Poucas bandas são tão influentes como os Beatles e os Rolling Stones. Porém, nos anos 60 e 70 a explosão criativa era absurda e a Califórnia era o um dos epicentros desta viagem.
The Doors foi uma destas bandas, fundada em 1965, em Los Angeles, Califórnia. O grupo era composto por Jim Morrison (voz), Ray Manzarek (teclados), Robby Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria).
A banda recebeu esse nome por sugestão de Morrison, influenciado pelo pelo título do livro de Aldous Huxley, The Doors of Perception (As Portas da Percepção). The Doors foi uma das mais controversas e influentes bandas de rock da década de 1960, principalmente por causa das letras de Jim Morrison e atuações de palco carismáticas e imprevisíveis. Após a morte de Morrison em 1971, os membros remanescentes continuaram como um trio até se separarem em 1973.
Canções como Break on Through (To the Other Side), Light My Fire, People Are Strange ou Riders on the Storm, aliadas à personalidade e escândalos grandiosos protagonizados por Jim Morrison, contribuíram para o aumento da fama do grupo.
Após a dissolução da banda no início da década de 1970 o interesse nas músicas dos Doors se manteve elevado, ultrapassando mesmo, por vezes, o que o grupo teve enquanto esteve ativo. Em todo o mundo, os seus discos já venderam mais de 100 milhões de cópias e de seus DVDs 5 milhões, e continuam a vender cerca de 2,5 milhões anualmente.
Origens (1965 – 1966) – As origens dos The Doors surgem de um encontro ao acaso entre dois estudantes da escola cinematográfica UCLA, Jim Morrison e Ray Manzarek, em Venice Beach, Califórnia em julho de 1965. Morrison disse, então, a Manzarek, que andava escrevendo canções e, a pedido de Manzarek, cantou Moonlight Drive. Impressionado pelas letras de Morrison, Manzarek sugeriu que formassem uma banda.
O tecladista Ray Manzarek estava numa banda chamada Rick And The Ravens com o seu irmão Rick Manzarek, enquanto Robby Krieger e John Densmore tocavam com os The Psychedelic Rangers e conheciam Manzarek das aulas de ioga e meditação.
Em agosto, Densmore juntou-se ao grupo e, juntamente com os membros dos Ravens e o baixista Patty Sullivan, gravaram uma demo de seis canções em setembro de 1965. A demo foi bastante pirateada e acabou por surgir completa mais tarde, em 1997, em coletânea dos Doors.
Nesse mesmo mês, o grupo recrutou o guitarrista Robby Krieger e o alinhamento final estava formado — Morrison, Manzarek, Krieger e Densmore. A banda retirou o seu nome do título de um livro de Aldous Huxley, The Doors of Perception, que, por seu turno, havia sido “emprestado” do verso de um poema do artista e poeta do século XIX, William Blake: “If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is: infinite” (Se as portas da percepção fossem abertas, tudo apareceria como realmente é: infinito).
Os Doors não tinham uma formação comum à maioria dos grupos de rock porque não possuíam qualquer baixo quando atuavam ao vivo. Deste modo, Manzarek tocava as seções de baixo com a sua mão esquerda no recentemente inventado Fender Rhodes bass keyboard, uma variação do conhecido piano elétrico Fender Rhodes, enquanto tocava as partes de teclado com a sua mão direita. Já nos álbuns de estúdio, os Doors usaram diversos baixistas, tais como Jerry Scheff, Doug Lubahn, Harvey Brooks, Kerry Magness, Lonnie Mack, Larry Knechtel, Leroy Vinegar e Ray Neapolitan.
Muitas das canções originais dos Doors eram compostas pelo grupo, com Morrison ou Krieger contribuindo com a letra e melodia inicial, e os restantes com as sugestões rítmicas e harmônicas ou até seções inteiras (por exemplo, a introdução de Manzarek em Light My Fire).
Em 1966, o grupo tocava no clube The London Fog, tendo, pouco tempo depois, passado para o Whisky a Go Go. Em 10 de agosto, foram vistos pelo presidente da Elektra Records, Jac Holzman, que se encontrava presente sob recomendação de Arthur Lee, vocalista do Love, que estava ligado à Elektra.
Após Holzman e o produtor Paul A. Rothchild verem duas performances da banda no Whisky a Go Go, os Doors assinaram contrato com a Elektra Records em 18 de agosto, tendo iniciado aí a longa e bem-sucedida parceria com Rothchild e o engenheiro de som Bruce Botnick.
Em 21 de agosto, o clube botou a banda pra fora depois de tocarem a canção The End. Foi um incidente que serviu de presságio para a polêmica que seguiria o grupo. Um Morrison sob o efeito de drogas recitou a sua própria interpretação do drama grego Oedipus Rex, no qual o protagonista Oedipus mata o pai e faz sexo com a mãe. A versão de Morrison consistia em “Father? Yes son? I want to kill you. Mother? I want to fuck you” (Pai? Sim, filho? Eu quero te matar. Mãe? Eu quero te foder).
Após aumento explosivo da fama do The Doors em 1967, Morrison desenvolveu uma grave dependência de álcool que juntamente com o consumo de drogas culminou na sua morte com 27 anos de idade em Paris, em 1971. Alguns dizem que morreu devido a uma overdose de heroína, mas como não foi realizada autópsia, a causa exata de sua morte ainda é contestada.
Morrison era conhecido por muitas vezes por suas poesias improvisadas enquanto a banda tocava ao vivo. Devido a suas performances e sua personalidade selvagem, ele é considerado por críticos e fãs como um dos vocalistas mais icônicos, carismático e pioneiro do rock da história da música.
Em 1971, após a gravação do álbum L.A. Woman, Morrison decidiu parar algum tempo para descansar e partiu para Paris com a namorada, Pamela Courson, em 11 de março. Ele havia visitado a cidade no verão anterior e sentia-se confiante para escrever e explorar aquele local.
Em junho, voltava a ter problemas de álcool. Em 16 de Junho, a última gravação conhecida de Morrison foi feita quando ele travou amizade com dois músicos de rua num bar e os convidou para ir a um estúdio. Os resultados foram lançados em 1994 num bootleg CD chamado The Lost Paris Tapes.
Morrison morreu em circunstâncias misteriosas poucos dias depois, em 3 de julho de 1971. O corpo foi encontrado na banheira do apartamento. Foi concluído que morreu de ataque cardíaco, embora tenha sido revelado mais tarde que não foi realizada qualquer autópsia antes de o corpo de Morrison ter sido enterrado no Cemitério de Père Lachaise a 7 de Julho.
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