A Organização Meteorológica Mundial (OMN) das Nações Unidas (ONU) e o Observatório Europeu Copernicus reuniram dados e anunciaram que o mês de julho será “o mês mais quente já registrado”. O registro de 2023 supera o de 2019. De acordo com a OMN e Copernicus, o calor deste ano é o maior em milhares de anos.
Segundo os dados disponibilizados, os níveis de aquecimento deste mês são 0,2ºC a mais do que os dados coletados em julho de 2019, dono do recorde anterior.
O cientista climático Karsten Haustein concluiu um estudo que foi divulgado na última quinta-feira (27) e destaca que a média global de temperatura projetada para o mês pode ser até 1,7ºC mais quente do que era o planeta no período anterior à Revolução Industrial. “Talvez tenhamos que voltar milhares, se não dezenas de milhares de anos, para encontrar condições igualmente quentes em nosso planeta”, expõe Karsten.
Esta não é a primeira vez que um mês supera a marca de 1,5°C acima da média pré-industrial, afirma o documento. O fenômeno já ocorreu em 2016 e 2020, mas nunca havia acontecido durante a temporada de verão no Hemisfério Norte, quando o planeta está no ápice do calor.
Os efeitos do aquecimento devido à atividade humana ficaram ainda mais explícitos nas últimas semanas: incêndios florestais de enormes proporções deixaram a Grécia e o Canadá em chamas, este último registrando a pior temporada da história. Temperaturas extremas também foram sentidas no sul da Europa, norte da África e parte da China, que se prepara para a chegada do supertufão Doksuri.
Nos oceanos, as temperaturas seguem aumentando sem parar. Na última segunda-feira (24), o Mar da Flórida marcou 37,8ºC, considerado potencialmente um novo recorde mundial, cujo calor equipara-se a banheiras de hidromassagem. Além do clima extremo, o aquecimento global também impulsionou uma série de enchentes fatais na Coreia do Sul, Japão, China, Índia, Paquistão e EUA. Por outro lado, as geleiras da Antártica atingiram o nível mais baixo do ano.
Fonte O Globo