Founder's Cup

Seleção mundial reina no rancho

Equipe reúne atletas de diversas nacionalidades e vence a Founder's Cup no Surf Ranch, em Lemoore, Califórnia (EUA). Equipe brasileira fica com a segunda colocação.

Kanoa Igarashi, Paige Hareb, Jordy Smith, Bianca Buitendag e Michel Bourez formam o time vencedor da competição, que reúne estrelas de diversos países.

A seleção mundial é a grande vencedora da Founder’s Cup encerrada neste domingo (6/5) no Surf Ranch, em Lemoore, Califórnia (EUA). O time foi comandado pelo sul-africano Jordy Smith e contou ainda com Bianca Buitendag (AFR), Michel Bourez (TAI), Kanoa Igarashi (JPO) e Paige Hareb (NZL). A equipe brasileira ficou com a segunda colocação geral no evento. A terceira colocação ficou com a equipe norte-americana, a quarta com a australiana e a quinta com a europeia.

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A caminho da última bateria, o Brasil chegou a liderar a competição e a seleção mundial precisou de uma grande atuação do capitão Jordy Smith em sua última onda para conseguir a virada, justamente quando se encontrou com Kelly Slater e Filipe Toledo. Sob pressão, Jordy exibiu uma atuação incrível e conquistou os pontos necessários para levar o seu time ao topo do pódio.

Jordy Smith brilha pela equipe mundial nas finais.

“É uma sensação incrível vencer uma prova como um time”, vibrou Jordy Smith. “Os últimos dias foram irados e isso só deixa a sensação de que muitas coisas maiores ainda estão por vir. Nós conversamos como um time o final de semana inteiro e você não pode deixar nenhum detalhe passar quando se trata de uma final, já que essa é a única maneira de sair com uma vitória. Acho que durante toda a semana nós fomos subestimados e a determinação nos fez superar isso. Coletivamente, nós apenas mantivemos nossa confiança o tempo todo e nos apoiamos mutuamente”.

A impressionante vitória da seleção mundial contou com performances de peso de todos os cinco integrantes da equipe, para conseguirem superar as equipes dos Estados Unidos e do Brasil. Na fase qualificatória, ainda ficaram empatados com a Austrália na terceira colocação e tiveram que disputar um confronto de morte súbita vencido por Paige Hareb, para garantir a vaga nas finais.

“Os últimos dois dias têm sido surreais”, disse Paige Hareb. “A vitória veio do nada e eu sinto que este é o final perfeito para uma semana de muita diversão. Tenho muito orgulho em representar esse time ao lado dos meus companheiros”.

Gabriel Medina dá show no Surf Ranch.

A seleção brasileira ficou com o vice, um pouco à frente dos EUA. O capitão Gabriel Medina abriu a final com um onda direita impressionante que valeu 9.67 pontos, a nota mais alta da final, depois de exibir uma técnica impressionante para entubar de backside. Filipe Toledo, Silvana Lima, Adriano de Souza e Tainá Hinckel também abusaram da variedade de manobras, progressividade e dos tubos, porém não conseguiram igualar as altas pontuações obtidas na rodada anterior.

“A vibe da equipe foi ótima e todos se esforçaram o tempo todo para fazer o seu melhor”, explicou Gabriel Medina. “Eu estou muito feliz com a forma como nos apresentamos, apesar de ser decepcionante ter chegado tão perto. Nós surfamos muito bem como um time e foi um evento muito divertido para mostrar do que somos capazes. É muito bom poder compartilhar este momento e conversar uns com os outros, principalmente com a Tainá, que é tão jovem. Nós já estamos bem acostumados com a pressão, mas para ela ainda é tudo muito novo, então procuramos dar todo o apoio possível, e espero que quando ela chegar aqui esteja pronta para essa atmosfera incrível”.

Apesar de ficar com a segunda colocação, o time brasileiro foi o autor das maiores notas individuais e estabeleceu um novo patamar de performance no Surf Ranch. Filipe Toledo conquistou a única nota 10 da competição no último sábado e ficou com o prêmio Jeep Best Ride Award.

Filipe Toledo conquista o Jeep Best Ride Award..

“É uma honra fazer parte do futuro do surfe e representar o Brasil”, comemorou Filipe Toledo. “Gabriel Medina, John John Florence e eu conversamos sobre como foi incrível surfar em equipes. Nós estávamos muito unidos e a equipe se apoiando o tempo todo. Foi uma experiência incrível e algo que lembraremos pra sempre”.

“Esta onda é inacreditável e eu tentei me manter dentros dos tubos o máximo que eu pude”, explicou Silvana Lima. “Foi uma experiência incrível. Nos divertimos muito juntos e nos apoiamos o tempo todo. Estou muito orgulhosa desse time e do que fizemos juntos para chegar à final. Quase vencemos, mas acho que essa foi a melhor vez para surfar pelo Brasil”.

Silvana Lima em sintonia com os tubos.

A seleção norte-americana parecia invencível depois de um grande dia de estreia, mas seu desempenho nas finais não foi o mesmo das rodadas anteriores. O capitão Kelly Slater esteve muito perto de conseguir um empate em sua última onda, já que para isso precisava de 9.27 pontos, mas ficou para trás por apenas 0.2.

“Eu acho que o evento foi um sucesso enorme”, comemorou Kelly Slater. “Todo mundo se divertiu, desde aqueles que não sabiam o que estava acontecendo, até os maiores fãs do surfe. Acho que isso se traduziu bem nos sorrisos de todos. As outras equipes se uniram um pouco melhor do que nós nas finais”.

Kelly Slater lidera time norte-americano.

Resultado final da Founder’s Cup 2018:

1 – Seleção Mundial
2 – Brasil
3 – Estados Unidos
4 – Austrália
5 – Seleção Europeia

Founder’s Cup 2018, Lemoore, Califórnia (EUA).
Founder’s Cup 2018, Lemoore, Califórnia (EUA).
Founder’s Cup 2018, Lemoore, Califórnia (EUA).
Founder’s Cup 2018, Lemoore, Califórnia (EUA).

 

 

Além do encontro na água, o festival trouxe diversas atrações como músicas e exposições de arte em um evento que promete entrar para a história do surfe mundial.

Cerca de 5 mil expectadores assistiram ao duelo entre as equipes do Brasil, EUA, Europa, Austrália e Mundial. O time verde-amarelo, do capitão Gabriel Medina, contou com Adriano de Souza, Filipe Toledo, Silvana Lima e Tainá Hinckel.

A Austrália, que veio com 11 títulos mundiais no currículo, se apresentou com a capitã Stephanie Gilmore, além de Mick Fanning, Joel Parkinson, Tyler Wright e Matt Wilkinson.

O time norte-americano, do anfitrião Kelly, contou ainda com os reforços havaianos de John John Florence e Carissa Moore, além dos californianos Lakey Peterson e Kolohe Andino.

Já a seleção europeia foi formada por Jeremy Flores (FRA), Johanne Defay (FRA), Frankie Harrer (ALE), Leonardo Fioravanti (ITA) e Frederico Morais (POR).

Por fim, o time mundial foi comandado pelo sul-africano Jordy Smith e conta ainda com Bianca Buitendag (AFR), Michel Bourez (TAI), Kanoa Igarashi (JPO) e Paige Hareb (NZL).

Fora da água, uma das principais atrações foi o show de Perry Farrell, criador do festival Lollapalooza e líder da lendária banda Jane’s Addiction.

O evento foi um marco na história do surfe mundial e pode ser considerado um teste para a etapa do Championship Tour, que acontece em setembro deste ano no Surf Ranch.

Formato

Fase classificatória

– Cinco times de cinco atletas. Três homens e duas mulheres.
– Cada atleta surfa duas ondas por rodada (uma direita e uma esquerda). A nota vai de 1 a 10.
– Cada atleta surfará seis ondas durante a fase qualificatória
– A duas maiores notas surfadas por cada atleta (uma direita e uma esquerda) contribuem para o total de pontos do time.
– Os times com as três maiores pontuações avançam à final.

Final

– Os três times com a pontuação mais alta participam da final
– Haverá cinco baterias de três surfistas na final.
– Cada atleta surfa duas ondas por bateria (direita e esquerda)
– A melhor nota de cada atleta (não importa se é direita ou esquerda) será computada.
– Diferentemente da fase classificatória, a final contará pontos pela colocação de cada atleta durante a bateria final.
– Nas baterias de 1 a 3 a pontuação será a seguinte: 1º colocado: 2 pontos, 2º: 1 ponto, 3º: 0 pontos
– Nas baterias 4 e 5 a pontuação será a seguinte: 1º colocado: 4 pontos, 2º: 1 ponto, 3º: 0 pontos
– A bateria 4 será disputada somente entre as mulheres e a cinco pelos homens.
– O time com a maior pontuação vence.

Em caso de empate

Em caso de empate, uma bateria especial definiria o campeão da Founder’s Cup. Cada time escolheria um homem e uma mulher para participar. Cada surfista pegaria uma onda e ambas entrariam no somatório. O time que somasse mais pontos venceria.

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