Acordo entre 30 países

Compromisso com os oceanos

Trinta Chefes de Estado e de governo se comprometem a proteger mais os oceanos durante a Cúpula de Brest, na França.

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França e Colômbia promovem ação destinada a financiar a restauração de ecossistemas costeiros.

Cerca de trinta chefes de Estado e de governo se comprometeram nesta sexta-feira (11) em Brest, na França, a proteger mais os oceanos, essenciais para a regulação do clima e ricos em biodiversidade.

Em 2022 serão realizados vários encontros internacionais sobre os oceanos. A cúpula de Brest e os compromissos nela assumidos “permitirão consolidar ações úteis e uma agenda internacional essencial para o ano de 2022”, disse o presidente francês Emmanuel Macron.

Entre os que viajaram à cidade portuária francesa estão também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o emissário dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.

Estiveram ainda presentes o presidente egípcio Abdel Fattah Al Sissi, cujo país organizará a COP27 sobre o clima em novembro, e o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, que receberá uma cúpula da ONU sobre os oceanos em Lisboa no final de junho. Outros líderes participaram por videoconferência.

Durante a reunião, França e Colômbia lançaram a Coalizão Global para o Carbono Azul, destinada a financiar a restauração de ecossistemas costeiros.

“A aliança que estamos prestes a lançar juntos hoje é um elemento vital”, declarou Macron.

Por sua vez, Duque destacou que este ano “30% da área marítima da Colômbia será declarada como área protegida” e lembrou que, por meio de uma iniciativa acordada na COP26 de Glasgow junto com Equador, Costa Rica e Panamá, os quatro países criaram “a maior área marinha protegida do mundo”.

O encontro faz parte da “One Ocean Summit”, que começou na quarta-feira e termina hoje no marco da presidência francesa da União Europeia.

Von der Leyen anunciou o lançamento de uma coalizão formada pelos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) e outros 13 países para concluir um ambicioso tratado que visa proteger o alto mar, que não está sob jurisdição de nenhum Estado.

Desde 2018 vinham ocorrendo negociações nesse sentido, patrocinadas pela ONU, mas elas foram interrompidas pela pandemia de covid-19. A quarta e, em tese, última sessão dessas discussões será realizada em Nova York em março.

“Estamos muito próximos, mas precisamos de um impulso para concluí-lo este ano”, insistiu Von der Leyen.

“Trata-se de um compromisso importante e providencial”, disse, por sua vez, Peggy Kalas, da High Seas Alliance, que reúne várias ONGs.

– Manifestação -Os Estados Unidos anunciaram que apoiam o lançamento de negociações sob a égide da ONU para um acordo internacional contra a poluição por plásticos. Assim, o país se unirá a mais uma dezena e ao conjunto da UE.

Última sessão dessas discussões será realizada em Nova York (EUA) em março.

No final de fevereiro, esse tema será abordado durante a IV Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a fim de alcançar um acordo internacional contra a poluição causada pelas 8,3 bilhões de toneladas de plástico produzidas desde a década de 1950.

“Precisamos de um acordo que garanta o mais alto nível de ambição possível”, reivindicou Kerry.

Outros assuntos também foram discutidos, como a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor marítimo, algo que não consta no Acordo de Paris sobre clima; e a eliminação dos subsídios públicos que incentivam a pesca predatória e a pesca ilegal, questão que está sendo discutida na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Além disso, França e Costa Rica propuseram organizar de forma conjunta a próxima conferência da ONU sobre o oceano, em 2024.

No entanto, para algumas ONGs, a França, segunda maior potência marítima do mundo, é um mau exemplo em termos de proteção dos mares.

Cerca de 150 pessoas fizeram um protesto nesta sexta-feira de manhã em Brest, convocadas pelo Greenpeace e a associação Pleine Mer, para denunciar uma operação de “lavagem azul”.

“Temos um presidente Macron que anuncia que é um campeão dos oceanos e que, por trás, não faz nada, ou até mesmo defende atividades industriais extremamente destrutivas”, disse à AFP François Chartier, do Greenpeace França.

Fonte UOL Notícias.