garantidos no Challenger Series de 2021, com estas vagas sendo deduzidas do ranking regional. Os únicos filiados na WSL Latin America beneficiados por esta regra, são o brasileiro Wiggolly Dantas e o peruano Alonso Correa. Wiggolly lidera o ranking regional e Alonso é o terceiro colocado. Em segundo está o brasileiro Jadson André, um dos tops do CT 2021 que tem participação garantida no Challenger Series.

Equatoriana Dominic Barona está garantida nas Olimpíadas de Tóquio.

Challenger Series

A partir desse ano, o CT vai manter na elite os vinte primeiros colocados do ranking masculino e as nove melhores do feminino. As vagas para completar o grupo dos top-32 e das top-16, serão definidas no Challenger Series, que vai classificar doze surfistas pelo ranking masculino e seis pelo feminino. Estas etapas serão disputadas pelos tops da elite atual e os indicados pelos rankings regionais. O Challenger Series 2021 será iniciado em agosto na Califórnia (EUA), depois tem duas etapas em setembro, em Portugal e na Espanha, e duas em novembro no Havaí, em Haleiwa e Sunset Beach.

Com Wiggolly Dantas e Alonso Correa já garantidos na lista dos dez indicados pela WSL Latin America, as etapas do Equador vão definir os outro oito nomes. No momento, ocupam essas vagas os brasileiros Ian Gouveia (4º no ranking), Thiago Camarão (5º), João Chianca (6º), Weslley Dantas (7º), o uruguaio Marco Giorgi (8º) e mais três surfistas do Brasil, Rafael Teixeira (9º), Samuel Pupo (10º) e Alejo Muniz (12º), que está fechando a lista por ter dois atletas do CT à sua frente, Jadson André (2º) e Yago Dora (11º).

Defensor do título

Uma das atrações no Montañita Open e no Salinas Open é o brasileiro João Chianca, que só agora vai defender o título sul-americano da WSL Latin America conquistado em 2019. Isto porque essa disputa não aconteceu em 2020, devido ao cancelamento da temporada no mês de março. Ele ocupa a sexta posição no ranking e esta é a primeira vez que compete no Equador. João quer confirmar sua classificação para o Challenger Series, para tentar uma vaga no CT 2022 no segundo semestre.

“Eu não conhecia o Equador, mas sabia que essa região do litoral latino tem altas ondas”, destacou João Chianca, irmão mais novo do campeão mundial de ondas gigantes, Lucas Chumbo Chianca. “Eu venho treinando muito e espero que tenha altas ondas também, quando eu vestir a lycra para competir. Eu acho que estou preparado para entrar no CT, mas o caminho é longo e vou me preparar mais ainda. O foco é estar bem para isso”.

Atletas olímpicos

Outras atrações serão os surfistas classificados para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no Japão. Além da equatoriana Dominic Barona, também vão disputar medalhas para os seus países na estreia do surfe como modalidade olímpica, os peruanos Lucca Mesinas e Daniella Rosas, além do argentino Leandro Usuña. A relação dos quarenta surfistas, vinte na categoria Masculina e vinte na Feminina, foi finalizada duas semanas atrás em El Salvador.

Estas duas etapas do WSL Qualifying Series, que marcam a volta do Equador ao calendário do Circuito Mundial da World Surf League, tem total apoio do Governo Federal do Equador, com três ministérios envolvidos institucionalmente em toda a programação, o do Turismo, o do Esporte e o da Saúde, que estabeleceu os protocolos de proteção ao Covid-19 a serem seguidos por todos. A expectativa é de que os eventos aconteçam com total segurança para os atletas, comissão técnica e staff local. Para isso, será limitada a presença de público nas praias de Montañita e Salinas, ambas localizadas na Península de Santa Elena.

Montañita 

Palco do Montañita Open, o pico é um point break de direitas que quebra perfeito com swell de Norte ou Sul, principalmente entre os meses de março e agosto. Montañita é conhecida como uma das melhores ondas do Pacífico Sul, sendo um dos picos preferidos por surfistas de vários países da América Latina. Em 2013, essa praia sediou o Mundial da ISA (International Surfing Association), que contou com a participação de alguns campeões mundiais da World Surf League, como a heptacampeã Layne Beachley e Sunny Garcia.

Salinas

A Playa de la FAE, que vai sediar o Salinas Open, é apontada como uma das ondas mais consistentes do Equador. Localizada dentro de uma base militar, é formada por uma baía com várias opções para surfar esquerdas e direitas em fundos de pedra e de areia. Salinas já recebeu o Mundial da ISA três vezes, em 2004, 2009 e 2014. Foi, também, onde aconteceu a única etapa da World Surf League em 2005, válida pelo Qualifying Series com nível 2 estrelas na praia de Punta Carnero, com vitória do brasileiro Heitor Alves, que derrotou três norte-americanos na final, Andrew Gahan (2º lugar), Travis Mellen (3º) e Mike Losness (4º).

Vista aérea de Montañita, palco de uma das etapas no Equador.