Na última segunda-feira (24), o Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha comemorou os cinco anos de execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Dividido em 15 trechos, desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), o Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, que compreende os quatro municípios do litoral norte paulista (LN): Ubatuba, São Sebastião, Caraguatatuba e Ilhabela.
Entre as atividades do PMP executadas pelo Instituto Argonauta, estão o monitoramento terrestre diário das praias do LN, o monitoramento embarcado semanal, onde é realizado o registro e atendimento de animais vivos e mortos nas praias, as análises para identificar a causa mortis e o atendimento veterinário para animais debilitados.
Mensalmente, as equipes do PMP Argonauta percorrem mais de 3 mil quilômetros de praias no Litoral Norte. No total, são 235 praias que são monitoradas pelas equipes: sendo 107 em Ubatuba, 24 praias em Caraguatatuba, 58 em São Sebastião e, por fim, 46 em Ilhabela.
“O PMP é um projeto que foi estruturante para o Instituto Argonauta, e que finalmente nos deu as condições materiais e humanas para cumprir com a missão que idealizamos para instituição lá em 98, quando a criamos, que é justamente trabalhar a Ciência e Educação em prol da conservação do Meio Ambiente Marinho e Costeiro”, detalha o oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta, Hugo Gallo Neto.
“Com isso, hoje temos uma equipe de 80 profissionais, um Centro de Reabilitação de ponta, e ainda estamos montando um Museu da Vida Marinha com uma área cedida pela Prefeitura Municipal de Ubatuba. Temos uma Base de Estabilização em São Sebastião e estamos negociando com a Prefeitura de Municipal de Ilhabela uma base no município, assim conseguimos dar a estrutura necessária para que os funcionários e técnicos do Instituto possam realizar um trabalho de fundamental importância para entender os problemas e ajudar a conservar a biodiversidade da região”, destaca Neto.
Desde 24 de agosto de 2015, o início do PMP, até 20 de agosto de 2020 foram atendidos pela equipe do PMP-BS do Instituto Argonauta 8.798 ocorrências de animais marinhos de 56 espécies diferentes. Sendo que, do total, a maioria de animais atendidos foram as tartarugas marinhas 66%, seguida de aves 27% e mamíferos 7%. Dos animais atendidos apenas cerca de 20% vivos, e o restante, 80%, foram de animais mortos.
“O número de ocorrências superou todas as nossas projeções. Porém, também nos mostrou o quão importante são as informações coletadas nesse período, pois permitem a avaliação da saúde do ecossistema, bem como o melhor conhecimento da biodiversidade na região”, ressalta Carla Beatriz Barbosa, bióloga, coordenadora do Trecho 10 PMP-BS, diretora executiva do Instituto Argonauta, explicando ainda que toda a estrutura trazida pelo PMP “permitiu o incremento na experiência com os processos de reabilitação, com a implementação de novos protocolos clínicos de atendimento, para embasar o melhor procedimento a ser seguido em casos de acidentes ambientais ou doenças que podem causar mortalidade em massa.”
A bióloga enfatiza que os benefícios do Projeto vão além da avaliação ligada às atividades relacionadas ao petróleo: “os resultados das análises podem indicar também se há ligação com atividades humanas, como o lixo no mar, a pesca, colisão com embarcações e até contaminação”, finaliza.
São 80 profissionais que integram a equipe do PMP do Instituto Argonauta, entre biólogos, oceanógrafos, veterinários, monitores e técnicos de campo, colaboradores da área administrativa e demais profissionais.
Além disso, há uma grande estrutura para a operacionalização da rede de atendimento do Projeto, que conta com veículos, a Unidade de Estabilização na cidade de São Sebastião e o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba, situado na sede do Instituto no bairro Perequê-Açu.
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