World Surf League

Erik Logan abre o jogo

Ex-dirigente, Erik Logan quebra finalmente silêncio e fala sobre saída da World Surf League.

0
Erik Logan comenta sobre saída da WSL.

Após bastante tempo sem falar, Erik Logan, antigo diretor executivo da World Surf League, falou finalmente sobre sua saída da WSL. Num post no Substack, Logan não fala diretamente sobre os motivos que levaram à sua saída, mas dá a entender o que aconteceu nos tempos que se antecederam.

Depois de alguns anos na WSL, Erik saiu repentinamente e até ao momento dessa publicação, não se sabia nada sobre o que aconteceu.

No seu post começa dizendo: “Em quase quatro décadas de vida profissional, já ouvi todos os clichês sobre o mundo dos negócios. Alguns clichês tornam-se tais porque são verdadeiros. Outros falham no objetivo. Um, em particular, pensei que tinha conseguido, mas saí do outro lado com uma perspectiva diferente”.

Fala também sobre a conjugação do trabalho com o surfe e o início da paixão pelo esporte: “Já todos nos disseram: “Faça o que gosta e nunca trabalhará um dia na sua vida”. Ou talvez: “Segue a sua paixão; o dinheiro te seguirá”. Existem inúmeras variações sobre este tema. Ao longo da minha carreira, deixei que esta ideia orientasse as minhas escolhas profissionais e tentei fazer do meu trabalho a minha paixão. A realidade é que eu era apaixonado pelo meu trabalho, mas ele nunca foi a minha paixão ardente. Há quatro anos, peguei de uma paixão que tinha descoberto e fiz dela o meu trabalho e posso agora dizer que não tenho 100% de certeza que esse clichê seja o melhor conselho, pelo menos para mim.

Descobri o surfe pouco depois de fazer 41 anos. Como um jovem de Oklahoma, isso nunca esteve no meu radar como uma paixão, passatempo ou esporte, mas me encontrei. Vivendo em Manhattan Beach, Califórnia, o estilo de vida do surfe estava em todo o lado, lojas, roupas, a praia, tudo. Não era possível escapar. A minha família me deu um equipamento de mergulho como presente de aniversário nesse ano; mal sabia eu que isso iria me introduzir numa paixão oculta que me iria arrebatar”.

Erik Logan afirma que ficou completamente obcecado pelo surfe: “Acordar às 4h30 da manhã é demasiado cedo para qualquer ser humano normal, mas para mim tornou-se rapidamente um novo normal. Eu estava conferindo as ondas, marés e os ventos, querendo começar todo dia com surfe, acontecesse o que acontecesse. O surfe me consumia por completo”.

Mais para o meio do post, Logan começa a falar sobre a oportunidade de entrar para a WSL e o que aconteceu durante os quatro anos que integrou na empresa. Aquilo que parecia um sonho acabou por ser um trabalho nada divertido.

“Foi inacreditável, muito gratificante e muito divertido. Até que deixou de ser. Estive na liga por mais de quatro anos, e esses anos foram preenchidos com muitos altos e baixos enquanto esporte empresa. Foi um trabalho árduo, enriquecedor a muitos níveis, mas também muito desgastante a nível pessoal. Em termos de saúde, tive um AVC, fui operado do coração e tive outros problemas de saúde – sinceramente, não acredito que o trabalho tenha causado isso, mas o stress não ajudou, com certeza. Ao mesmo tempo, estava passando por uma separação familiar difícil e a minha vida ficou virada do avesso, o que continua sendo uma fonte de sofrimento. Como fuga, pegava minha prancha, ia surfar e tentava me desligar, mas mesmo as tentativas mais simples não ajudavam“, escreveu.

Após isso afirma que o amor pelo surfe começou a desaparecer: “Durante todo este processo, algo estava acontecendo dentro de mim. O meu amor pelo surfe estava desaparecendo e ficando mais plano. Não foi repentino; pedaços de alegria foram se desfazendo aqui e ali até que o amor se desfez e a paixão desapareceu. Eu pensava naqueles primeiros momentos em que sentia que este trabalho seria ótimo para mim; e que estar “por dentro do surfe” e entrar mais profundamente neste mundo que eu adorava, iria desbloquear mais formas de aprofundar a minha paixão e envolver o meu cérebro empresarial. Me enganei novamente. A realidade é que quando a minha paixão se tornou o meu trabalho, essas linhas tornaram-se difusas”.

Por fim, faz uma pequena reflexão, “Explorar a sua paixão e profissão é nobre e grandioso e pode ser perfeito para si. Proteger a minha paixão será fundamental à medida que embarco em novas jornadas para construir as minhas empresas. Sem dúvida que vou encontrar muitas coisas (talvez demasiadas coisas) pelas quais me vou apaixonar. Essa é a parte emocionante da viagem, mas tenciono proteger sempre a minha paixão”.

Fonte Surf Total