Costão Pro

Etapa promove preservação

Conheça ações de preservação ambiental durante o Costão Pro na Praia do Santinho, Florianópolis (SC).

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Serão promovidas ações como doação de mudas nativas.

O FECASURF apresenta Costão Pro começa nesta sexta-feira (11) a decidir os títulos catarinenses profissionais masculino e feminino de 2021, já abrindo os rankings estaduais da temporada 2022, que terá mais quatro etapas ao longo do ano. Em todos os eventos, a Diretoria de Meio Ambiente da Federação Catarinense de Surf vai promover ações destacando pautas socioambientais de cada praia. Nesta primeira, o evento será utilizado como ferramenta para valorização do Patrimônio Ambiental do Santinho, no extremo Norte da Ilha de Santa Catarina.

Diretor de meio ambiente da FECASURF, Reinaldo Langer Jaeger vai alertar sobre a preservação de uma Unidade de Conservação (UC) Ambiental nos bairros Ingleses e Santinho, o Parque Natural Municipal Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho. Durante o Costão Pro nesse fim de semana, serão promovidas algumas ações, como a doação de mudas de árvores nativas, com o objetivo de deixar os dois bairros mais verdes e com maior qualidade de vida para a fauna local. Também será produzido um minidocumentário, para apresentar este patrimônio ambiental à população, a partir da visão dos surfistas participantes do evento.

O Parque Natural Municipal Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho foi criado em 14 de janeiro de 2016, pela Lei Municipal de Florianópolis número 9.948/2016, após décadas de reinvindicações da população local, solicitando a preservação da aérea com 221,07 hectares. O Parque é aberto ao público e possui atrativos como um sítio arqueológico, trilhas, dunas, pesca artesanal, observação de pássaros e infraestrutura turística, sendo também utilizado para diversas pesquisas científicas realizadas por alunos de universidades de Florianópolis.

O Parque Natural Lagoa do Jacaré é considerado como um santuário ecológico, contendo amostras representativas do Bioma Mata Atlântica e mais de 160 espécies de aves residentes e migratórias, como o curriqueiro (geositta cunicularia) ameaçado de extinção. O Sítio Arqueológico abriga inscrições rupestres – gravuras deixadas pelo homem em suportes fixos de rochas – e oficinas líticas – onde as populações pré-históricas produziam e aperfeiçoavam ferramentas.

A gestão do Parque é realizada pelo Departamento de Unidades de Conservação (DEPUC) da Fundação Municipal de Meio Ambiente (FLORAM), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Florianópolis. Um dos objetivos é proteger o importante manancial de água doce subterrânea para o abastecimento da população. A área do Parque Natural possui cinco sistemas ambientais: floresta ombrófila (52% da área), restinga (25%), duna (14%), costão rochoso (5,5%) e banhado (2,2%).

“Infelizmente, ainda temos muitos impactos ambientais ocorrendo na área do Parque, com danos às dunas, à restinga, à água, além de poluição sonora que prejudica a fauna e a população local no entorno do Parque”, lamenta o surfista profissional Álvaro Bacana, residente na Praia do Santinho. “Eu acharia muito importante, a elaboração de um Plano de Manejo para ordenar melhor os usos da área do Parque”, sugeriu.

“As Unidades de Conservação são de extrema relevância para o ecossistema costeiro e é muito importante incentivar e promover a criação dessas ferramentas”, destaca Renato Melo, presidente da Federação Catarinense de Surf. “A FECASURF se preocupa em manter o ecossistema de praia sempre preservado, garantindo assim a qualidade das ondas e das praias, que são o nosso habitat natural. Essa é a nossa missão, está no nosso DNA, no nosso dia a dia e na nossa vida. Vamos sempre trabalhar forte, para passar estes valores para as próximas gerações e garantir assim o futuro do nosso planeta”.