O australiano Wayne “Rabbit” Bartholomew é uma lenda não só pelo título mundial de 1978, mas também por ajudar a transformar o surfe profissional nos moldes como é conhecido hoje.
Ele foi o chefe da antiga ASP (Association of Surfing Professionals) de 1999 a 2009, além de ter sido CEO da entidade entre 1999 e 2003.
No último sábado (17), na Gold Coast, Rabbit lançou algo novo: um festival de música chamado The Drop, que traz a apresentação de várias bandas durante a perna australiana do Championship Tour: Gold Coast, Bells Beach e Margaret River.
A primeira noite do festival aconteceu em Coolangatta, no último sábado, com os grupos Safia, The Dune Rats, San Cisco, Holy Holy e Ruby Fields. Antes de o encontro começar, Rabbit trocou algumas palavras com a WSL. Confira na entrevista abaixo.
A música sempre fez parte da sua vida?
Acredito que surfe e música estão lado a lado. Quando comecei a surfar, em 1960, havia uma revolução acontecendo. E sempre há cruzamentos entre os dois. Há tantas pessoas boas em bandas de surfe. Tantos surfistas que são músicos. É natural. Música é uma motivação e uma inspiração para o surfe.
O que você tem escutado?
Quando era criança vi toda a revolução acontecer com The Beatles e Rolling Stones. Pessoalmente, gosto muito de Cat Stevens, Neil Young, Bob Dylan, Steely Dan e David Bowie. Tive uma banda também, era o homem de frente de um grupo chamado The Firewalkers, nos anos 1980. Caminhava para o fim da minha carreira e foi muito divertido. Mas tenho que confessar, éramos grandes no entretenimento e pobres de talento.
Você pode descrever como era o som da sua banda?
Fazíamos muitos covers. Rolling Stones, The Doors. E tinha o punk… Sex Pistols, Slash. Abríamos o show para algumas bandas e tocávamos grandes sucessos da época.
Você pretende fazer alguma aparição no festival?
Tive algumas aparições ao longo dos últimos anos. Fiz um cover de Born to Be Wild, que apareceu em um vídeo da Billabong. Na verdade, Lisa Andersen também tem uma aparição neste vídeo. Estávamos todos no Tour, era um dia flat e decidimos fazer algo engraçado. A Billabong acabou colocando em um clipe.
Sempre fui meio que uma versão trágica do rock star. Queria ser o Mick Jagger do surfe. Sempre teve algo de showman em mim. Mas nunca fui bom cantor, de verdade. Sinto que posso até dançar e queremos trazer de volta momentos divertidos. Festivais são esses projetos engraçados, grandes para montar. A maioria das pessoas que faz um não faz um segundo. Mas eu estou trabalhando com profissionais que colocaram festivais em todo o mundo.
Qual a conexão do festival The Drop com cada um dos campeonatos da WSL na Austrália?
Será no primeiro sábado de cada início da janela de espera. Obviamente os surfistas estão convidados. Não é tarde da noite. O plano é começar basicamente no final de um dia de surfe. Em Coolangatta acabou rolando um pouco mais tarde do que o esperado, mas a ideia é que as pessoas possam caminhar do surfe até o local onde acontecerá o festival.
Vamos ver alguns dos seus passos de dança por lá?
Talvez. Quem sabe não subo no palco e não faço um “moon-walk”.