A Marginal Pinheiros na cidade de São Paulo – uma via expressa de grande circulação de veículos – será, em breve, o caminho da praia. Não se trata de uma nova rota para o litoral, mas o endereço de dois empreendimentos que prometem areia e ondas no meio da metrópole.
O Beyond the Club, em Santo Amaro, e o São Paulo Surf Club, no Brooklin, ambos bairros da Zona Sul da cidade e ao lado da Marginal Pinheiros, têm perfis semelhantes: oferecem piscinas com ondas para a prática do surfe, o grande atrativo desses empreendimentos. Mas, como os clubes, também há espaços tradicionais como quadras de tênis, academia, spa, salão de beleza, bar, e outros mais que em linha com o “novo normal”, como salas de reuniões e coworkings.
O valor para colocar de pé empreendimentos de alto padrão é bilionário. Segundo o Beyond the Club (BTC), o investimento previsto é de 1,1 bilhão de reais. Segundo a empresa, são mais de 70 mil m² de terreno e 100 mil m² de área construída. Já o São Paulo Surf Club (SPSC) não divulga o valor investido.
Os acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de títulos.
O SPSC tem previsão de ser inaugurado ainda neste ano, segundo Augusto Martins, presidente da JHSF. A empresa atua nos setores de shopping centers, incorporação imobiliária, hotelaria e gastronomia e é responsável pela construção e gestão do São Paulo Surf Club.
Já o BTC vai ser inaugurado em 2025 e é bancado por três empresas: a gestora de investimentos imobiliários KSM Realty, a empresa de varejo e investimento Realty Properties, e a distribuidora de valores e títulos imobiliários BTG Pactual Asset Management, do banco BTG Pactual.
Ser sócio de clube custa a partir de 605 mil reais
Para comprar uma filiação ao SPSC, uma família precisa desembolsar 900 mil reais. A compra dá direito à titularidade de sócios ao casal e seus dependentes. Também é possível comprar um título individual, no valor de 605 mil reais. Além disso, os associados pagam uma anuidade de 25 mil reais.
No BTC, os títulos são familiares e contemplam o casal, filhos e ascendentes acima de 70 anos, sem limite para o número de agregados. Embora não divulgue o valor cobrado, a empresa diz que mais de um terço dos três mil títulos previstos já foram vendidos.
Os acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de títulos. Os clubes não planejam atividades de day use, por exemplo. Segundo o Beyond the Club, o plano é vender três mil títulos familiares.
Já o São Paulo Surf Club diz que não tem ainda uma quantidade estabelecida. Segundo o presidente da JHSF, a limitação do número de sócios visa oferecer conforto aos associados.
“Queremos garantir qualidade para os clientes surfistas, então vamos modular isso de acordo com a frequência e o hábito de uso dos membros, vamos sentir mês a mês”, diz Martins.
Mercado de luxo em São Paulo
A proposta do SP Surf Club já existe no interior do estado, na cidade de Porto Feliz. O Boa Vista Village, também administrado pela JHSF, foi lançado em julho do ano passado e é frequentado pelos moradores da Fazenda Boa Vista, condomínio residencial de luxo no campo.
A expansão do modelo pra São Paulo surgiu da identificação de uma demanda crescente pela prática de surf na capital, segundo Martins. “São Paulo é a cidade que não tem acesso à praia com a maior quantidade de surfistas do mundo, essa é uma particularidade importante. Então o crescimento da prática do surf no segmento de alta renda nos motivou”, conta.
O mercado de luxo e super luxo na capital de São Paulo se mostrou aquecido em 2023. No ramo imobiliário, as vendas cresceram 40% no ano passado frente ao crescimento geral de 12% do setor, segundo um levantamento feito pela consultoria Brain.
Os executivos do BTC dizem que “no plano de crescimento, está a replicação do projeto e do conceito em cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Miami, Madri e Dubai”, e o objetivo é criar “uma comunidade ‘Beyond’ em vários países do mundo”.
Fonte Isto é Dinheiro
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